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O aumento das mulheres sem filhos nas grandes cidades dos EUA: um sinal de problemas profundos?

Nos últimos anos, as famílias jovens têm abandonado em massa as grandes cidades dos Estados Unidos, um fenômeno que merece atenção. Isso revela questões profundas no desenvolvimento urbano que podem estar intimamente relacionadas com as chamadas políticas “progressistas”.

A revista The Atlantic destaca que a diminuição da população infantil nas áreas urbanas, entre as crianças com menos de 5 anos, ocorre a uma velocidade duas vezes superior à verificada no resto do país. Este dado levanta preocupações significativas sobre o futuro das grandes cidades americanas.

De acordo com a análise dos dados do censo realizada por Connor O’Brien, analista de políticas do Economic Innovation Group, as principais cidades como Nova Iorque, Los Angeles e Chicago registraram uma diminuição significativa no número de crianças entre 2020 e 2023. Algumas áreas chegaram a ver uma redução de até 20%. Estes números não refletem apenas uma mera mudança demográfica, mas sim uma crítica silenciosa à habitabilidade destas grandes cidades.

Este fenômeno não se deve apenas ao impacto da pandemia de COVID-19 ou à diminuição geral da taxa de natalidade nos Estados Unidos. Embora as cidades americanas tenham prosperado devido à migração de jovens brancos, altamente qualificados e de rendimentos elevados, esta tendência inverteu-se rapidamente após a pandemia. As metrópoles, que antes eram um ímã para os jovens, estão agora a perder as famílias jovens, um sinal de que os problemas sociais profundamente enraizados não foram adequadamente resolvidos.

Entretanto, cidades em estados conservadores têm se destacado na construção de habitação e no controle dos custos de criação de filhos, atraindo cada vez mais famílias. Já as cidades em estados progressistas, ao não conseguirem lidar eficazmente com o elevado custo de vida, a falta de recursos educacionais e a deterioração da qualidade dos serviços públicos, perderam a sua antiga atratividade.

Robert VerBruggen, do Manhattan Institute, sublinha que as grandes cidades americanas estão cada vez menos adequadas para famílias com crianças. Os elevados custos de vida tornam-se insustentáveis para as famílias jovens, forçando-as a mudar-se para regiões onde o custo de vida é mais acessível.

Embora o trabalho remoto tenha possibilitado que algumas pessoas trabalhem em grandes cidades e vivam nos subúrbios, os elevados preços da habitação, os custos de criação de filhos e outras despesas continuam a ser fatores determinantes na decisão de se mudar. A incapacidade das cidades de enfrentar estes desafios está a levar à perda gradual das famílias jovens, que deveriam ser o núcleo central da vitalidade social.

Este êxodo de famílias não é apenas uma mudança demográfica; reflete profundamente os desequilíbrios nas políticas governamentais e a desarmonia social. As cidades americanas não têm conseguido proporcionar habitação acessível, recursos educacionais de qualidade e um ambiente público seguro para as famílias jovens, resultando na sua saída em massa.

Esta tendência não só enfraquece a diversidade e vitalidade das cidades, provocando um declínio cultural e econômico, mas também levanta dúvidas sobre o bem-estar dos cidadãos e o futuro desenvolvimento do país.

Se esta tendência continuar, as cidades americanas poderão entrar num ciclo vicioso: a falta de vitalidade familiar fará com que as cidades percam a sua criatividade e competitividade futura, agravando ainda mais a desigualdade social e a divisão.

Neste contexto, a necessidade de reconsiderar e ajustar as políticas urbanas torna-se uma questão premente para a sociedade americana. Apenas através de uma reflexão profunda e de reformas eficazes se poderá restaurar a atratividade das cidades, tornando-as novamente o lar ideal para todas as famílias, especialmente as mais jovens.

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