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Altman: qual autocrítica que cabe ao PT

No blog do Breno Altman/Opera Mundi Qual autocrítica cabe ao PT? Por Breno Altman 29/11/2018 De Giordano Bruno, Galilei e Copérnico, entre outros hereges, a Santa Inquisição não queria extrair apenas a liberdade ou a própria vida. Acima de tudo, buscava abjuração das ideias. Puni-los era insuficiente: a Igreja somente se dava por satisfeita quando […]

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No blog do Breno Altman/Opera Mundi

Qual autocrítica cabe ao PT?

Por Breno Altman
29/11/2018

De Giordano Bruno, Galilei e Copérnico, entre outros hereges, a Santa Inquisição não queria extrair apenas a liberdade ou a própria vida. Acima de tudo, buscava abjuração das ideias. Puni-los era insuficiente: a Igreja somente se dava por satisfeita quando beijavam a cruz e reconheciam que a Terra era o centro do universo.

Esse espírito atravessou os tempos. Muitas das vozes que exigem autocrítica do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, assim mascaram o desejo de vê-lo renegando sua natureza classista.

Líderes, intelectuais e veículos de comunicação vinculados à combalida centro-direita acenaram com apoio a Fernando Haddad, no segundo turno, desde que o PT aceitasse a supremacia da economia de mercado e a imutabilidade do Estado liberal, desfazendo-se da liderança de Lula e rompendo com aliados internacionais.

A campanha não cedeu a essas pressões, mas claudicou nas primeiras duas semanas do segundo turno, dedicando energias fundamentais à possibilidade de deslocar a centro-direita para um pacto contra o bolsonarismo. Tirou o vermelho de suas cores eleitorais, mudou o jingle, desidratou a presença de Lula, modificou parte do programa, abraçou o algoz do “mensalão” e até flertou com a Operação Lava Jato.

Há um fio condutor entre essa conduta e erros que levaram o petismo a ser presa relativamente fácil do golpe parlamentar de 2016: a ilusão de que possa haver compatibilidade entre neoliberalismo e democracia, com setores relevantes das elites reagindo a mudanças distributivas sem romper com a ordem constitucional e a soberania popular.

Essa percepção fantasiosa, inibindo tanto um projeto radical para a reforma do Estado quanto uma aposta prioritária na mobilização popular, deixou o PT vulnerável à contrarrevolução preventiva que se armou a partir de 2014.

Ficou encurralado por um cerco institucional ao qual não estava preparado para romper de fora para dentro do poder público, recorrendo à organização e ao movimento de suas bases sociais.

As lições da derrubada do governo Dilma Rousseff acabaram por levar à bem-sucedida construção do primeiro turno, iniciada ainda em 2017, marcada pelo enfrentamento ao bloco antidemocrático, a defesa da candidatura do ex-presidente Lula até o limite possível e a transferência de votos para um representante de seu legado.

O segundo turno, contudo, esteve contaminado pela centralidade da aliança com a ala moderada do neoliberalismo, jamais efetivada e de baixo potencial eleitoral. Pagou-se o preço em tempo perdido, esmaecimento de simbologia junto ao eleitorado mais pobre, perda de combatividade e alheamento da pauta econômico-social.

Quando essa miragem se desfez, na última semana, e a campanha assumiu a confrontação contra Bolsonaro em todos os terrenos, estimulou-se amplo movimento antifascista, reduzindo pela metade a diferença eleitoral que chegara a 20%. Já era tarde, no entanto.

Mesmo derrotados, porém, o PT e seu candidato caíram de pé, porque foram capazes de recompor sua identidade, negando-se ao beijo na cruz e reencontrando-se com seu veio histórico. Possivelmente preservarão condições de combate se evitarem a cantilena da autocrítica desejada por seus inimigos e até por alguns potenciais aliados.

