Diante da injusta decisão tomada pelo STF nesta quarta-feira, os democratas devem, antes de tudo, manter uma postura serena, prudente, objetiva.
Não é o momento para arroubos. A situação é perigosa. O Brasil se tornou um regime extremamente autoritário e violento. A polícia mata. O exército mata. Não há investigação de crimes cometidos por policiais.
O Ministério Público inventa acusações. O judiciário condena sem provas. O elo que amalgama todo o movimento, conferindo-lhe unidade e coerência, é uma grande mídia sem compromisso com valores democráticos.
O campo popular nunca viveu uma situação tão vulnerável. Pessoas de esquerda estão sendo perseguidas em todo país: demitidas, vigiadas, agredidas.
Uma vereadora socialista foi executada no Rio, cinco jovens foram mortos em Maricá, o governo entrega nossas riquezas, desmantela centros de pesquisa, campos universitários, fecha hospitais, bloqueia recursos financeiros devidos aos estados, e Luis Roberto Barroso comemora tudo isso como um movimento de “refundação da república”.
O governo não foi eleito e não demonstra preocupação alguma com a segurança da população. Não me refiro apenas à segurança em relação à criminalidade. Falo de segurança alimentar, jurídica, constitucional. Segurança de que haverá saúde e educação públicas para o povo. De que haverá empregos.
Não há mais segurança de nada.
Rodrigo Maia declarou, há alguns meses, que a agenda do congresso é a mesma do “mercado”. O que é parecido, aliás, ao que Rodrigo Janot, então procurador-geral da república, havia dito sobre a Lava Jato, quando estava em Davos: que ela é “pró-mercado”.
O comandante do exército lança ameaças veladas – e sinistras – contra o STF e o governo reage com muxoxos tímidos. A única reação às mensagens do general veio do decano do STF, Celso de Mello, durante a leitura de seu voto no debate sobre o habeas corpus de Lula.
O Valor, jornal econômico da Globo, estampou hoje, na capa, que “Lucro cresce 49% no quarto trimestre”. A reportagem é uma mistificação, porque olha apenas a situação de grandes empresas de capital aberto, as quais, mesmo não sendo financeiras, se beneficiam do aumento do capital especulativo nas bolsas.
Na economia real, temos um quadro de desemprego, precarização do mercado de trabalho e queda brutal do nível de investimentos.
Esses dois números comparados, o aumento no lucro de algumas empresas de capital aberto e o aumento do desemprego, revelam uma coisa: o Brasil está vivendo um momento de acelerada e brutal reconcentração da renda – que já é a maior do mundo.
Segundo o Banco Central, os investimentos estrangeiros diretos no país caíram de 16,7 bilhões de dólares nos dois primeiros meses de janeiro de 2017, para 11,2 bilhões em igual período deste ano, queda de 33%.
Os desembolsos do BNDES este ano estão sofrendo redução brutal: nos dois primeiros meses deste ano, ficaram numa média mensal de 5,5 bilhões de reais, 85% a menos que a média mensal de 2017, que foi de mais de 36 bilhões de reais.
Os números do comércio exterior revelam, por sua vez, que o Brasil continua aumentando fortemente suas importações de derivados de petróleo. A importação de combustíveis e lubrificantes totalizou 5,6 bilhões de dólares no acumulado dos três primeiros meses do ano, aumento de 45% sobre igual período de 2017.
Nos últimos 12 meses até fevereiro, a importação de óleo diesel totalizou US$ 6 bilhões, dos quais quase 80% vieram dos Estados Unidos.
Ou seja, mesmo tendo descoberto o pré-sal, o Brasil volta a ter déficits na balança comercial do petróleo (ou a não ter o superávit que poderíamos alcançar): exportamos 3,22 bilhões de dólares em jan/fev em petróleo bruto, mas importamos, no mesmo período, quase 4 bilhões de dólares em derivados do petróleo (óleo diesel, gasolina, propano, nafta, gás natural).
Sobre o desemprego, já falei em post anterior. As vagas que vem sendo geradas estão em setores precarizados e vulneráveis. Os empregos no setor privado, com carteira assinada, continuam caindo. Uma quantidade monstruosa de pessoas tem escolhido trabalhar por “conta própria”, ou em trabalhos informais, auferindo uma renda muito inferior àquela obtida por meio do emprego com carteira assinada.
A dívida pública está aumentando com uma velocidade alarmante: a dívida líquida do governo geral (que inclui tudo: federal, estatais, estados e municípios) saiu de 47,8% em 2016, para 53,9% em fevereiro de 2018. A dívida bruta do governo geral pulou de 70% em dezembro de 2016, para 75% em fevereiro último.
