Lula faz balanço da Caravana
Miguel do Rosário
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Miguel do Rosário
Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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Clá
09/09/2017 - 13h11
Nem depois de dois golpes de Estado nós, brasileiros, não deixaremos de ser ingênuos. Basta fazer uma pergunta muito simples: se todo o patrimônio de Lula foi bloqueado por Moro, quem está arcando com os custos da tal caravana? A resposta mais óbvia: a banca (Rotschild, Soros, Koch, Rockfeller, etc). Lula está a serviço da banca. Por quê? Porque ele – e todos os demais brasileiros que têm algum conhecimento de História, sabe que Lula não será candidato em 2018, porque será condenado em segunda instância. Qual o desfecho? Usar a figura carismática de Lula para cooptar votos, em 2018, para… para… “The Oscar goes to”…. Jacques Wagner! Por quê? Simples: porque ele concentra, em si, dois objetivos fundamentais, ao mesmo tempo: em primeiro lugar, aplacaria os ânimos do campo social, uma vez que seria ungido por Lula, que teve seu carisma redobrado depois do frisson da caravana e, em segundo lugar, porque é a figura que melhor atende aos interesses sionistas que já estão destruindo o país e que pretendem continuar com a destruição para além-2018. Afinal, onde eles encostam geram destruição e morte. Desde sempre.
Jorge Macedo
08/09/2017 - 20h06
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“Lula é um ser humano lindo, carinhoso… Ele olha pra gente como se estivesse olhando para nossa alma”
Acompanhei o presidente Lula como médico da sua comitiva durante toda a sua travessia no estado do Ceará. Depois da solicitação na noite anterior, compareci ao quarto do presidente às 8h da manhã acompanhado da médica do MST.
Entrei no quarto e meu coração estava muito acelerado, senti minhas mãos trêmulas e minhas pernas bambas. Olhei pra ele, ele abriu um sorriso, o quarto estava iluminado com a sua presença; sim, ele estava muito feliz com o resultado da caravana até aquele momento, apesar das constantes falhas na voz, ele estava feliz, era visível, era transparente e verdadeiro o que ele sentia.
Sentamos todos numa mesa no meio do quarto, com quatro cadeiras milimetricamente dispostas em volta daquele cômodo. Sem pensar muito no que dizer, eu disse: “presidente, eu estou em choque, pois eu estou diante da figura histórica mais importante do país”. Ele olhou pra mim, sorriu e disse: “Que nada! Eu sou só um homem do sertão que foi pra São Paulo num pau de arara em busca de um sonho!”.
Após essas breves palavras que tocaram meu coração, a médica que me acompanhava perguntou como ele tinha passado a noite, se a garganta estava melhor… Após outras breves perguntas sobre a saúde dele, eu iniciei um exame físico: auscultei seu coração, auscultei o seu pulmão, vi sua pressão, sua frequência cardíaca, sua glicemia e sua oxigenação do sangue. Estava tudo incrivelmente dentro dos conformes, apesar dos seus 71 anos. Terminamos a avaliação clínica e ele começou a puxar conversa comigo, perguntou de onde eu era, se eu trabalhava no sistema público ou privado, quantas filhas eu tinha…
E muitas outras perguntas de ordem muito pessoal e a cada pergunta que ele fazia, eu me perguntava por que um homem da sua magnitude estava me fazendo tantas perguntas – esse foi um questionamento que ele me respondeu minutos depois sem que eu perguntasse (ele disse que antes de iniciar uma conversa, ele precisava conhecer a história de vida daquela pessoa pois, numa conversa, ele gostava de ver o interlocutor com os olhos dele!).
Depois de me desarmar por completo e conseguir se conectar com as coisas mais íntimas da minha vida, ele começou a falar de política e da sua forma de ver o mundo e que era necessário promover mudanças muito profundas na nossa sociedade para acabar com síndrome da casa grande e que era necessário um certo tempo até as pessoas mudarem culturalmente e começarem a olhar pro mundo sob uma nova ótica, onde todos servissem ao bem comum, sem individualismos e mesquinharias.
E depois de falar durante quase uma hora, ele nos olha e diz: “bom gente, eu acho que eu já tomei bastante tempo de vocês”. Nos levantamos, eu olhei pra sua mão que ajeitava a barba e sem conter o ímpeto da fala, pego sua mão, digo que era uma honra estar ali naquele momento e dou um beijo na sua mão, prontamente ele puxa a minha cabeça e me dá um beijo no rosto.
Mas antes de nos despedirmos para cair na estrada, eu falo: “presidente, eu posso tirar uma foto com o senhor? Pode ser naquele quadro com aqueles cactos?”. E ele: “companheiro, já vi que você não entende de planta! Aquilo é um pé de palma. Vamos tirar a foto”. E tiramos essa foto linda… Sim, foi amor a primeira consulta, foi amor e dava pra ver nos meus olhos! O Lula é um ser humano lindo, carinhoso, atencioso e sobretudo empático! Ele olha pra gente como se estivesse olhando para nossa alma, ele é sincero e verdadeiro nas palavras, por isso, ele comove tanto as multidões. Ele não faz tipo, ele é só um sertanejo que foi do sertão de Pernambuco para São Paulo em busca de um sonho… Ele é só um filho do Brasil e muito provavelmente a nossa última esperança por dias melhores!
* Luis Henrique Correia Lima de Oliveira é médico