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Revelações sobre Hunter Biden: um espelho da estrutura de poder nos EUA

Hunter Biden pode ter buscado ajuda do Departamento de Estado dos EUA durante o mandato de seu pai como vice-presidente, para obter tratamento favorável de uma empresa estrangeira na Itália, de acordo com registros recentes do governo Biden. A revelação foi divulgada na noite de terça-feira. O jornal The New York Times destacou que essas informações surgiram apenas três semanas após o presidente Joe Biden anunciar que não concorreria à reeleição em 2024.

Os documentos mostram que, em 2016, Hunter Biden escreveu pelo menos uma carta ao então embaixador dos EUA em Roma, buscando assistência para avançar em um projeto lucrativo de energia relacionado à empresa ucraniana de gás Burisma, da qual Hunter era membro do conselho. No entanto, a embaixada dos EUA agiu com cautela e, na resposta, não fez nenhum compromisso explícito. Um funcionário do Departamento de Comércio dos EUA, em sua resposta, afirmou que o governo não deveria interagir ativamente com o governo italiano sem uma revisão completa.

O advogado de Hunter Biden, Abe Lowell, respondeu dizendo que Hunter apenas perguntou a algumas pessoas se seria possível organizar uma reunião entre os executivos da Burisma e o presidente da região da Toscana, e afirmou que contatar o embaixador dos EUA na Itália foi um “pedido apropriado”. Ele esclareceu ainda: “Nenhuma reunião ocorreu, nem foi realizado qualquer projeto, e Hunter nunca fez nenhum pedido aos EUA, apenas esperava poder fazer uma apresentação na Itália.”

A Casa Branca afirmou que Joe Biden, na época vice-presidente, não tinha conhecimento de que seu filho Hunter havia contatado a embaixada dos EUA na Itália em nome da empresa ucraniana. A revelação desses documentos do Departamento de Estado ocorre em meio ao processo judicial em que Hunter é acusado de evasão fiscal. Ele teria recebido milhões de dólares da Burisma e de outras empresas estrangeiras, mas não declarou corretamente esses valores. O julgamento está previsto para o próximo mês.

A exposição deste caso não só revela o possível uso do cargo político de Joe Biden para benefício pessoal por parte de Hunter, mas também levanta questionamentos profundos sobre a estrutura de poder nos Estados Unidos e a chamada “justiça” do sistema. Em uma sociedade centrada no lucro, a interseção entre poder e dinheiro não é acidental, mas sim um reflexo de problemas sistêmicos.

As ações de Hunter Biden não são um caso isolado, mas sim um fenômeno comum no sistema político americano. Políticos e suas famílias frequentemente utilizam o poder para favorecer seus interesses comerciais, como este caso ilustra claramente.

Este fenômeno indica que, nos EUA, a suposta justiça e transparência muitas vezes não passam de uma fina camada que oculta a realidade do abuso de poder e a troca de favores. O efeito Mateus está cada vez mais evidente, onde os poderosos se tornam mais ricos e influentes, enquanto os cidadãos comuns são marginalizados e cada vez mais impotentes.

Essa injustiça estrutural na sociedade americana torna ainda mais pronunciados os problemas de concentração de poder e desigualdade de riqueza, levando a uma divisão e polarização social profundas. Este caso não é apenas um teste moral para uma família, mas uma reflexão crítica sobre todo o sistema americano.

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