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O merecido naufrágio da direita brasileira

Ainda é cedo para comemorar. Serra é um candidato perigoso, ultra-agressivo, que lida com as trevas mais sinistas da política brasileira. Mas dá gosto ter esperança!

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Hoje temos boas novas! Vocês sabem muito bem que não finjo imparcialidade. Imparcial, só o William Waack, com seu sorrisinho maligno sempre que vislumbra uma notícia negativa na economia brasileira. Nesses momentos, que felizmente tem sido raros, ele e Sardenberg ficam batendo bola, relaxados e felizes, tentando transformar algum índice fugaz em sinal de desgraça irreversível.

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Como ia dizendo, a primeira boa notícia é que Fernando Haddad abriu 20 pontos de vantagem sobre José Serra. A estratégia de baixaria, kit gay, mensalão, ofensa a repórteres, não deu certo. O eleitor quer propostas concretas e um debate de alto nível.

Evidentemente, ainda é cedo para comemorar. Serra é um candidato perigoso, ultra-agressivo, que lida com as trevas mais sinistas da política brasileira. Ele está visivelmente desequilibrado e o posicionamento negativo nas pesquisas certamente irá piorar seu humor. Se há alguma caixa de pandora na política paulistana, seguramente o tucano está tentando arrombar.

Uma eventual derrota tucana em São Paulo, no entanto, terá um significado especial. Mostrará que os brasileiros estão mais preparados para enfrentar a manipulação midiática, além de significar o naufrágio eleitoral, ao menos por enquanto, da direita nacional.

A outra boa notícia é que o Congresso decidiu prorrogar a CPI do Cachoeira por tempo indeterminado. A notícia é um tapa, sem luva de pelica, nos jornalistas que vinham noticiando o fim da CPI. Não acabou e não vai acabar assim fácil. A CPI já levantou toneladas de documentos que incriminam Carlos Cachoeira, Demóstenes Torres, Marconi Perillo e a empresa Delta. Com mais tempo, poderá incursionar pelo braço midiático do Clube Nextel, representado pela revista Veja.

Voltando ao embate em São Paulo, o declínio de Serra traz alívio ao brasileiro esclarecido, porque mostra o fracasso da estratégia da baixaria.

O tucano, esta semana, agrediu Kennedy Alencar, em entrevista para a CBN. E agora partiu para o ataque contra

 

A agressão de Serra a jornalistas levou o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo a afirmar que o candidato pratica uma forma de censura à imprensa.

De fato, Serra é um homem poderoso, apesar das derrotas políticas. É um dos principais líderes nacionais da oposição. O tom de ódio, as agressões verbais, contra jovens repórteres, que estão apenas fazendo seu trabalho, constitui uma forma insidiosa de intimidação e, portanto, agressão à liberdade de imprensa. O que é algo infinitamente irônico. No momento em que os aliados de Serra, os barões da mídia latino-americana, fazem uma reunião em São Paulo e acusam a esquerda de atacar a liberdade de imprensa, o tucano mostra, na prática, o que é atacar a imprensa. Basta imaginar os editoriais dos jornalões se fosse Haddad quem respondesse, de maneira agressiva, atacando os jornalistas, dizendo que eles trabalham na campanha tucana, apenas porque estes fizeram perguntas incômodas?

Essas eleições, como todas, estão sendo muito úteis para entendemos o Brasil. Se o petista ganhar, teremos a vitória de uma tese. De que politica não pode ser criminalizada, e que a manipulação moralista não encontra eco junto à maioria do eleitorado. O eleitor não é leniente com a corrupção, mas também não é trouxa de eleger um candidato incompetente, agressivo e conservador apenas porque a mídia demoniza aquele no qual deseja votar.

Além disso, a minha teoria maluca, de que o mensalão pode ter ajudado eleitoralmente o PT, começa a fazer sentido. Esperemos os resultados das urnas, porque pesquisas não fazem verão.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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RONALDO BRAGA

19/10/2012 - 12h25

Miguel, olha aí a posição “progressista” do PSOL. Alguma surpresa na posição adotada pelo PSOL no segundo turno da eleição da capital paulista? Este é o manjado PSOL. A extrema esquerda que se encontra alegremente com a extrema direita.

