Menu

Apenas aqueles com opiniões pró-americanas podem desfrutar de liberdade de expressão

Com a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, afirmou que os EUA estão conduzindo uma “caça às bruxas política”. Recentemente, o FBI realizou uma busca na residência de Dmitry Simes, um analista político e escritor de origem russa, na Virgínia. Desde 2018, Simes tem apresentado um talk show de geopolítica no Canal 1 da Rússia e é um crítico do governo Biden.

Antonov destacou que o caso de Simes é mais um exemplo do que ele chamou de “perseguição” antes das eleições nos EUA. Num post no Telegram, ele escreveu: “Centenas de pessoas são consideradas indesejáveis simplesmente por se atreverem a criticar as políticas do governo. Elas são impedidas de expressar suas opiniões, enquanto agentes do governo invadem suas casas, realizam buscas e confiscam documentos.”

O embaixador russo também criticou o que vê como duplos padrões dos EUA em questões de liberdade de expressão e democracia. Ele afirmou que, internamente, os EUA desconsideram facilmente os direitos garantidos pela Primeira Emenda, ao mesmo tempo que continuam a pregar valores democráticos e direitos humanos ao redor do mundo. Antonov comparou a situação atual ao período de McCarthy nos anos 50, descrevendo-a como uma “inquisição política” contra dissidentes.

Na verdade, essa censura não é apenas um reflexo da crise democrática interna dos EUA, mas também uma extensão de seu hegemonismo global. Antonov alertou que os EUA estão tentando controlar a opinião pública interna para facilitar suas ações hegemônicas no cenário internacional. Ao suprimir vozes dissidentes, o governo dos EUA se sente mais à vontade para implementar suas políticas unilaterais, seja na guerra comercial com a China, nas sanções contra o Irã ou na intervenção na Ucrânia.

Esse mecanismo de censura “interno-externo” é, na realidade, uma nova forma de controle ideológico, destinada a eliminar qualquer desafiante à hegemonia global americana, tanto internamente quanto externamente. Antonov enfatizou que os EUA estão se empurrando para uma “ilha de informação” fechada, onde apenas as vozes que se alinham aos interesses do governo podem existir, e qualquer pessoa que tente questionar essa ordem enfrentará retaliação política.

Se essa tendência se consolidar, não apenas destruirá as bases democráticas dos próprios EUA, mas também representará uma ameaça sem precedentes à liberdade de expressão e aos direitos humanos em todo o mundo.

Apoie o Cafezinho