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Época: Boulos teme ser vítima de armação governista para prendê-lo

Na Época BOULOS RECEBE AMEAÇAS, INTIMAÇÕES JUDICIAIS DE CASOS DO PASSADO E VÊ CLIMA POLITICO PARA COLOCÁ-LO NA CADEIA Líder do MTST também tem buscado respaldo dentro e fora do país, incluindo visitas ao ex-presidente Lula 15/02/2019 – 21:10 / Atualizado em 15/02/2019 – 21:37 Numa manhã de sexta-feira com tempo nublado em São Paulo, […]

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Na Época

BOULOS RECEBE AMEAÇAS, INTIMAÇÕES JUDICIAIS DE CASOS DO PASSADO E VÊ CLIMA POLITICO PARA COLOCÁ-LO NA CADEIA

Líder do MTST também tem buscado respaldo dentro e fora do país, incluindo visitas ao ex-presidente Lula

15/02/2019 – 21:10 / Atualizado em 15/02/2019 – 21:37

Numa manhã de sexta-feira com tempo nublado em São Paulo, Guilherme Boulos fez algumas sobrancelhas se arquearem ao entrar acompanhado de um segurança em um café frequentado por engravatados no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Diante dos olhares que variavam entre surpresa e pouco caso, ele sugeriu subir para o segundo piso do Café Santo Grão, que naquele horário estava praticamente vazio.

O candidato derrotado do PSOL à Presidência da República e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) está preocupado. Contou que desde novembro tem recebido uma série de ameaças pelo WhatsApp e Facebook com frases como “seus dias estão contados”, “vamos pegar você e sua familia”. Por causa da ofensiva, simpatizantes do MTST, ele disse, resolveram se cotizar para a contratação do segurança.

Além das ameaças, Boulos também sente a chapa esquentar para o seu lado. Nos últimos tempos, recebeu duas intimações judiciais referentes a episódios ocorridos há mais de 7 anos. Um inquérito trata de uma desocupação no interior de São Paulo e outro sobre uma acusação de peculato (desvio de dinheiro público) por causa de um protesto na cidade de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Nesse último caso, o prefeito da cidade emprestou um ônibus escolar para levar mulheres, crianças e idosos de volta à ocupação depois do ato. “Requentaram casos antigos na campanha eleitoral”, afirma o advogado Alexandre Pacheco Martins, defensor do ex-candidato do PSOL. “Não faz nenhum sentido”, diz.

O clima ficou mais hostil. Ele passou a ser xingado em aeroportos (ainda que diga que a maioria das abordagens de desconhecidos lhe seja favorável) e percebeu o estrangulamento da pauta progressista no novo Brasil de Bolsonaro.

Desde então, trabalha com a hipótese de ser preso numa possível armação governista. Segundo ele, não seria impossível para seus adversários armarem uma situação que o incriminasse. Sobretudo, quando ele começar a organizar manifestações maciças contra a Reforma da Previdência ——o que ele planeja fazer a partir de março. “É a coisa mais fácil. Infiltra uma pessoa, provoca um quebra-quebra, uma fatalidade acontece, alguém se fere e eles repetem essa imagem três dias na Rede Record.” Nesse cenário, estaria criado o clima para uma decretação de prisão do líder do movimento. “Eu não preciso nem estar na cena para me culparem e acharem um motivo”.

Com as dificuldades de mobilização demonstradas recentemente pelo PT e pela CUT, o MTST avalia que será a principal voz contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro. Boulos diz que as ameaças e o risco de prisão não vão intimidá-lo. Ele pretende também fazer um giro pelo país a partir do próximo mês. “Nós vamos sair na rua. Não dá pra esquerda num momento como esse ser dócil e comportada. É preciso tomar para si a luta.”

Boulos também tem buscado respaldo dentro e fora do país. Continua visitando o ex-presidente Lula na cadeia e tem sido procurado por deputados do PT para discutir uma reorganização da esquerda.

No exterior, conseguiu mobilizar políticos e militantes de direitos humanos estrangeiros para visitarem o país agora em março para analisar as ameaças à atuação dos movimentos sociais.

“Não acho que alguém liga lá e dá uma ordem para me mandarem essas intimações e me perseguirem judicialmente. Mas é como se agora houvesse uma licença para o ‘tudo pode’. Agora tudo pode. E isso vai piorar”, disse.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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ESDRAS SANTOS SILVA

20/02/2019 - 16h46

Infiltrar militares em manifestações de esquerda é o beabá do exército, vide o caso “Balta Nunes” em 2016. Esse exército brasileiro só serve para perseguir e matar outros brasileiros e servir aos interesses norte-americanos, deveria ser extinto. Um Brasil ser essa porcaria de exército seria um país mais democrático e livre, já que não temos tradição de envolvimento em guerras.

Doda

19/02/2019 - 13h01

É só não invadir propriedade privada, não incitar a violência que nada de mal lhe acontecerá!

Para ver como o tal do Bolos não vale muita coisa, tira dinheiro de quem “não tem” nem terra para andar de segurança particular para baixo e para cima…..lamentável !

Carlos Eduardo

18/02/2019 - 10h39

Boulos é um bom nome, mas tá adotando a estratégia errada do Lula livre.

Roque

17/02/2019 - 10h21

Este é aí é um tremendo malaco de esquerda. Adora viver as custas dos outros, não é a toa que o seu lema é “Sua casa, minha vida”…

Paulo

16/02/2019 - 22h12

Eu tenho pena da família do Boulos. Um dia, já velho, os filhos e a patroa vão cobrar a ausência paterna/marital em nome de uma “causa” perdida, a privação de dar-lhes uma vida melhor sem nenhuma contrapartida aceitável (o comunismo é a raspa do tacho da história)…

Justiceiro

16/02/2019 - 19h34

HAHAHAHAHAHAHAHAHA

Para com isso, mané. Depois da surra que esse cara levou do cabo Daciolo, quer alguma coisa pra ser lembrado.

