Ciro Gomes critica proposta de Reforma da Previdência do Governo Federal
19:00 / 05 de Fevereiro de 2019 ATUALIZADO ÀS 19:35
O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) se manifestou nesta terça-feira (5) contra a proposta do Governo Federal em fixar a idade mínima para aposentadoria em 65 anos, tanto para homens, quanto para mulheres.
“Isso é um estilo do Bolsonaro. Essa proposta que vazou para o jornal, como se fosse um acidente, não é uma proposta. Ele está fazendo aquele ‘se colar, colou’, está jogando a proposta com casca e tudo, muito pior, para ter o que negociar. A nossa proposta em relação à idade é diferente. Nós queremos fazer com que a idade evolua assim. Na medida em que a expectativa de vida oficialmente anunciada pelo IBGE aumenta, automaticamente aumenta a cada ano três ou quatro meses a idade mínima para a aposentadoria”, colocou.
O comentário foi feito na posse do deputado estadual Zezinho Albuquerque como titular da Secretaria das Cidades, realizada nesta terça-feira (5), na sala de reuniões do Palácio da Abolição, em Fortaleza.
Ciro criticou também a tentativa de estipular o direito à previdência somente após 40 anos de contribuição. “Nós também não concordamos que determinadas profissões tenham que contribuir o mesmo tempo das outras, porque são profissões atípicas. Por exemplo, um professor não tem como dar 40 anos de aula para merecer o provento integral. Um policial não tem como correr atrás de bandido por 40 anos para ter direito a provento especial”, disse.
Outra proposta
“Nós temos um projeto que procura resolver o problema da Previdência, porém respeitando as diferenças do Brasil, que é um país muito desigual. Por exemplo, nosso projeto não aceita que se imponha ao trabalhador rural a mesma idade mínima que se dá ao trabalhador engravatado do ar-condicionado. Não é que um não seja tão respeitável quanto o outro, é que a vida do campo, especialmente no sertão, no interior da Amazônia, no Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, é uma vida que muito precocemente envelhece o nosso povo”, afirmou.
A plataforma para mulheres também deve ser diferenciada, conforme opina o político. “As mulheres no Brasil jogam uma dupla jornada de trabalho. Por mais que a gente esteja modernizando a nossa sociedade, ainda é fato que a mulher ganha 70% do salário que o homem ganha, pelo mesmo trabalho, e ainda é fato que ela joga uma dupla jornada, tomando conta de casa, tomando conta dos filhos, ainda que isso não seja justo e esteja mudando. Portanto a previdência também tem que entender isso. São determinadas coisas que a gente considera que têm que ser levadas em conta. Se forem levadas em conta, a gente continuará colaborando. Se, entretanto, esses valores, do compromisso que nós temos com os mais pobres, forem abandonados, nós também iremos ficar contra a proposta”.
Lei Anticrime
Ciro Gomes também aproveitou para criticar a Lei Anticrime, apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na última segunda-feira (4). A proposta traz medidas para o combate de crimes contra corrupção, crime organizado e crime violento e deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional nos próximos dias.
“É bobagem. Mal pensada, mal estudada. Não vai ao ponto. O grande problema do Brasil é que hoje nós temos 760 mil pessoas presas, em presídios que têm capacidade de reter 350 mil. Ou seja, nós temos dois presos para cada vaga. E quando a gente vai olhar, quase 70% disso são jovens presos com minúsculas quantidades de droga, para a polícia e para o Judiciário fazerem de conta que estão enfrentando, enquanto o verdadeiro banditismo, responsável pela violência, charla por aí afora morando nos bairros ricos, e não nas favelas. O Brasil precisa considerar isso se quiser fazer de fato uma reforma”, avalia.