O Rio de Janeiro vive uma situação fiscal dramática, sem paralelo no país. A Lava Jato conseguiu fazer um estrago terrível nas finanças estaduais: a dívida líquida do estado já está em 170% de sua receita corrente líquida. São Paulo é o segundo estado com mais problemas neste sentido, com uma dívida correspondendo a 105% da receita corrente líquida do estado. Mas São Paulo tem um agronegócio e uma indústria fortes. Com o fim da indústria naval, a suspensão da Comperj, a paralisação do projeto do Submarino, o Rio não tem mais nada.
Em meio a essa conjuntura, o partido do judiciário nega habeas corpus a Lula, após um processo irregular, no qual o presidente é condenado sem provas em duas instâncias.
O que fazer?
Essa pergunta, a gente tentará respondê-la amanhã.
Mauricio
06/04/2018 - 09h20
Ser pobre de direita e manipulado já é algo grave, agora, ter orgulho de ser essas duas coisas é de lascar.
Das Geraes
05/04/2018 - 23h01
O que tem de pobre de direita e midiota neste “cafezinho” é algo assustador. Dá pra sentir o tanto que esses brasileiros foram idiotizados pela mídia golpista. Fica evidente que o sujeito fala pelos cotovelos. É triste ver esses “pão com mortadela” defendendo e lambendo o saco dos ricos. Com certeza, não tem onde cair morto e dá uma de milionário. Acorda, imbecís! Vocês são tão pobres e desfavorecidos quanto todos nós.
Jorge
05/04/2018 - 20h52
“Diante da injusta decisão tomada pelo STF nesta quarta-feira, os democratas devem, antes de tudo, manter uma postura serena, prudente, objetiva. Não é o momento para arroubos. A situação é perigosa. O Brasil se tornou um regime extremamente autoritário e violento. A polícia mata. O exército mata. Não há investigação de crimes cometidos por policiais.”
Está muito difícil .. !
Joao Cardoso
05/04/2018 - 13h28
O programa dos “campeoes nacionais” quebrou toda a concorrencia no mercado brasileiro e foi um dos estopins para a grande crise. O governo mandava milhoes para seus queridinhos, o que acaba com a competitividade das concocorrentes menores que nao recebem a bondade , no fim criou gigantes ineficientes e dependentes que quebraram assim que acabou a ajudinha do dinheiro do povo. Nao é a toa que todos paises ricos como Suécia, Alemanha, EUA estao no topo do Rank de Liberalismo Economico. O Brasil com seu governo socialista intrometedor na economia, como todos paises do terceiro mundo estao no fundo desse rank
https://en.wikipedia.org/wiki/Economic_Freedom_of_the_World
Joao
05/04/2018 - 14h37
Os liberais dos paises citados não são entreguistas. São nacionalistas.
Os liberais do Brasil não são nacionalistas. Se vestem de verde e amerelo para vender o pais. Sempre foram entreguista.
Canalhas.
Fabio
05/04/2018 - 10h38
Lula é covarde, se fosse corajoso pediria asilo na embaixada da Russia e de la organizaria a luta contra a ditadura togada.
Mas é covarde e vai se entregar sem lutar.
Elena
05/04/2018 - 10h03
Em suma: prevejo que, a médio prazo, seremos terra arrasada. Quem diria…. um país tão rico em água, minerais como o nióbio (e onde tem nióbio tem o tântalo), e sendo o único país que conseguiu chegar na camada pré-sal, vai terminar dessa forma…. Triste, muito triste tudo isso!
Antonio Passos
05/04/2018 - 10h00
Pra mim a primeira coisa seria Lula buscar um asilo político, para comandar uma longa resistência de fora do país.
O Brasil é hoje um país morto. Não há o que fazer neste momento, todas as instituições estão tomadas e o povo com o rabo entre as pernas, como quase sempre.
A menos que ocorra um evento muito traumático que desmonte o golpe, não há o que fazer no futuro próximo.
Só preservar Lula de passar pelo que fizeram com Cabral.
Cuca
05/04/2018 - 09h43
Vou comprar arsênico!!!! Não aguento mais.
Loide
05/04/2018 - 09h28
Miguel, concordo com vc. Injusto mesmo os votos dos ministros Gilmar, Lewandowski, Marcos Aurélio e Celso de Mello. Penso que esses ministros não estão mais aptos pra decisões tão importante. Deveriam aposentar.
Antonio Passos
05/04/2018 - 09h56
Seu texto está codificado ? É uma parábola ? Uma metáfora ? Ou é simplesmente uma bobagem ?
