Em declaração ao El País, a escritora portuguesa Maria Teresa Horta, de “Novas Cartas Portuguesas (em colaboração)“; “Minha Senhora de Mim“; “A Mãe na Literatura Portuguesa“. Escritora portuguesa criticou o crescimento do fascismo no Brasil e a prisão do ex-presidente Lula
As coisas avançaram evidentemente, mas o fascismo está sempre a espreitar uma ocasião, um buraquinho, um sítio, um país, um ser humano. Está sempre ali para saltar em cima. Nós, portugueses e brasileiros, que já passamos por fascismos, sabemos que eles estão por aí. E, pior, agora estão por aí a olhar para nós com suásticas tatuadas nos braços. É preciso ter muito cuidado, porque os campos de concentração podem ser reabilitados e nós estaríamos lá dentro. É preciso estar muito atentos ao que se passa à nossa roda, porque, caso contrário, prende-se, como se fez ao Lula, para ver se o cala. Fico animada quando olho para Portugal e vejo que somos um dos únicos Governos de esquerda em um mundo que está a ver renascer muito dos fascismos. Gosto muito do primeiro-ministro António Costa e o conheço desde pequenino. Ele é filho de uma das poucas jornalistas que já estavam no jornalismo quando eu cheguei lá, a Maria Antónia Palla, foi criado por uma feminista e, por isso, sabe, como o meu filho também sabe, que não é senhor de nada nem de ninguém.
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