Ao receber um prêmio, há alguns meses, pelos serviços prestados ao imperialismo, o juiz Sergio Moro disse uma frase pomposa, em inglês: que o tempo dos “robber barons”, os barões do crime, havia acabado.
O ministro Luis Roberto Barroso, que se tornou o principal lavajateiro no STF, tem dito coisas similares.
Pois bem, hoje, no Valor, me deparo com singela reportagem intitulada Refis reduz dívidas dos parlamentares.
Vou resumi-la para vocês. Por ocasião de sua luta para não ser cassado, Temer aprovou uma medida que reduzia drasticamente as dívidas fiscais, incluindo a dos próprios parlamentares.
É corrupção na veia! No entanto, não há editoriais nos jornalões. Procuradores não ameaçam jejuar contra a impunidade. Juízes não fazem passeata até o STF.
As empreiteiras tinham que construir estradas, refinarias, hidrelétricas, ferrovias, para sobrar propina para algum político.
Os amigos de Temer não precisam fazer nada: apenas convencer que Temer não vete uma medida para que não paguem os impostos que deviam.
Aliás, é muito melhor que corrupção, porque não tem risco! Não tem Lava Jato na cola!
O senador Zezé Perrela, aquele do helicóptero com meia tonelada de pó, cujo filho virou diretor da CBF, foi o principal beneficiado: devia R$ 46 milhões, e agora só deve R$ 7 milhões. Um descontinho básico de R$ 38 milhões!
Com um governo assim, vale a pena apoiar um golpe, né?
O engraçado ainda é a reportagem do Valor, que inicia com uma tirada constrangida:
As mudanças feitas por deputados e senadores no programa de refinanciamento de dívidas (Refis) com a União, a contragosto da equipe econômica do governo (…)
A contragosto? Me permitam rir um pouco. Se é a contragosto, então que vete ora pois! A Globo (o Valor é da Globo) quer enganar quem com seu chapa-branquismo pegajoso?
A medida foi proposta pelo próprio governo, como forma de propina legalizada para salvar o presidente de uma denúncia criminal!
Ao todo, 73 congressistas, quase todos de partidos da direita, como PSDB, PMDB, DEM e PP, aderiram ao trem de alegria, que reduziu em até 90% suas dívidas. Somados, esses parlamentares deviam R$ 217 milhões à União.
Com os descontos aprovados por eles mesmos, essa dívida foi reduzida para metade, R$ 108 milhões. Ou seja, Temer distribuiu R$ 109 milhões para 73 deputados de sua base aliada.
Esse número de 73, no entanto, é um pouco injusto, porque inclui deputados do PT e PCdoB cujos abatimentos foram insignificantes.
O deputado Assis Melo, do PCdoB, por exemplo, devia R$ 4 mil, e terá desconto de R$ 1,3 mil… Entre os quatro parlamentares do PT , apenas um tal de Assis Carvalho terá um desconto razoável, de 51% em sua dívida, o que resulta em abatimento de R$ 140 mil. Os outros três terão desconto irrisório.
Nada comparado aos descontos de que gozarão parlamentares como o já citado Perrela (MDB), de 83% do total de sua dívida, João Gualberto, de 95%, ou Newton Cardoso, de 92%.
Outro caso que chama a atenção é o do deputado Bonifácio Andrada, um veterano da UDN, Arena, PSDB, e hoje no DEM, que ganhou o pixuleco de R$ 18 milhões, em virtude do desconto de 60% de sua dívida com o fisco.
E pensar que, um dia, o maior escândalo da Terra era o mensalão de Roberto Jefferson, que acusou o PT, sem provas como de praxe, de distribuir R$ 30 mil para deputados que votassem com o governo…
Agora as provas são publicadas no Diário Oficial da União, com assinatura do presidente da república, e divulgadas pela Globo como medidas tomadas “a contragosto” pelo governo.
EDUARDO VOLPE
16/04/2018 - 18h46
No Brasil pau que dá em Chico não dá em Temer e Alckmin. Lamentável
Antonio Sobreira
16/04/2018 - 16h52
existe lágrimas de crocodilo e agora jejum de escroquedilo….esse Power Point boy..afff
Napo
16/04/2018 - 13h30
Quilhotina!