Conservadores? A atual juventude brasileira

Pesquisa Exame/Ideia trouxe apontamentos de como pensa o jovem brasileiro. Tradicionalmente sendo foco de opiniões mais progressistas, a pesquisa trouxe surpreendentes revelações sobre como raciocina o jovem brasileiro.

Qual será o alcance e a influencia do setor progressista entre os eleitores acima de 16 anos?

Quase metade dos jovens brasileiros se declaram em algum ponto religiosos, com 24% se declaram ativos na sua religião. Ao mesmo tempo, 46% se declaram com uma religião, mas sem participação ativa.

Apenas 7% se declaram ateu ou sem religião.

Politicamente, 40% se declaram SEM uma ideologia ou que vota nas pessoas.  O resto se divide entre esquerda, direita e centro, com uma pequena preferência pela esquerda.

48% dos jovens são CONTRA  a descriminalização do aborto.  46% são a favor.  Embora um percentual menor que da população em geral, o aborto também é tabu na faixa etária.

Aqui a surpresa: 61% dos jovens são CONTRA a legalização do uso recreativo da maconha. Apenas 34% a favor da legalização.

A ampla maioria, 72%,  são CONTRA  a ampliação do acesso as armas no Brasil. 

Porém, há de se lembrar que as principais lideranças religiosas do país, inclusive os que se declaram conservadores, são contra o armamento da população.

Um alento ao campo progressista é o alto índice de rejeição a Bolsonaro nessa setor da sociedade. 47% dos jovens consideram o Governo Bolsonaro como Ruim ou Péssimo. 27 % consideram como regular.

Corrupção, Saúde e Crise Econômica figuram como as principais preocupações desse eleitorado, que tem uma faixa de 32% dos entrevistados na informalidade.

O afastamento de setores progressistas organizados das bases populares da sociedade podem explicar um a adesão tímida de pautas progressistas na faixa etária.

O aumento da influência das religiões, principalmente evangélica-pentecostais, pode ser outro fator de ressonância de conceitos conservadores.

Delegar a politização da juventude a influencers e artistas pode estar sendo um erro na estratégia política de médio e longo prazo dos partidos progressistas no Brasil.

MIGUEL DO ROSÁRIO Editor-Chefe

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