Beto Castro
05/04/2018 - 09h14
Miguel tem toda a razão. Nada de arroubos. Minha avó já dizia que quem mente, rouba. O castelo de cartas do golpe não tem sustentação, porquanto é toda baseado em falsificações, mentiras, aleivosias e completamente corrupto, carcomido e ultrapassado. Somos milhões de Lulas e elegeremos milhares de Lulas. Logo pegaremos os Calabares da República sem quaisquer movimentos bruscos, como jogar pedras em tanques, como disse o Rosário. Os putrefatos do golpe por si só se destroem. pois contem as sementes envenenadas da autodestruição. A entropia da linha do tempo sobre a velhacaria da bostejação inútil é implacável. Quem se lembra dos milicos golpistas com doença de Alzheimer de 1964? Todos os golpistas passarão à história como torturadores e colaboracionistas da alta traição. A Nação é eterna, perene e indivisível.
Erimosi
05/04/2018 - 09h36
Muita gente se lembra dos “milicos golpistas de 1964”.
E se lembra bem.
Cometeram erros, sem dúvida, mas tinha um projeto para o país, construiram muito da infraestrutura atual, tentaram fazer um planejamento economico de longo prazo e nenhum dos “ditadores militares” morreu rico, com triplex no Guaruja ou sitio com pedalinho.
Todos eles deixaram poucas posses aos herdeiros, e a esposa deles de modo algum apareceu com injustificáveis contas de aposentadoria.
Muiito diferente do Lula.
Elena
05/04/2018 - 09h57
Esqueceu do general Amaury Kruel e as malas cheias de dólares que recebeu de suborno para trair Jango e apoiar o golpe militar, conforme denunciou o coronel reformado, sr. Erimá Pinheiro?https://www.youtube.com/watch?v=abwKTy4d4Z4
Erimosi
05/04/2018 - 11h05
Resposta para a Elena, para quem não é possivel responder:
Sim, houve erros e corrupção entre militares.
Mas isso não foi apoiado pelo regime, nem os chefes máximos destes regimes se aproveitaram disso.
É o contrario do que ocorreu na Era PT, quando a corrupção desenfreada no levou à crise pela qual hoje passamos.
Elena
05/04/2018 - 15h53
Corrupção desenfreada, meu caro? Ah, faça-me o favor…. como podes dizer isso se tudo o que aconteceu antes foi tudo devidamente empurrado para debaixo do tapete? Além disso, os maiores casos de corrupção foram: Banestado, onde tivemos o desvio de US$ 124 bilhões e a Privataria Tucana que desviou R$ 100 bilhões de reais.
Fred
05/04/2018 - 08h58
A crise no RJ é causada pela Lava-Jato??? Ou autor do texto abusa da má fé ou não deve ter a mínima ideia da diferença entre causa e consequência.
A Lava-Jato é a causa da crise econômica em que o RJ está submerso, Miguel do Rosário??? Ou é a corrupção desenfreada e sistematizada durante os anos do desgoverno do petê (não somente, diga-se de passagem)???
Miguel do Rosário
05/04/2018 - 09h47
Que corrupção? A causa é a Lava Jato. E o PT nem era governo no Rio.
leonardo-pe
05/04/2018 - 13h52
Miguel: é inacreditável a demência e a burrice desse povo que vem aqui no seu espaço”o cafezinho”. nunca vi tanto MIDIOTA por metro quadrado. com um povo desse, nosso destino é a falência.
Gustavo
05/04/2018 - 14h46
Qualquer operação que investigue a corrupção em uma escala como a da lava jato irá prejudicar a economia.
Isso é inclusive esperado porque quando se revela a quantidade de corrupção e proprinas em uma empresa do porte da Petrobrás qualquer investidor irá se assustar.
A questão é decidir se será investigado até o final ou se vai fazer um bem bolado (em prol de uma melhora econômica) e jogar o ilícito para debaixo do tapete
Não vou entrar no mérito se a lava jato está ou não fazendo isso ou a serviço de quem mas qualquer investigação vai trazer um efeito desses. Se eu fosse dono de grande capital estrangeiro e escutasse a palavra corrupção, propina, etc certamente ficaria desmotivado para investir. E para investir iria me perguntar se o problema foi resolvido e se é seguro investir.
Só não vi muita coerência em associar a lava jato com a situação fiscal do RJ. O ex governador tem 22 acusações relacionadas a desvio de dinheiro e o seu sucessor (que participou do governo anterior) também já está começando a encrencar-se. Isso sem falar nos políticos presos da ALERJ também acusados de desvios.