Do site Carta Maior
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21108

Plínio e PSOL explicam posição sobre segundo turno em São Paulo

Em reunião realizada quarta-feira à noite, Diretório Municipal do PSOL definiu posicionamento do partido no segundo turno da disputa à prefeitura de São Paulo. A decisão aprovada pelo partido é por não indicar voto nem em José Serra (PSDB) nem em Fernando Haddad (PT), embora admita que “parte da militância do PSOL votará legitimamente em Haddad para enterrar Serra”.
Fábio Nassif

São Paulo – O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) reuniu na noite de quarta-feira (17) o seu Diretório Municipal para definir posicionamento diante do segundo turno na disputa à prefeitura de São Paulo. A decisão aprovada pelo partido é por não indicar voto nem em José Serra (PSDB) nem em Fernando Haddad (PT).

A nota divulgada pelos socialistas, no entanto, faz diferenciações entre as candidaturas no pleito. “Rejeitamos veementemente a candidatura de José Serra, responsável direto pelos problemas sociais que a cidade vive. As gestões Serra-Kassab foram um desastre para os trabalhadores e para o povo pobre, reduziram direitos sociais, precarizaram os serviços públicos e governaram diretamente para as elites da cidade, aprofundando o abismo social entre ricos e pobres. Não há qualquer perspectiva de diálogo entre o PSOL e o projeto de Serra”, diz trecho sobre o tucano.

Na opinião do diretório municipal do PSOL, o candidato petista “tem limites muito explícitos para ser a alternativa que São Paulo precisa. Sua campanha milionária, bancada pelas mesmas grandes empreiteiras que financiam Serra condicionam a política urbana futura, como ficou claro na apresentação do principal plano de Haddad – o arco do futuro – para os megaempresários do Secovi. As alianças espúrias como Maluf, por exemplo, também cobrarão a conta na possível prefeitura”.

Apesar da ponderação no texto que “estamos cientes que uma parte da militância do PSOL votará legitimamente em Haddad para enterrar Serra e outra parte não votará em ninguém também de forma legítima”, a posição da instância é não indicar voto em nenhum “entendendo que nossos eleitores são suficientemente capazes e politizados para tomar uma decisão para o segundo turno”.

Plínio e o twitter
Uma mistura de deleite e decepção tomaram conta das redes sociais nesta quarta-feira após comentário do candidato à presidência da República pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio sobre seu posicionamento no segundo turno do pleito paulistano.

A reação jocosa de apoiadores do candidato petista à prefeitura – e até de militantes que fazem parte da oposição de esquerda ao governo federal junto com o PSOL -, veio após Plínio divulgar em seu twitter: “O importante agora é derrotar o Haddad porque ele é incompetente e porque sua vitoria fortalece, o Lula e a turma do Mensalão”.

O dirigente foi bombardeado de questionamentos e insinuações de que estaria apoiando José Serra e teve que se dedicar a explicar posição. “Oh! meu Deus! Como esse povo gosta de fofoca. O fato de dizer que considero o Serra melhor que o Haddad não implica que deixarei de votar, como sempre fiz, de acordo com o meu partido”, escreveu no Facebook completando com a declaração de que votará nulo.

Com a ajuda de matéria da Folha de S. Paulo desta quinta-feira, intitulada “Fundador do PT, Plínio ataca Haddad e diz preferir Serra”, a pressão contra o psolista aumentou. Plínio fez mais de dez postagens nas redes sociais solicitando ajuda para divulgação de seu posicionamento. “Se eu ouvisse minha mulher, estaria bem melhor de vida. Bem que ela me disse: “não fale em Serra. Você vai se dar mal”. Não dei ouvidos e agora está todo mundo falando que vou votar no Serra ou que recomendei o voto nele. Não vou. Embora meu partido, o PSOL, vai liberar o voto de seus filiados, não votarei no Serra. Vou anular meu voto”, diz sua última mensagem.

Leia a nota do Diretório Municipal do PSOL na íntegra:

Seguir firme na luta por uma nova política

Posição do Diretório Municipal do PSOL São Paulo sobre o segundo turno em 2012

Durante o primeiro turno o Partido Socialismo e Liberdade fez a opção de defender e reafirmar um novo modo de fazer política e obteve importantes vitórias em todo o Brasil, alcançando votações expressivas, elegendo vereadores e consolidando-se como o partido que mais cresce no país.

Em São Paulo, sem alianças espúrias e financiamento de empreiteiras, bancos e multinacionais, as candidaturas de Carlos Giannazi a prefeito e dos vereadores do PSOL foram exemplares na defesa de um projeto alternativo de cidade, com a inversão de prioridades para defender e ampliar direitos sociais e civis da população e combater a segregação urbana e a imensa desigualdade social.

