Na Reuters
EXCLUSIVO-Maiores financiadores de campanha do Brexit dizem que Reino Unido não deixará UE
Por Andrew MacAskill e Ben Martin e Maiya Keidan
Manifestantes anti-Brexit em frente ao Parlamento britânico, em Londres 10/01/2019 REUTERS/Toby Melville
LONDRES (Reuters) – Dois dos maiores financiadores da campanha do Brexit disseram agora acreditar que o projeto que defenderam será eventualmente abandonado pelo governo e que o Reino Unido permanecerá na União Europeia.
Peter Hargreaves, o bilionário que foi o segundo maior doador da campanha para deixar o bloco, e o gestor de fundos de investimento Crispin Odey disseram à Reuters que acreditam que o Reino Unido permanecerá na UE apesar da vitória de seu posicionamento no referendo de 2016.
Como resultado, Odey, que administra o fundo de investimento Odey Asset Management, disse estar se preparando para o fortalecimento da libra, depois de colher os frutos de apostar contra os títulos britânicos em meio a ampla preocupação do mercado sobre o impacto do Brexit.
O pessimismo dos doadores acontece em meio a um impasse no Parlamento britânico sobre o acordo de saída firmado entre a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e a União Europeia, que tem causado significativa incerteza sobre como, ou até se, o Brexit acontecerá.
Hargreaves, que fez sua fortuna criando o fundo de investimento Hargreaves Lansdown, disse que o establishment político está determinado a desistir do Brexit e que isso levará a uma geração de desconfiança na classe política britânica.
O governo, disse ele, provavelmente pedirá uma extensão do processo formal de saída da UE e, então, convocará um segundo referendo sobre a adesão do Reino Unido à UE.
“Eu desisti totalmente. Estou totalmente sem esperanças. Eu não acho que o Brexit acontecerá de maneira alguma”, disse Hargreaves, de 72 anos, um dos homens mais ricos do Reino Unido que doou 3,2 milhões de libras para a campanha para deixar o bloco.
A reversão do Brexit marcaria o recuo mais extremo da história moderna do Reino Unido e o custo para realizar um novo referendo permanece alto. Os dois maiores partidos políticos do país estão comprometidos em deixar a UE, cumprindo o referendo de 2016.
Já Odey, que doou mais de 870 mil libras para a campanha, disse que, embora não acredite que um segundo referendo será realizado, também não acha que o Brexit acontecerá.
“Minha visão é de que não acontecerá”, disse Odey em entrevista. “Eu simplesmente não consigo ver como aconteceria com essa configuração do Parlamento”.
O Parlamento é amplamente considerado como pró-UE porque cerca de três quartos dos parlamentares votaram para permanecer no bloco no referendo de 2016.
Odey disse ter mudado de opinião sobre a libra durante o último mês e que parece que a moeda “pode ficar bem forte” e subir para 1,32 ou 1,35 em relação ao dólar.
Reportagem de Andrew MacAskill, Ben Martin e Maiya Keidan
Chauke Stephan Filho
15/01/2019 - 15h52
Os globalistas irão ignorar o resultado de qualquer consulta popular sobre a saída da União (Anti)Europeia sempre que o povo “votar errado”.
Jarbas Ortega
14/01/2019 - 13h33
Democracia é um sonho que ainda esta longe de existir. Até mesmo no berco de sua concepcao, a Europa. Muito comum vermos governos sendo eleitos para fazer um objetivo que no fim acaba fazendo o contrario. Ou peblicitos diretos sendo ignorados. Ou governos tomando decisoes totalmente contra a vontade de seus povos. Isso somente na Europa. Aqui em nosso paiseco, nem se comenta. Quem aqui aprova os milionarios privilegios de nossos politicos? Nao deveriam acabar se o povo nao aprova?
Democracia nao existe ainda em lugar algum…
Paulo
11/01/2019 - 17h34
Se isso se confirmar, podem dar um “RIP” na pedra da democracia direta. Desrespeito total ao povo inglês e uma derrota política fenomenal. Voltarão atrás com o “rabinho entre as pernas”, como dizem os escoceses a respeito da seleção inglesa, quando viaja para disputar uma Copa do Mundo…começo do fim da outrora orgulhosa pátria da Rainha…
Ultra Mario
11/01/2019 - 12h38
Interessante ver como num país sério é muito difícil fazer burrice que prejudique a população.
Já aqui no Brasil, o difícil é fazer o certo.