Adicione aí que foi realizada uma mega olimpíada onde até hoje não se apresentou o balanço para dizer se ela deu ou não lucro (e se esse lucro ficou aqui). Sem contar a copa que foi um enorme abacaxi.
Não consigo ver muita ligação da lava jato com a situação fiscal do RJ. Se existe penso ela ser menos influenciadora do que os desvios de seus governantes
leonardo-pe
05/04/2018 - 13h50
mas é um BURRO. mais 1 que passa recibo. sou Midiota! com um povo desse, nosso destino é a falência. e depois, uma humilhação histórica!
Marcus Pereira
05/04/2018 - 16h07
A corrupção sozinha sempre esteve no RJ e nunca fez cócegas em sua economia, a Lavajato sim, somado a incompetencia e corrupcão de seus governantes, quebraram o RJ, além do mais o PT nunca governou o RJ, o pmdb de Temer sim.
Erimosi
05/04/2018 - 08h43
Estamos em crise, sem duvida, mas não diria que estamos piorando economicamente.
Algumas notícias anteriores comprovam isso, e hoje, com certeza, teremos uma queda no dólar e uma alta na bolsa, com a iminente prisão do Lula.
– VENDAS DOS SUPERMERCADOS SOBEM 2,7% EM JANEIRO, DESCONTADA A INFLAÇÃO
– PIB BRASILEIRO CRESCE 1,0% EM 2017, APÓS 2 ANOS DE RETRAÇÃO
– EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS SUPERAM IMPORTAÇÕES EM US$ 4,91 BILHÕES
É o melhor fevereiro desde 1989
– AGROPECUÁRIA AJUDA E ECONOMIA CRESCE 1% EM 2017, APÓS DOIS ANOS DE RECESSÃO
– MERCADO FINANCEIRO REDUZ EXPECTATIVA PARA A INFLAÇÃO EM 2018
Previsão para o IPCA deste ano passou de 3,94% para 3,84%. Revisão acontece após resultado da inflação de janeiro, que veio abaixo do esperado.
Ultra Mario
05/04/2018 - 09h44
Esse aumento do PIB foi todo no setor agrícula. Ou seja, industria (aonde estão os melhores empregos) parada. E outra, a população cresce a 1.7% ao ano… ou seja, o PIB per capita, que é o que vale mesmo, ainda foi negativo. Ainda ficamos mais pobres. E como estamos no Brazil, essa “””recuperação””” dos 1% foi toda pro bolso dos ricos.
Erimosi
05/04/2018 - 11h10
Sim, o aumento do PIB foi para basicamente para a agricultura porque o “programa economico” do PT foi tornar o Brasil um mero exportador de Commodities, e importador de produtos industrializados da China.
Foi assim Lula criou o programa “Campeões Nacionais”, que patrocinou Eike Batista, JBS, Oi Telefonia, com dinheiro publico do BNDES – todos fracassos para nosso desenvolvimento economico.
E Lula acabou com nossa industria nacional, assim procedendo, fazendo-nos contrair a ‘Doença Holandesa’ (quando um país fica refém das exportações de commodities, que baixam a balança cambial, prejudicando as exportaçoes de produtos industrializados).
E assim Lula acabou com a industria nacional.
Expliquei-te ?
saulo
05/04/2018 - 12h48
– Aumento do PIB, como disseram acima, foi resultado de safra extraordinária;
– O mesmo com as exportações (agricultura);
– O “mercado” (agiotas com informação privilegiada) previu que o dólar abaixaria quando Dilma saísse; dê uma olhada no valor e confira o que houve (já ouviu falar em “especulação”?);
Erimosi
05/04/2018 - 13h24
1. o PIB cresceria 0,3% sem o agronegócio – muuuuitooo melhor que a recessão deixada pelo PT.
2. A cotação do cambio nada mais é que o preço de equilíbrio entre oferta e procura no mercado de moedas.
A moeda instável é trocada pela moeda estável pelo mercado, logo a primeira baixa e a segunda sobe.
Mas quando a situação se estabiliza, a moeda ganha
E nada melhor que tirar um governante sem competencia, como a Dilma, para melhorar a situação do país.
Entendeu por que a real se valorizou apos o impeachment da Dilma ?
Mauricio
06/04/2018 - 09h28
Erimosi, esse “crescimento” economico foi noticiado pela mídia que tenta a qualquer custo elevar a aceitação do presidente golpista, nenhum Economista ( estou falando Economista, e não analista de mercado ), confirma essa recuperação, o desemprego não confirma, o subemprego não confirma…