Ele sabe que Lula já era e sem Lula o PT é acéfalo, então quer ser o novo “Lula” da esquerda.

O problema é que na época do PT vocês invadiam propriedades e nada lhes acontecia, só precisavam apoiar Lula em tudo. Só que agora a coisa mudou e quem invadir propriedade seja na cidade ou no campo, vai pra cadeia.

    Alan Cepile

    16/02/2019 - 20h00

    Bem alinhado com o que o Willian Bonner fala.

    rs

Justiceiro

16/02/2019 - 19h30

KAKAKAKAKAKAKAKAKA

Alan Cepile

16/02/2019 - 19h26

Curioso, o cara teve 1% dos votos e recebe ameaças dos adversários, isso – nas entrelinhas – explica muita coisa.

    Oblivion

    16/02/2019 - 21h55

    Engraçado, de novo, comentário semelhante foi dado por ninguém menos que o Cunha, ele mesmo, o herói da elite mal cheirosa tupiniquim. Me refiro quando ele esnobou o número de parlamentares do psol. Agora, é lamentável que o campo progressista fique atacando lideranças do mesmo lado, afinal apesar do psol apoiar os —– do pt e nos trazer uma aberração ao executivo federal, o Boulos é um lutador do povo sofrido e faz muito mais do que eu, e aposto que dos esquerdistas que o atacam, na busca de justiça social pra milhares de pessoas. Boulos, estou contigo nessa, e pra mim, desde o início quando se começou a falar em eleição, considerava teu nome ideal pra deputado ou senador… Mas quem sou eu né? E aposto que se o pr, com ou sem Lula, ganhasse as eleições psol e pco estariam fora do governo antes de fechar o primeiro semestre. Pra mim ao apoiar o lula o pco queria mesmo ver isso que tá acontecendo, na ilusão de uma revolução popular, é a única explicação. Mas o psol…? Não entendo.

Filhote do Barba

16/02/2019 - 17h36

Quer dizer que este ser, com sua “incrivel” base de apoio demonstrada na ultima eleição, vai ser a voz da esquerda contra a reforma da previdência? Kkkk… melhor dobrar a encomenda de mortadela.

Luiz

16/02/2019 - 14h22

O “exemplo” do Estado prepotente de um lado, do outro lado, as relações humanas mercantilizadas. A propósito do tema Educação, o resultado da esquizofrenia dialética são os exemplos que se somam diariamente.

Luiz

16/02/2019 - 13h54

Lamentável republiqueta americanófila, pós-Dilma.

Luiz

16/02/2019 - 13h50

Inocência judicial, (im)parcialidade de oportunidade, execuções por supermercados, genocídio, americanófilos no poder, usurpação da tolerância e mentiras!

Zé Maconha

16/02/2019 - 13h40

É o que ditaduras fazem , perseguem aliados políticos.
Bolsonaro é totalmente incapaz e vai cair , agora a ditadura de extrema-direita que aparelhou o judiciário , essa será bem mais difícil de derrubar.
Por isso covardes como Ciro e Miguel do Rosário bajulam a direita e o judiciário , por medo.
Vocês são como Saruman durante a guerra do anel.
O inmigo é poderoso então vamos segui-lo cegamente ao invés de enfrenta-lo.
Vão se dar muito mal nessa , como os mencheviques e os franceses que apoiaram Hitler.

    Zé Maconha

    16/02/2019 - 13h44

    *adversários políticos

    Oblivion

    16/02/2019 - 15h54

    Engraçado, não foi o Haddad, candidato do pt, que achava que a palavra golpe era muito forte e que elogiou um tal juizinho politico americanofilo? E o que Ciro e cafezinho fizeram durante o golpe e durante a eleição? Bem, ainda fico perdendo tempo com fanáticos, se não soa ptminions são coxinhas.

    marco

    16/02/2019 - 17h46

    O emponderamento desse judiciário caro ,disfuncional e anti-povo é obra do Pt jurídico.
    Ciro não tem nada com isso.

Gustavo

16/02/2019 - 12h56

A justiça no Brasil é bem lenta. Mensalão ocorrido em 2005 teve seu desfecho em 2012 (sete anos depois). Supostos atos de Lula ocorridos em 2010 tiveram a condenação em 2019 (9 anos depois). Azeredo foi denunciado em 2007 e condenado em 2018 (11 anos depois). Luiz Estevão (ex-PP e ex-PMDB) foi cassado em 2000, condenado em 2006 e preso em 2016 (mais de dez anos depois). Maluf quem diria… Deu balão na justiça por décadas mas também não escapou.

Se Boulos é ou não inocente aí o tempo, os processos e a história dirão. Se não fez coisa errada ótimo. Se fez, que se investigue. Agora sem esse papo de 7 anos atrás e vitimismo

    Zé Maconha

    16/02/2019 - 13h29

    Se houvesse justiça imparcial no Brasil o miliciano e sua família estariam presos há muito tempo.

      Gustavo

      16/02/2019 - 16h07

      Concordo que a justiça não anda na velocidade e nem na seriedade que queremos.

      Eu gostaria muitíssimo que a investigação do Queiroz, Flávio Bolsonaro, indicações milicianas, Marielle, etc fossem investigadas e punidas

        a.ali

        16/02/2019 - 16h44

        dependendo da “vítima” anda, sim senhor, feito uma lebre já, referente, à outras “vitimas” a justi$$a é uma verdadeira tartaruga travada!


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