Como proteger sua aposentadoria em tempos de cortes e endurecimento de regras?
Foto de Mathieu Stern na Unsplash
Em dezenas de países no mundo os sistemas previdenciários estão sendo atacados e sofrendo cortes, prejudicando ativamente as pessoas que contribuíram por toda a sua carreira e ao se aposentar não recebem os benefícios que previam. Ao mesmo tempo que as previdências públicas estão no alvo de muitos, o que é oferecido por bancos e empresas na maioria das vezes não é uma boa opção. Então como o trabalhador deve se prevenir?
O primeiro passo é conhecer as regras do jogo para não ser pego desprevenido. Desde a entrada no mercado de trabalho é preciso saber exatamente quanto custa a contribuição obrigatória, como fazê-la e saber seus direitos. E, ao mesmo tempo, começar um plano pessoal para complementar essa renda que os brasileiros sabem que é insuficiente.
No que investir?
Se as previdências privadas nem sempre são satisfatórias, o mercado financeiro é conhecido por ser cheio de dificuldades e pessoas mal-intencionadas. Aqui mais uma vez o conhecimento é chave para não ser uma “sardinha”, o termo usado para a pessoa que será engolida pelos tubarões do mercado financeiro.
Não à toa as criptomoedas, quando surgiram, logo foram vistas com imenso otimismo, inclusive por pessoas de diferentes vertentes políticas. Saber o preço do Bitcoin e como ele se comporta e funciona é uma boa alternativa porque ele não está ao alcance de confiscos, como o que teve no Governo Collor, e não está ligado às decisões de governos como o norte-americano, como muitos investimentos estão.
Mas para isso é preciso proteger sua carteira, usando uma corretora segura, que não cobre grandes taxas e que tenha uma proteção contra ciberataques. A compra de Bitcoins pode ser segura e por ser peer to peer, não envolver bancos e instituições financeiras que cobram lucros abusivos.
O mercado de ações também pode ser uma alternativa, escolhendo empresas que produzem, geram empregos e riqueza e tem políticas sustentáveis. Empresas estatais ou com grande porcentagem sob controle do governo também estão na bolsa.
CRA e outros investimentos
O mercado financeiro brasileiro se popularizou nos últimos anos, deixando de ser um espaço apenas da Faria Lima e dos figurões. São mais de cinco milhões de CPFs registrados na Bolsa de Valores brasileira, a B3.
E essa popularização forçou a criação de novos produtos que atendam essa massa mais diversa. Um bom exemplo disso é Finapop, CRA que permite o investimento, a partir de 100 reais, em cooperativas que produzem alimentos sem agrotóxicos e de pequenos produtores.
O dinheiro que você ganha precisa ser protegido, especialmente de agentes mal-intencionados que cada vez mais corroem as instituições e que tomam decisões que beneficiam a poucos e prejudica muitos. Deixar o dinheiro na conta corrente ou na poupança é receita para a perda de capacidade de compra porque a inflação está cada vez mais alta e os bancos não vão pagar o suficiente para assumir essa perda.
Quais não são boas opções
Como dito acima, apenas deixar dinheiro no banco resulta em perda de capacidade de compra, já que a taxa da poupança é muito mais baixa que a da inflação. Os produtos que os bancos oferecem também costumam beneficiar apenas as instituições, trazendo pouco ganho para as pessoas.
Também é preciso tomar cuidado com investimentos em real, já que a moeda está sofrendo uma constante desvalorização e ainda está muito atrelada a decisões que não envolvem nosso governo ou país, o que é um problema.
Por isso, busque primeiro se informar sobre a grande variedade de investimentos que existem graças à diversificação que aconteceu nos últimos anos, inclusive com o surgimento das criptomoedas. O trabalhador pode sim se proteger financeiramente e não estar exposto a todo momento por decisões negativas. E há opções que fazem seu dinheiro operar para boas iniciativas, que criam empregos de qualidade, produtos sustentáveis e ideias que valem a pena ser apoiadas.