O PSB, sob risco de isolamento, desistiu de trazer para o acordo partidos de centro e centro-direita, como PP e MDB, e aceitou formar um bloco com PT e PSOL.
PCdoB (10 deputados) e Rede (1 deputado) também sinalizaram positivamente.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que fará uma “ultima tentativa” com Carlos Lupi, presidente do PDT, para trazer a legenda para o bloco.
O bloco decidiu não se concentrar mais na questão da presidência da Casa, nem se orientar exclusivamente pela questão ideológica, e sim visar, de maneira objetiva, a participação nas comissões.
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No UOL
Mesmo sem acordo sobre Maia, blocão de oposição espera ter 107 deputados
Integrantes de Rede, PT, PSB, PCdoB e Psol participam de reunião na sede do PSB em Brasília
Do UOL, em Brasília
30/01/2019 23h00
Atualizada em 30/01/2019 23h07
Cinco partidos de oposição encaminharam nesta quarta-feira (30) a criação de um bloco de oposição na Câmara dos Deputados. Em uma reunião nesta noite em Brasília, PT, PSB, Psol, Rede e PCdoB chegaram a um entendimento da viabilidade de uma pauta conjunta contra Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o governo Jair Bolsonaro (PSL) na nova legislatura, que começa nesta sexta (1º). As legendas, porém, não estão todas alinhadas em relação ao apoio a Maia na eleição para a Presidência da Casa.
“A Câmara não terá governabilidade se não conversar com esses partidos”, disse a deputada eleita e presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). A conta do bloco é de que serão 107 nomes de oposição, do total de 513 deputados.
Um dos objetivos principais do bloco é criar resistência às pautas econômicas como a reforma da Previdência. Um partido que ainda apresenta resistência é o PDT. Segundo Gleisi, o convite “está aberto” e o grupo fará uma “última tentativa” junto a Carlos Lupi, presidente da sigla.
O PCdoB, partido que apoia Maia na disputa da Presidência, sinalizou que poderá assumir o papel de oposição junto ao bloco. Entre as siglas, o entendimento é de que a Presidência e o bloco de oposição são assuntos a serem tratados distintamente.
A disputa pela Presidência não passa pela questão ideológica e sim pela representatividade dentro da Casa, segundo o entendimento do candidato a presidente, Marcelo Freixo.
A criação do bloco deve acontecer oficialmente na sexta-feira, após a posse dos novos congressistas. Os partidos definiram que a liderança do grupo será rotativa entre as legendas.
“Avançamos bastante para fazer uma composição com os blocos. Avançamos no entendimento de que esses partidos de esquerda têm um papel importante a desempenhar na Câmara dos Deputados. O foco é na oposição”, disse Gleisi.
Busca por presidência de comissões e defesa à democracia
A expectativa é que a criação de um bloco com 107 parlamentares possa garantir a presidência de cinco comissões permanentes. As principais, como Constituição e Justiça, e Orçamento, devem ser ocupadas por nomes próximos a Maia e ligados ao PSL. O grupo que articula o bloco de oposição não tem uma definição sobre quais comissões pleitear, mas entre elas há interesse por Saúde e Direitos Humanos.
De acordo com o deputado Marcelo Freixo, o propósito maior é fazer oposição a Bolsonaro e defender a democracia.
“Essa foi a reunião mais ampla. É muito importante formar um bloco que não se move pela candidatura à Presidência [da Câmara]. Cada um explica seu candidato, mas a gente compõe um bloco de oposição ao Bolsonaro. Acho que é o principal objetivo desde o início. E hoje foi o dia que a gente mais avançou”, disse Marcelo Freixo.
A reunião de hoje durou cerca de 2h30 na sede do PSB Nacional, em Brasília. Participaram do encontro os presidentes de PT, PSB, Psol e Rede, respectivamente: Gleisi Hoffmann, Carlos Siqueira, Juliano Medeiros e Pedro Ivo.
A negociação também contou com Freixo, Paulo Pimenta (PT-RS), José Guimarães (PT-CE), Júlio Delgado (PSB-MG), Tadeu Alencar (PSB-PE), Ivan Valente (Psol-SP), e os novatos Joênia Wapichana (Rede-RR) e Marcelo Nilo (PSB-BA).
A presidente do PCdoB, Luciana Santos, e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) chegaram cerca de uma hora após o início e ficaram até o final.
Após as lideranças dos partidos se reunirem com as respectivas bancadas, uma nova reunião será feita na tarde desta quinta-feira (31), na liderança do PT, para definir os últimos ajustes e viabilizar o bloco.
Disputa pela Presidência
A disputa pela Presidência está encaminhada para que Rodrigo Maia se reeleja. O deputado fluminense tem acordo com ao menos 13 partidos, o que garantiria cerca de 300 votos. Além dele e Freixo, há mais cinco candidatos na corrida.
Nesta quarta-feira, a candidatura de Fábio Ramalho ganhou corpo com o apoio de Alceu Moreira (MDB), que abriu mão da disputa e agora mira a presidência nacional do MDB. A reação dos deputados do MDB aconteceu um dia após o atual presidente da sigla, o senador Romero Jucá, declarar apoio à Maia.
Fábio Ramalho disse ao UOL que sua candidatura ganha mais peso e que a ideia de ter Alceu Moreira na presidência do partido é para ter “um novo MDB, que escute as demandas da sociedade”.
Além de Maia, Freixo e Ramalho, estão na disputa JHC (PSB-AL), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Ricardo Barros (PP-PR) e General Petterneli (PSL-SP).
Batista
31/01/2019 - 18h41
Mais uma vez escancarado o fato: Onde Ciro passa não cresce grama, cresce a ego-discordo ou egotrip, para os mais viajados.
Justiceiro
31/01/2019 - 15h41
Já estão abrindo as pernas pro PT, assim, tão fácil?
Cadê a bravataria do PSB, PDT e PCdoB, que queriam formar um bloco de esquerda sem o PT? Antes de começar a nova legislatura já arreganham as pernas?
Queriam deixar o PT só com o puxadinho Psol, mas todos sabemos que o PCdoB, outro puxadinho, não vive longe de Lula. Mesmo que este esteja preso em Curitiba.
Agora o PT se prepara para dar a rasteira final no PDT, de Ciro Gomes: ou vem para o lado dos petistas ou vai ficar isoladinho da Silva.