Publicado no jornal Folha de S. Paulo em 29/11/2018

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Emiliano Anselmo

03/12/2018 - 21h04

Pois quanto antes o PT fizer sua auto crítica melhor! Explico, ‘melhor’ por que se, humildemente, entendermos a derrota perceberemos que quem perdeu foi toda a classe política, e para toda aquela população que o PT não conquistou, o partido passou a representar exatamente aquilo que nos seus primórdios condenava. E aqui não cabe dizer que foram votos manipulados, que a culpa foi da grande mídia, e blá, blá, blá, por que entre os eleitores do Bolsonaro estavam aqueles de deveriam votar na gente, aqueles que se beneficiaram dos programas criados pelo PT, do crescimento econômico, da expansão das universidades, e mesmo entre estes não conseguimos ser valorizados. Nos pregaram a pecha de corruptos e vocês sabem por que. É certo que não inventamos a corrupção, mas deixamos o rabo exposto ao agirmos como os outros agem, e INFELIZMENTE, é VERDADE, que agimos como os outros partidos que estiveram no poder. Diminuímos nosso critério ético ao negociar com o PMDB, ao negociarmos espaços no governo para aliados intencionados apenas em se beneficiar financeiramente dos cargos e das comissões.E reduzimos ainda mais nosso valor ético ao negociarmos com empresas prestadoras de serviço ao governo as contribuições indiretas para financiamento de campanhas. Caixa 2 sempre foi crime, menos legal e mais moral, mas não poderíamos ter cedido a tentação.
Deixamos de nos inconformar com os salários dos políticos, inclusive os nossos. Deixamos de nos inconformar com a qualidade da educação, principalmente a básica, mas também a universitária. Não criamos critérios suficientes para garantir educação de qualidade, fizemos apenas o que foi possível para não desagradar os aliados, que nunca ergueram as mesmas bandeiras que nós. Nos contentamos com o crescimento da economia e criamos excelentes consumidores, mas poucos cidadãos.
Fazer a autocrítica agora significa dar um passo atrás e retomar os valores que fizeram o partido crescer de fato. Lutarmos contra os privilégios da classe política e nossos políticos devem dar o exemplo, lutarmos por uma educação básica de qualidade e, é claro, valorizar financeiramente os professores. Lutarmos por uma saúde primorosa e universal que respalde as amarguras da população que sofre por falta de atenção médica e medicamentos e, é claro, corrigir a tabela do SUS, por que é impossível uma coisa sem a outra. É impossível melhorar a educação sem melhorar – e muito – o salário dos professores, e melhorar a saúde se melhorar a tabela do SUS. E se em algum nível for possível, é injusto.
Estivemos lá. Poderíamos ter caminhado mais nesses pontos, mas nos acomodamos.
Agora é hora de nos reinventarmos. Mostrarmos pra sociedade que ainda somos um reduto de ética e persistência em busca de melhorar a vida do brasileiro pobre, e para isso é preciso dizer:
– Caixa 2 NUNCA MAIS!
– FINANCIAMENTO EMPRESARIAL DE CAMPANHA NUNCA MAIS!
– CONTAS NO EXTERIOR NUNCA MAIS!
– JANTAR COM EMPREITEIROS NUNCA MAIS!
– ALMOÇAR COM OS DONOS DA MÍDIA NUNCA MAIS!
É preciso reafirmar pra nós mesmos que somos o Partido DOS Trabalhadores.

Rivellino

01/12/2018 - 00h16

Altman:
Eis a autocrítica:

“Engana-me que eu compro”

E o PT?
Qual o poder constante de sua propaganda ininterrupta?
Eis:
Vive o PT de clichês publicitários bem elaborados por marqueteiros.
Nada espontâneo.
Mas apenas um frio slogan (tal qual “Danoninho© Vale por Um Bifinho”/Ou: “Fiat® Touro: Brutalmente Lindo”).
Não tem nada a ver com um projeto de Nação.

Eis AQUI A SUPERFICIALIDADE DO PETISMO:

0.
“Coração Valente©”
1.
“A Copa das Copas®”
2.
“Fica Querida©”
3.
“Impeachment Sem Crime é Golpe©” [lol lol lol]
4.
“Foi Golpe®”
5.
“Fora Temer©”
6.
“Ocupa Tudo®”
7.
“Lula Livre”
8.
“® eleição sem Lula é fraude” [kuá!, kuá!, kuá!].
9.
“O Brasil Feliz de Novo®”
10.
“Lula é Haddad Haddad é Lula®” [kkkk]
11.
“Ele não®”.
12.
“Haddad agora é verde-amarelo ®” [rsrsrs].
13.
“LUZ PARA TODOS©” (KKKKK).

14.
“Ninguém Solta a Mão de Ninguém ©”

PT© é vigarista.
Vive de ótimos e CALCULADOS mitos publicitários.

É o tal de: “me engana que eu compro”.

Apolônio

30/11/2018 - 16h11

A “autocrítica” que o PT tem de fazer é parar de afrontar a justiça. A imagem que o partido passa é a de uma organização criminosa que, diante da incapacidade de provar a inocência do seu capo, tenta destruir as instituições democráticas para tirá-lo da prisão, recuperar o poder, retomar a roubalheira e montar um sistema que, desta vez, permita que o partido se eternize no poder e na roubalheira.

O eleitor vê a tentativa de salvar o Lula como uma tentativa de salvar a chance de voltar a assaltar o país, e só vai acreditar que o PT desistiu desse projeto se o partido abandonar qualquer tentativa de destruir a justiça brasileira, recorrendo inclusive a ingerências estrangeiras para tal.

