Publicado na Revista Fórum
O editor da Fórum, Renato Rovai, foi convidado a participar, na manhã desta terça-feira (19), de debate na Comissão Geral, no plenário da Câmara dos Deputados, sobre notícias falsas ou fake news. Na ocasião, Rovai lembrou o caso do terço do Papa trazido por Juan Grabois ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde a Fórum, o Brasil 247 e o DCM foram acusados de fake news pela Agência Lupa.
Por conta da acusação, baseada em matéria do Vatican News, que posteriormente foi desmentida pelo próprio veículo, a Fórum teve conteúdo retirado do Facebook. Se dirigindo à gerente de políticas públicas do Facebook Brasil, Mônica Guise Rosina, Rovai lembrou que foi a primeira vez em 30 anos de atuação profissional que ele foi censurado.
Rovai lembrou ainda que a Fórum “é uma página de empresa jornalista constituída legalmente, com CNPJ, com diretor de redação, com jornalistas profissionais registrados, com endereço conhecido, ou seja, um veículo de comunicação”. Esta empresa, ele acrescentou “já teve aproximadamente na sua história mais de cem profissionais, jornalistas que passaram por ela, como também os meus colegas do Brasil 247 e do DCM têm jornalistas com carreira e trajetória”, exaltou.
De acordo com o editor, foi feita pela Agência Lupa “uma checagem ‘fast-checking’ e não ‘fact-checking’, açodada, feita por pessoas, com todo o carinho e respeito, que passaram pelos bancos universitários recentemente e que, ao fazer a checagem, confiaram num único veículo de comunicação, que é o site que tem relação com o Vaticano”, recordou. “Este site”, ainda de acordo com Rovai, “retirou as matérias, e aí percebi, neste episódio, que o Vaticano, uma instituição de dois mil anos, teve a capacidade de corrigir um erro que o Facebook e a Agência Lupa não tiveram”, desabafou.
Leia abaixo a fala de Renato Rovai na Câmara na íntegra:
Sou editor da Revista Fórum, doutor em comunicação e jornalista profissional há 30 anos. A Fórum começou como impressa há 16 anos e desde então está no digital. Na semana passada, pela primeira vez na história do meu exercício profissional de 30 anos, eu fui censurado.
Eu gostaria de dialogar com a Mônica Guise Rosina, gerente de políticas públicas do Facebook Brasil, que é a representante do Facebook aqui. A gente teve um conteúdo retirado da nossa página, que é uma página de empresa jornalística constituída legalmente, com CNPJ, com diretor de redação, com jornalistas profissionais registrados, com endereço conhecido, ou seja, um veículo de comunicação. Nós não estamos falando de uma espécie de página criada em algum país distante que foi construída para distribuir fake News.
Esta empresa jornalística, a Fórum, já teve aproximadamente na sua história mais de cem profissionais, jornalistas que passaram por ela, como também os meus colegas do Brasil 247 e do DCM têm jornalistas com carreira e trajetória. Esta três páginas foram censuradas. E eu falo a palavra censura, Mônica, porque censura é quando você veta uma conteúdo. Não tem outro nome a dar pra isso que o Facebook fez, e eu quero oferecer o relatório que tenho sobre isso pra você. A gente enviou para a Agência Lupa, eu conversei com eles continuamente durante os dias de apuração, que deveria ter sido feita por eles, mas foi feita em boa medida por mim. Isto, com relação a um tema que me parece de importância menor pra ser checado, que era o terço do Papa. Não é algo que atinja a sociedade, não calunia, não é crime de direitos humanos, não injuria ninguém, não tem racismo, não tem nenhuma menção a qualquer tipo de ação que merecesse observação por parte de uma agência de checagem.
Mas, foi feita uma checagem ‘fast-checking’ e não ‘fact-checking’, açodada, feita por pessoas, com todo o carinho e respeito, que passaram pelos bancos universitários recentemente e que, ao fazer a checagem, confiaram num único veículo de comunicação, que é o site que tem relação com o Vaticano. Este site retirou as matérias, e aí percebei, neste episódio, que o Vaticano, uma instituição de dois mil anos, teve a capacidade de corrigir um erro que o Facebook e a Agência Lupa (que tem apenas dois anos) não tiveram.
A Agência Lupa, depois de eu ter enviado quase uma dezena de emails explicando que eles tinham errado na apuração, que estava equivocada, ela trocou a sua informação para “De Olho”, e continua lá assim. E o Facebook, e eu vou ler aqui de forma muito breve, e eu quero oferecer inclusive como um caso, deputado Celso Pansera, para que uma comissão aqui da Câmara avalie se houve ou não neste caso o ato de censura de um veículo de comunicação neste país dentro de uma lógica da Constituição que impede esta ação.
