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Nicolelis: “Ciência brasileira está sucateada”

O cientista brasileiro Miguel Nicolelis falou ao site Tutaméia sobre os retrocessos que o golpe de Temer implantou no país, principalmente no desenvolvimento da ciência e tecnologia. Nicolelis é um dos mais importantes cientistas do mundo. Membro das Academias de Ciência brasileira, francesa e do Vaticano, doutor em Medicina pela USP, ele recebeu mais de […]

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Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

O cientista brasileiro Miguel Nicolelis falou ao site Tutaméia sobre os retrocessos que o golpe de Temer implantou no país, principalmente no desenvolvimento da ciência e tecnologia. Nicolelis é um dos mais importantes cientistas do mundo. Membro das Academias de Ciência brasileira, francesa e do Vaticano, doutor em Medicina pela USP, ele recebeu mais de 30 prêmios internacionais. Desde 1994, é professor da Duke University, nos EUA.

“Nunca haveria de uma votação cujo motivo subliminar é a entrega do país. Não era o jogo de tirar a presidente, que era jogo de cartas marcadas. Em jogo ali era o primeiro capítulo dessa tragédia que um dia pode ser escrita com o seguinte título: ‘O Começo do Fim do Estado Brasileiro’. É isso que eu temo deixar para os meus netos”, declara. E emenda: “Pode parecer exagero, eu estou muito tranquilo nessa análise. Acho não demos a devida dimensão do que está havendo aqui”.

“Tem interesses externos geopolíticos gigantescos, que não passam nem por governos, mas por interesses corporativos”, ressalta. Mas acrescenta: “O Brasil é muito proeminente na geração de uma quinta coluna tão efetiva. Não conheço nenhum outro país que seja tão fácil arregimentar pessoas nativas desse país para destruir a viabilidade do próprio país. Isso é muito proeminente nesse país. Tivemos a França de Vichy [governo francês fantoche dos nazistas, entre 1940-1944], mas aqui salta aos olhos. O Brasil é um país dividido profundamente hoje. Em outros tempos, teria muito receio em imaginar se esse país continuaria a ser um país só”.

Em 1964, observa, “a correlação de forças jogou o Brasil numa ditadura militar, mas onde os militares tinham um plano de Brasil. Não concordo [com o que o regime fez], mas não havia dentro do movimento militar o desejo de destruir a soberania brasileira, entregar a Amazônia, a nossa fronteira marítima –que era muito menor do que é hoje. Os militares foram atrás das 200 milhas, preservar a Amazônia, [criaram] a Embraer, o computador brasileiro, universidades federais. Não existia naquele golpe a estratégia de destruir o brasil como player mundial –e nesse existe. Desde a concepção, nesse golpe o mantra central é alijar o Brasil de ser um player mundial. Em todas as esferas”.

Acesse a entrevista completa neste link

Veja a entrevista:

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Comentários

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Adalberto

02/05/2018 - 06h43

Correto. É um dos comentários mais lúcidos e precisos sobre o que estamos vivendo nestes dois últimos anos. Parabéns ao senhor Nicolelis.


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