O paradoxo aí é que petistas não têm qualquer interesse em política se não for para meter a mão no dinheiro do contribuinte. Portanto, o partido nunca vai dar uma demonstração crível à sociedade que, daqui em diante, se pautará pela ética e pelo respeito ao cidadão que paga impostos e exige serviços públicos de qualidade. Mas, ao não fazê-lo, só faz aumentar o antipetismo e o nojo que o cidadão pegou do PT, o que aumenta a marginalização que o partido vem sofrendo e o risco de a base social petista migrar, no médio prazo, para outras legendas. Salvo alguma revolução dentro do partido, é o que eu acho que vai acontecer.

    Nelson

    30/11/2018 - 23h45

    “O paradoxo aí é que petistas não têm qualquer interesse em política se não for para meter a mão no dinheiro do contribuinte.”

    Me explica então, meu chapa, como é que o PT fez para roubar tanto como você diz e apresentar os resultados a seguir:

    Reservas internacionais de US$ 375 bilhões, quando FHC havia deixado o país com uma merreca de R$ 37 bilhões.
    Construção de 214 escolas técnicas e 18 universidades federais, quando FHC não construiu nada de nada nestes quesitos.
    Redução da proporção dívida pública/PIB de 60% para 34%.
    Aumento do PIB, de R$ 1,48 trilhões para R$ 4,84 trilhões.

    Me explica, meu chapa, porque é que os deputados e senadores do PT votaram contra a reforma trabalhista, contra o congelamento dos gastos públicos por 20 anos [PEC 241/55], contra a terceirização, contra a MP do Trilhão, todas medidas que vieram em benefício dos ricaços, mi e bilionários, e em prejuízo de 95%, no mínimo, do povo brasileiro.

    Se roubaram tanto, eles não deveriam ter votado a favor do grande capital que é quem tem dinheiro para pagar propinas. Ou são os trabalhadores e o povão que têm dinheiro para isso?

    Meu caro. Se é para criticar o PT eu ajudo; tenho um caminhão de críticas ao partido. Sim, o PT cometeu inúmeros erros, sim, há petistas que se lambuzaram e têm que ser investigados e punidos exemplarmente. Com provas, provas, meu chapa. Não da forma como fizeram com Lula, Dirceu e outros que foram, sabidamente, condenados sem provas somente pelo fato de serem petistas.

    Em tempo. Antes que você ou outro leitor queiram, apressadamente, me tachar de petista, eu esclareço: não sou e nunca fui filiado a qualquer partido político. Porém, para o bem da verdade e, para que com a verdade possamos construir um país melhor para todos, é que eu não consigo ver essa mentiralhada repetida contra o PT se perpetuar e me obrigo a reagir.

      Apolônio

      01/12/2018 - 19h49

      Amigo, não adianta você querer dizer que não é petista com um post de torcedor que nem esse aí. O sucesso econômico no Brasil durante a era Lula foi puxado pelo crescimento chinês. Se o presidente tivesse sido o rinoceronte Cacareco, os resultados teriam sido os mesmos. Não vou discutir esse tipo de coisa com torcedor, mas vou responder só o seguinte, porque aí sim é algo importante

      “Se roubaram tanto, eles não deveriam ter votado a favor do grande capital que é quem tem dinheiro para pagar propinas. Ou são os trabalhadores e o povão que têm dinheiro para isso?”

      Primeiro que o grande capital adorou o governo do PT. O próprio partido, vez por outra, ainda alardeia o quanto os bancos ganharam no período. Não faltou banqueiro torcendo pro Haddad este ano, embora, pelo fim do financiamento empresarial de campanha, eles não tenham podido fazer muita coisa pela sua candidatura.

      Mas em segundo lugar, e mais importante, PT roubou exatamente do povo. A JBS era um açougue de fundo de quintal em Formosa antes do PT, e se tornou uma das maiores empresas do ramo no mundo inteiro depois. Como acontece uma coisa dessas? O PT rouba o dinheiro do contribuinte que compõe o patrimônio do BNDES, manda o banco praticamente dar essa grana com juros camaradas à JBS, que cresce de uma forma sem precedentes. Qual a contrapartida? A JBS tem que doar uma boa parte desse dinheiro de volta para o PT, via caixa 2.

      Portanto, a resposta da sua pergunta é sim, o PT roubou do povo, não dos endinheirados. Isso precisa ficar claro para todo mundo, para que se entenda o nível da traição do PT. Para a direita, pouco importa de quem o partido roubou. Para a classe média que, depois de traída pelo PT, elegeu Bolsonaro, importa muito.

