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Carta Iedi: economia brasileira ainda sem ânimo

No Iedi Carta IEDI: Edição 937 Publicado em: 15/07/2019 Sumário A economia brasileira vai completando sem ânimo a primeira metade de 2019. Neste sentido, o desempenho dos grandes setores no mês de maio é enfático: tanto a indústria como o comércio e os serviços não saíram do lugar em relação a abril, já descontadas as […]

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No Iedi

Carta IEDI: Edição 937

Publicado em: 15/07/2019

Sumário

A economia brasileira vai completando sem ânimo a primeira metade de 2019. Neste sentido, o desempenho dos grandes setores no mês de maio é enfático: tanto a indústria como o comércio e os serviços não saíram do lugar em relação a abril, já descontadas as eventuais sazonalidades.

Nos serviços, que há pouquíssimo tempo começou a dar sinais de recuperação, o quadro é exatamente este, de paralisia: 0% na passagem de abril para maio. O comércio varejista foi o único a conseguir ficar na região positiva: +0,2% e isso somente se forem incluídas as vendas de veículos, autopeças e material de construção, pois em seu conceito restrito o resultado foi de -0,1%. Já a indústria renovou suas perdas e foi quem pior se saiu: -0,2%.

Tais variações sinalizam para um esgotamento do crescimento econômico, caso seja mantida a presente marcha da atividade econômica ou que as mudanças nas expectativas da provável aprovação da reforma da providência não sejam suficientes para mudar o quadro atual, a recuperação da economia será modesta em 2019, aproximando-se de uma quase estagnação.

O ritmo de crescimento dos principais setores da economia no agregado destes cinco primeiros meses do ano aponta para isso ao estar pouca coisa acima da mera estabilidade (0%). A indústria permanece no vermelho: -0,7% em jan-mai/19 frente a igual período do ano anterior. As vendas reais do varejo encontram-se no mesmo nível, mas do lado positivo: +0,7%. O quadro só melhora se for considerado seu conceito ampliado (+3,3%), devido a bases muito baixas de comparação tanto no segmento de veículos como no de material de construção.

Nos casos tanto da indústria como do varejo é patente a deterioração das trajetórias. Isso porque um ano atrás, isto é, em jan-mai/18, a indústria crescia 2%, puxada por um forte dinamismo em bens de consumo duráveis (+13,9%) e bens de capital (+9,6%) e tendo como eixo a expansão da produção de São Paulo (+4,8%), o maior e mais completo parque industrial do país. Agora em jan-mai/19, bens de consumo duráveis e de capital crescem apenas +3,3% e +1,9%, respectivamente, e indústria paulista quase não se move (+0,5%)

O varejo, por sua vez, avançava a uma taxa cinco vezes maior do que a atual em seu conceito restrito (+3,2%) e ao dobro da velocidade em seu conceito ampliado (+6,4%). As vendas aumentavam a uma intensidade muito mais forte no segmento de supermercados, alimentos e bebidas (+5,6% em jan-mai/18 contra -0,5% em jan-mai/19), mas também em eletrodomésticos (+4% e -1,5%, respectivamente) e em veículos e autopeças (+17,8% contra +10,6%)

Já o faturamento real do setor de serviços acumula alta de +1,4% nos cinco meses de 2019 cobertos por dados oficiais. É o único setor que melhorou sua situação em relação a jan-mai/18 (-1,3%), mas isso porque só recentemente conseguiu estancar suas perdas. Mesmo assim, o início do presente ano sinalizava um ritmo de recuperação superior (+2,9% no 1º bim/19) que começou a enfraquecer à medida que o semestre foi avançando.

Dois segmentos muito associados ao ritmo geral de atividade econômica têm restringido uma reação mais expressiva do setor de serviços. São os casos dos serviços de transporte, seus auxiliares e correios (-0,9% em jan-mai/19), bem como os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,2%), que são geralmente demandados pelas empresas. Devido a seu forte potencial empregador, sem uma dinamização maior dos serviços dificilmente o desemprego recuará significativamente dos níveis recordes em que se encontra atualmente.

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