Atualização Cafezinho: o economista e deputado Mauro Benevides (PDT-CE), responsável pelo programa econômico de Ciro, ex-secretário da Fazenda em governos do Ceará e especialista em previdência pública, fez seu primeiro pronunciamento na Câmara com críticas ao texto preliminar da reforma da previdência divulgado pela imprensa.
https://www.facebook.com/pdtnacamara/videos/247925779433530/
Paulo
07/02/2019 - 19h15
Os dados dos servidores públicos estão contidos no Portal da Transparência, mantido pelo Governo Federal. Ademais, a CPI do Senado, concluída em final de 2017, chegou à conclusão de que inexistia déficit na Previdência, como um todo. O que há é fraude, inoperância da fiscalização e dos órgãos de cobrança judicial e manipulação de dados. É claro que todo regime de previdência precisa ser ajustado, de tempos e tempos. Mas não estou seguro de que esse tempo é chegado, ainda mais nos termos propostos. E previdência complementar é boa para instituições financeiras. Precisamos manter o regime de repartição público e solúvel, como garantia de aposentadoria dos brasileiros! Já tivemos experiências desastrosas nesse ponto, no passado remoto e recente. Vaja o exemplo do Chile!
Llima
08/02/2019 - 17h36
Nenhum país com finanças medianamente equilibradas tem esse sistema. Pode até não haver deficit nominal hoje, o que é discutível. Mas é inegável que a previdência suga um número gigante de recursos de contribuições e tributos que poderiam ir pra outros fins. NO mais, Chile não é o modelo que Ciro propõe. Lá apenas o trabalhador contribui. A proposta é um sistema misto e na faixa de capitalização haveria contribuições do governo, trabalhador e de tributos.
Marcos Videira
07/02/2019 - 12h02
Ciro está corretíssimo. O Governo Militar deve ser combatido pelas situações concretas. Esperar o governo apresentar as propostas de mudança para ter uma oposição racional – que é tudo o que o governo militar não deseja.
E apontar para os que serão beneficiados e os que serão prejudicados, como Ciro fez nos dois casos. É preciso Educação Política para nosso povo.
José Campos
06/02/2019 - 20h58
Esse Zé ruela é do só pra contrariar. Um zero a esquerda.
Renato
06/02/2019 - 12h44
“Um policial não tem como correr atrás de bandido por 40 anos para ter direito a provento especial”, Até parece que todo policial corre atrás de bandido !
carlos
06/02/2019 - 16h37
O Renato ou é um ET de outro planeta, ou então tem procurar uma lavagem de roupa, qual é o estado do Brasil que não é feudo? Ou Oligarquia? Com relação ao moro a lei criada por ele é simplesmente para proteger o seu padrinho bolsonaro e sua trup, quem pensa o contrário é ser a favor de milícia e organização para militar.
Renato
06/02/2019 - 12h42
Bem, o coronel do Ceará não é a pessoa mais indicada para criticar qualquer coisa que vise a combater a criminalidade, né. É só dar uma olhadinha na situação em que se encontra o feudo de sua família, o Ceará. Quanto à previdência, vai uma sugestão ; que , não só o Ceará , mas todo o nordeste passe a gerenciar e arcar com a previdência social de seus cidadãos. Será que ele topa ??
Zé Maconha
06/02/2019 - 12h31
Apesar da minha decepção com Ciro nos dois casos em questão ele está corretíssimo.
Ciro é um homem inteligente , pena que coloca seu desejo de poder acima dos interesses do povo.
Mas o verdadeiro crime de Ciro e do PDT é falar em oposição racional à um governo de milicianos criminosos , como se Bolsonaro fosse um presidente legítimo.
Na Europa ou nos EUA qualquer candidato que defendesse publicamente a tortura , as milícias e falasse em matar opositores seria impugnado e depois preso.
Luciana
06/02/2019 - 22h40
Ele não tem “desejo de poder”, tem “desejo de ser presidente”, como Lula tinha e por isso tentou 4 vezes …isso é crime?? Sobre Bolsonaro, se a justiça brasileira fosse decente, sim, ele jamais poderia ser candidato …mas sabemos que a justiça brasileira de decente não tem nada, então para todos os efeitos ele vai governar como um presidente legítimo. Então só temos duas opções, ou fazemos a revolução, ou teremos que dar um jeito de sair dessa vivos e com chances de restabelecer alguma normalidade nesse país …
Tiago Tavares e Silva
07/02/2019 - 10h43
Verdade, Luciana!
CARPOA
07/02/2019 - 17h43
E CONTRA QUEM VC FARÍA A “REVOLUÇÃO” ??JÁ IDENTIFICOU QUEM SÃO OS REAIS OPOSITORES AO DESEJO DO BRASIL DE SER UM —–PAÍS——?????