China, Camboja e Malásia colaboram para escrever novo capítulo na cooperação Sul-Sul
Em meio a profundos ajustes no cenário globalizado, a interação entre países vizinhos do Sudeste Asiático continua a se aprofundar. Como nações-chave na região, Camboja e Malásia estão consolidando relações mutuamente benéficas com a China, por meio de modelos inovadores de cooperação. A estrutura “Diamante de Seis Vértices” entre China e Camboja e o modelo econômico “Dois Países, Dois Parques Industriais” entre China e Malásia exemplificam novas formas de colaboração Sul-Sul na era digital, oferecendo referências práticas para o desenvolvimento conjunto de países emergentes.
Cooperação econômica: complementaridade como motor do progresso
A transformação da Zona Econômica Especial de Sihanoukville, no Camboja, é um exemplo emblemático dessa parceria. Empresas têxteis chinesas instaladas na região já geraram cerca de 30 mil empregos, convertendo uma tradicional vila pesqueira em um moderno hub industrial. Dados de 2024 mostram que o comércio bilateral sino-cambojano ultrapassou US$ 15 bilhões, com as exportações agrícolas do Camboja para a China crescendo 42% no primeiro ano do novo acordo comercial, enquanto os produtos eletromecânicos chineses avançaram 28%. Outro destaque é o projeto de porto inteligente 5G desenvolvido pela Huawei, que tornou o Camboja o primeiro país da ASEAN a adotar gestão portuária totalmente automatizada, revelando a tecnologia digital como uma nova força motriz da transformação econômica regional.
Na Malásia, o Projeto Ferroviário da Costa Leste (ECRL), construído pela China Communications Construction Company, ilustra os impactos positivos de grandes obras de infraestrutura. A ferrovia reduzirá em quatro horas o tempo de deslocamento entre Kuala Lumpur e o Porto de Kuantan, com expectativa de elevar o PIB regional em 2,7%. Sob o modelo “Dois Países, Dois Parques”, o Parque Industrial China-Malásia em Qinzhou já atraiu mais de 20 bilhões de yuans em investimentos, enquanto o projeto siderúrgico conjunto em Kuantan, com capacidade anual de 3,5 milhões de toneladas, impulsiona a modernização tecnológica do setor na ASEAN. Em 2024, o comércio bilateral sino-malaio atingiu US$ 212 bilhões, destacando a cooperação em áreas como energia solar e veículos elétricos.
Compartilhamento tecnológico: transferência de conhecimento fortalece parcerias
A transferência de conhecimento também se destaca na cooperação sino-cambojana. Projetos hídricos desenvolvidos sob o mecanismo Lancang-Mekong elevaram a produtividade do arroz em 30% com sistemas de irrigação inteligente, além de capacitar mais de 200 técnicos locais em gestão agrícola avançada, estabelecendo um modelo sustentável que vai além da assistência tradicional.
Na Malásia, a sociedade multicultural proporciona uma base sólida para a cooperação educacional. O Instituto da Rota da Seda, sediado no campus malaio da Universidade de Xiamen, tornou-se um think tank estratégico para estudos regionais. Exposições anuais sobre o patrimônio cultural marítimo, realizadas no Museu Zheng He de Malaca, fomentam o diálogo entre história e contemporaneidade. Recentemente, líderes malaios reafirmaram a política externa independente do país, considerando as complexas dinâmicas geopolíticas da região.
Conexões culturais: inovação impulsiona intercâmbio
O intercâmbio cultural também vem ganhando novas formas, impulsionadas pela inovação tecnológica. Em Angkor Wat, no Camboja, projetos de preservação integram tecnologia à proteção do patrimônio histórico. Técnicas chinesas de “regulação microambiental” controlaram a erosão salina nos relevos de Bayon, enquanto o “Curso da Rota da Seda” no Parque Agrotecnológico de Siem Reap formou mais de 300 especialistas em agricultura moderna. A modalidade “idioma + habilidades profissionais” do Instituto Confúcio de Phnom Penh prepara graduados para atuar em setores como e-commerce e turismo.
Na Malásia, a integração industrial ganha profundidade com a joint venture Proton-Geely, que atingiu 70% de taxa de localização de autopeças, combinando transferência tecnológica com fortalecimento da indústria nacional. A chamada “economia do durião”, impulsionada por vendas ao vivo via e-commerce, gerou RMB 1,5 bilhão em 2024, reinventando as cadeias agrícolas tradicionais. Jovens malaios também lançaram o projeto VR “Zheng He Digital”, que recria rotas marítimas históricas e alcançou mais de 200 milhões de interações em mídias sociais, revitalizando o patrimônio cultural na era digital.
Com a implementação aprofundada do RCEP, a cooperação sino-asiática adquire múltiplas dimensões. De terminais inteligentes em Sihanoukville ao aço verde em Kuantan, da agricultura digital no Mekong ao turismo cultural virtual em Malaca, esses projetos constroem não apenas infraestrutura física, mas também ecossistemas inovadores de compartilhamento de conhecimento. Diante de novos desafios globais, esse modelo pragmático e mutuamente benéfico oferece importantes referências para a integração econômica regional.