        Nelson

        02/12/2018 - 22h10

        Com dificuldade de emitir algum contra-argumento coerente às observações que eu fiz e aos dados que expus, o senhor Apolônio apelou e resolveu fazer uso de um expediente muito comum entre os que demonstram essa incapacidade.

        Ao me qualificar de “torcedor do PT”, ele se utilizou do que é comumente chamado de reducionismo. Assim, se eu sou um “torcedor do PT”, como ele quer, meus argumentos não devem ser levados em conta. Reducionismo puro.

        A seguir, demonstrando arrogância de pseudointelectual, ele ousa afirmar que “o sucesso econômico no Brasil durante a era Lula foi puxado pelo crescimento chinês” e que “se o presidente tivesse sido o rinoceronte Cacareco, os resultados teriam sido os mesmos”.

        Aqui, se confundem desdém e preconceito para com o nordestino que dirigiu o país com, parece óbvio, desconhecimento total [*] do que se passou nos anos em que Lula e o PT estiveram à frente da nação.

        Um pouco de leitura do que foi a elogiadíssima – por quem é verdadeiramente nacionalista, é claro – política externa ativa e altiva desenvolvida durante os governos de Lula pelo Itamarati, sob a batuta do diplomata Celso Amorim, lhe faria bem, senhor Apolônio. Isto lhe pouparia de vir dar mancadas aqui neste blog ou em outros.

        A propósito, não posso deixar de frisar outra inconsistência de sua tréplica. O senhor poderia expor o motivo pelo qual governos como os de FHC, Itamar Franco, Collor, Sarney e até mesmo o de João Figueiredo não conseguiram sucesso no embalo do crescimento chinês.

        Afinal, sabemos que não foi só nos anos 2000 que a economia da China disparou. Desde o início da década de 1980 ela tem crescido a taxas altíssimas.

        [*] O destaque fica por conta de minha dúvida. Seria desconhecimento ou “cegueira intencional” [termo cunhado pelo linguista Noam Chomsky] de sua parte, senhor Apolônio?

          Apolônio

          03/12/2018 - 16h19

          “Desde o início da década de 1980 ela tem crescido a taxas altíssimas.”

          https://www.economicshelp.org/essays/problems-chinese-economic-growth/

          5 segundos de busca por “China GDP growth” no Google para destruir essa sua mentira. (Ou “fake news”, para usar o termo da moda.) Só olhar o primeiro gráfico da página. Mas torcedor do PT é isso aí, né? Se recusa a debater a corrupção do partido, fica tentando desviar a discussão para o marketing político, que é só o que petista sabe fazer, e tira “dados” de dentro do rabo achando que ninguém vai checar para ver se é verdade.

Paulo

29/11/2018 - 22h59

“A ilusão de que possa haver compatibilidade entre neoliberalismo e democracia”: Aí, o articulista destoou um pouco, senão muito, da realidade política contemporânea. Embora o neoliberalismo, se levado a extremos, possa comprometer a verdadeira democracia, que é burguesa e herdeira da Revolução Francesa, ele é muito mais incompatível com o socialismo…

Álvaro

29/11/2018 - 21h15

Alguém já viu a direita fazer autocrítica?

    Paulo

    29/11/2018 - 22h49

    Já vi! Acho que em meados da década de 80 (não estou certo, já me baralham as lembranças), ex-integrantes do CCC (Comando de Caça aos Comunistas), ligados à Universidade Mackenzie, em São Paulo, de extrema-direita, lamentavam ter estado do lado que estiveram, esconjurando a luta que empreenderam contra os esquerdistas, aos quais julgavam absolvidos pela história (ou pelo menos mais reconhecidos que eles), alojados na antiga FFLCH da USP, na rua Maria Antônia.

      Nelson

      30/11/2018 - 23h26

      Aqui vale relembrarmos a frase, lapidar, cunhada por Lênin para definir a democracia burguesa:

      “A democracia burguesa é o regime no qual você está autorizado a escolher, dentre os representantes da classe dominante, aquele que vai te oprimir e explorar pelos próximos três ou quatro anos.”

      Quando, sob o capitalismo, um povo ousa eleger um governante que vai, realmente, governar democraticamente, ou seja, governar para todos e não somente para os mais abastados passa a sofrer o inferno na Terra para que desista do caminho escolhido.

      Então, amigo, o Altman está corretíssimo em afirmar que não como compatibilizar neoliberalismo com a democracia verdadeira.

        Paulo

        01/12/2018 - 10h16

        E qual é a democracia verdadeira?

    mariocinelli

    30/11/2018 - 00h54

    Não, não e não. Eles não fazem, nunca fizeram e nunca farão. Basta desta ladainha de autocrítica, só da esquerda. Ora, vão se danar


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