Nota da Executiva Nacional do Movimento de Cultura Darcy Ribeiro (MCDR) sobre a conjuntura política venezuelana
A luta pela autodeterminação dos povos e a defesa da solução pacífica dos conflitos são eixos essenciais daquilo que o trabalhismo defende. Somando-se a isto, a soberania popular é a expressão legitimadora da democracia, onde o povo tem voz e vez na escolha dos seus dirigentes e representantes.
Baseado nestes pontos, reconhecemos a legitimidade e a legalidade do Governo de Nicolas Maduro, empossado como Presidente da Venezuela em 10 de janeiro de 2019. Aliás, a eleição presidencial venezuelana teve a presença de organismos internacionais em maio de 2018 – eleição esta baseada na lisura do pleito.
O que há na verdade é a ingerência indevida do imperialismo estadunidense e de todos os países aliados aos EUA que não reconhecem a escolha do povo venezuelano por Nicolas Maduro.
Em que pese os erros internos do PSUV e a condução política de Maduro, por vezes equivocada e carregada pelo hegemonismo, o que está em jogo não é a democracia. Se assim fosse, os EUA interviriam em países aliados de longa data como a Arábia Saudita e em concorrentes com poderio militar como a Rússia e a China.
Entretanto, a geopolítica latino-americana é o que move os interesses econômicos dos EUA sobre a Venezuela, um dos grandes produtores de petróleo em nível mundial.
Sabemos que o poder de um país e a sua independência estão associados à defesa de suas riquezas. Diferente do Brasil e seu governo à época, que se vergou face a um Golpe Parlamentar-Judiciário, o chavismo resistiu – face a inúmeras contradições que ela carrega.
Somos sabedores do papel de um vice conspirador, que boicotou a decisão soberana da pátria e do povo brasileiro. Seria o mesmo vice o articulador do golpe em 2016, em nome dos interesses de uma elite submetida à pauta imperialista dos EUA, promovendo a entrega das riquezas brasileiras.
Aliás, o chavismo enfrentou lockouts, os boicotes e sabotamentos das elites venezuelanas que majoritariamente se comportam como sócias minoritárias do capital internacional estadunidense. E enfrentou, com brio e honradez, o embargo econômico dos EUA e o poderio midiático burguês estadunidense e dos países alinhados a ele.
Nossa posição é de solidariedade! O que está em jogo é a soberania nacional da Venezuela. E confiamos na escolha democrática do povo venezuelano como senhor do seu destino político. Como princípio, não toleramos qualquer tipo de golpe e de ingerência indevida da direita venezuelana ou de qualquer país que queira conspurcar a escolha do povo da Venezuela por Nicolas Maduro.
Roberto Viana Jr
Presidente Nacional do MCDR
Lauri Bernardes
Secretário-Geral do MCDR
Wendel Pinheiro
Secretário de Formação Política do MCDR
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