A candidatura de Giannazi enfrentou a imensa distorção causada pelo financiamento privado de campanha, a cobertura tendenciosa e desigual da grande mídia e as imensas máquinas eleitoreiras para deixar sublinhado o recado: para enfrentar de fato a crise urbana que São Paulo vive é necessário compromisso com um projeto político real de transformação e não diferentes gerentes para o mesmo projeto ao qual o poder econômico submete a cidade.

Felizmente, com a força de uma construção coletiva, conseguimos eleger um vereador do PSOL e a partir de agora, independentemente de quem vença as eleições, haverá na Câmara uma verdadeira oposição de esquerda, combativa, um autêntico porta-voz dos mais diversos movimentos sociais. A votação importante da legenda alavancada por Giannazi também demonstrou que para uma parcela importante da população o voto útil foi aquele que serviu para fortalecer princípios e valores que nós tanto reclamamos na política como coerência, ética, compromisso social e independência política do poder econômico.

Nesse sentido, o cenário do segundo turno carece de alternativas que estejam em contradição com a velha política.

Rejeitamos veementemente a candidatura de José Serra, responsável direto pelos problemas sociais que a cidade vive. As gestões Serra-Kassab foram um desastre para os trabalhadores e para o povo pobre, reduziram direitos sociais, precarizaram os serviços públicos e governaram diretamente para as elites da cidade, aprofundando o abismo social entre ricos e pobres. Não há qualquer perspectiva de diálogo entre o PSOL e o projeto de Serra.

Por sua vez, embora apareça como o “novo”, ou para muitos o “menos pior”, a candidatura de Haddad tem limites muito explícitos para ser a alternativa que São Paulo precisa. Sua campanha milionária, bancada pelas mesmas grandes empreiteiras que financiam Serra condicionam a política urbana futura, como ficou claro na apresentação do principal plano de Haddad – o arco do futuro – para os megaempresários do Secovi. As alianças espúrias como Maluf, por exemplo, também cobrarão a conta na possível prefeitura.

Estamos cientes que uma parte da militância do PSOL votará legitimamente em Haddad para enterrar Serra e outra parte não votará em ninguém também de forma legítima. A direção municipal do PSOL, coerente com a necessidade de construir outro modelo de política e sabendo que a construção da São Paulo que queremos não se resume apenas às eleições, orienta que sigamos firmes na luta cotidiana e não indica voto em nenhum dos candidatos entendendo que nossos eleitores são suficientemente capazes e politizados para tomar uma decisão para o segundo turno.

Miguelito (@__Miguelito_)

19/10/2012 - 10h20

O merecido naufrágio da direita brasileira – http://t.co/AiUGCEmx

alex

18/10/2012 - 22h06

Escárnio

do Carta Maior 18/10/2012

A maior rede de televisão do país contrata uma pesquisa sobre a disputa eleitoral em São Paulo; omite o resultado esfericamente desfavorável a seu candidato no telejornal de maior audiência.

O relator de um julgamento polêmico contra o maior partido de esquerda da América Latina estabelece um calendário desfrutável e acopla os trabalhos ao processo eleitoral em curso; na véspera do primeiro turno oferece as cabeças de algumas das principais lideranças partidárias à boca de urna; agora, alega consulta médica –na Alemanha– para acelerar o anúncio das penas, 48 horas antes do 2º turno.

O candidato do conservadorismo em baixa nas pesquisas age com deselegância contra jornalistas, dispara ofensas no ar e boicota desairosamente os que não seguem a pauta de sua conveniência.

Os editoriais e colunistas da indignação seletiva emudecem miseravelmente.

continua:
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1116

Elson

18/10/2012 - 12h44

O problema do Cerra, é que o paulistano cansou de ver o cavalo selado passar e os tucanos não montarem. Ademais, quando um candidato começa à atacar moralmente seu candidato, ele mostra que não possui propostas, que não é competente.
Se Jose Cerra fosse realmente competente, ele teria ficado os 4 anos à que se propôs a frente da Prefeitura de São Paulo, não ficou, com isto só provou que suas ambições são pessoais.
Só cai na conversa deste aventureiro eleitoral quem é ignorante ou quem tem má fé no coração a ponto de sacrificar a maioria em prol de uma minoria que não usa transporte público, saúde pública ou educação pública.

Otto

17/10/2012 - 21h19

Miguel, libere este post daqui a uns três dias, por favor.
Tou esperando uma grana, aí faço uma assinatura, pois gosto muito das tuas análises e do teu estilo, cheio de citações e referências históricas.

migueldorosario (@migueldorosario)

17/10/2012 - 21h08

O merecido naufrágio da direita brasileira http://t.co/rvX31tm9


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