O Facebook me mandou o seguinte comunicado: ‘A página Revista Fórum compartilhou conteúdo que foi analisado pela Agência Lupa’ – e ai põe lá o conteúdo – ‘para combater notícias falsas o Facebook remove os culpados de problemas e fornece relatórios adicionais sobre o conteúdo potencialmente enganoso. Páginas ou domínios que continuarem a publicar ou compartilhar notícias falsas terão a sua distribuição reduzida, com o aumento do número de violação ela sairá’.
Isto foi feito, Mônica, pelo Facebook. Mais do que isso, o Facebook comunicou aos leitores que compartilharam a notícia do meu veículo de comunicação.
Feito isto, para finalizar, eu tenho aqui os relatórios que demonstram que depois deste período, o meu alcance foi reduzido pelo Facebook na internet e, à despeito da Lupa ter me informado que a punição havia sido retirada, num email informal, sem nenhuma comunicação objetiva e direta, eu continuo penalizado. Continuo com uma censura privada que permanece, à despeito das retificações todas que foram realizadas.
Por fim, numa homilia do Papa Francisco no último domingo, ele fala da verdade da comunicação, insinuando que está discutindo um pouco sobre este episódio. Cada um pode achar de uma forma, mas é muito curioso que o Papa fale em liberdade de comunicação neste momento.
Leandro_O
20/06/2018 - 09h56
Chega a ser engraçado, mas pode ser também patético, querermos discutir manipulação no âmbito de uma empresa privada. Por um acaso, aconteceu algo com a Globo que eu não estou sabendo?? A Globo teria parado de publicar o quiser e omitir o que quiser??
O certo seria desincentivar o uso do Facebook e pronto. Facebook não deveria servir para se ler notícias!!
O problema da análise é que não estão atacando a raiz da coisa!
Dorgival
20/06/2018 - 07h40
Batedores de panela, brasileiros de camisetas da corruptissima CBF, tem uma dificuldade incrível de raciocínio lógico, porisso são conhecidos como os descerebrados. Viram o debate sobre o fake news na Câmara dos Deputados, mas acharam que se tratava de uma discussão sobre propriedade privada da comunicação onde tudo se resume no “ fica ou sai”,ou aceita as regras ou “pica a mula” se não está satisfeito. Não têm noção do que seja censura controlada por opositores a serviço de interesses escusos de um grupo de lesa pátria.
Brasileiro da Silva
20/06/2018 - 23h31
Sim, o único ser pensante no mundo é o Sr. Facebook é concessão do governo? Não. Então ou aceite as regras, ou caia fora.
Brasileiro da Silva
19/06/2018 - 21h56
Não entendo esse posicionamento. Pedem para participar de uma empresa privada (facebook), reclamam das normas, mas não saem dela. Se não gostou da atitude, cancele o perfil. Até a FSP é mais corajosa que a esquerda.
assim falou Golbery
21/06/2018 - 15h12
se fosse privada de fato, cobraria mensalidade. Porém, facebosta , como tanto, se finge ser de utilidade pública e das benesses que a lei oferece para produzir imbecis e ganhar fábulas dos organismos governamentais
Batista Neto
22/06/2018 - 23h48
Pelo jeito, tem muito mais coisas que vc não entende, hein companheiro?
Batista Neto
23/06/2018 - 00h05
Não é por ser uma empresa privada com sede e compromissos no exterior que o FAKE book está habilitado para estabelecer regras e normas que viola a LEI, viu cumpadi?
E, nesse caso, a LEI a ser respeitada é a Lei Maior, a Constituição Federal de 1988 que garante o direito à livre manifestação do pensamento e portanto, VEDA a censura sob qualquer forma ou pretexto, no Artigo 5º, parágrafo IX, que estabelece:
(…)
“…é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença…”
O problema é que, sob o pretexto de combater FAKE news, o FAKEBOOK contratou uma FAKE agência, chamada Lupo que, por sua vez é ligada a uma revista de banqueiros, a Piauí que, por sua vez é patrocinada pelas Fundações do George Soros para, em fim e na verdade, travar guerra contra o jornalismo alternativo que incomoda, porque desvela as mentiras publicadas pela Imprensa Comercial, já completamente controlada pela BANCA rentista da agiotagem nacional e internacional.