Globo mira Collor e pode acertar em Perillo
Por Rogério Tomaz Jr.
Do Conexão Brasília Maranhão (Via Nassif)
Boa parte do Brasil parou na noite deste domingo, 15 de julho, para ver a supostamente bombástica entrevista de Rosane Brandão Malta (ex-Rosane Collor) ao Fantástico, a “revista eletrônica” da Rede Globo.
Todos esperavam revelações “fortes” – prometidas nas chamadas do programa – da ex-primeira dama da República. Para usar uma metáfora gasta, a Globo prometeu a lua, mas entregou a seus telespectadores uma paisagem lunar: só crateras vazias e nenhuma substância consistente.
Os rituais de magia negra, a relação com PC Farias, as memórias sobre o processo de impeachment… tudo que Rosane falou e o Fantástico exibiu hoje já era de conhecimento até do reino mineral – expressão de Nelson Rodrigues, não de Mino Carta, como pensam alguns.
Nada, absolutamente nada se salva da entrevista, em termos de novidade. Em termos jornalísticos, a “reportagem” foi um fracasso total. É de se perguntar, aliás, qual o critério jornalístico que levou a Globo a produzir tal entrevista. Não há qualquer fato novo – poderia ser o livro de Rosane, mas não se sabe nada dele, tanto que foi citado apenas superficialmente* – que justifique toda a mobilização da maior emissora do Brasil para tal empreitada com tanto destaque.
Coube à simpática Renata Ceribelli fazer a “matéria” com Rosane Collor
O que justifica a reportagem, na verdade, não é nada mais do que a necessidade de atacar o agora inimigo Fernando Collor de Mello.
A eleição de Collor foi uma fraude. Não pelos votos em si, mas pelo candidato, que não passava de um produto midiático preparado e apoiado com todo o poder dos grandes meios de comunicação para ser o anti-Lula de 1989.
Agora, passados vinte anos, Collor deixou de ser aliado e passou a ser inimigo, por compor a base de apoio do governo petista. Para a Globo e para a Veja, a primeira que ungiu Collor como um verdadeiro Messias em 89, é o que basta para ele ser colocado na alça de mira.
Lamentável é ver que profissionais – vou poupá-los de citação nominal – tão respeitados na TV brasileira se prestem a cumprir um papel vexatório como o dessa “matéria”. Aliás, para fingir que o assunto se tratava mesmo de jornalismo, os apresentadores do Fantástico fizeram questão de informar que tentaram ouvir Collor durante toda a semana, mas o senador, que de besta não tem nada, se recusou a falar.
Ótimo seria se Collor publicasse um livro contando como atuavam os donos, diretores e lobbistas da Rede Globo durante o seu governo.
Para ver a entrevista completa, clique no link abaixo:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681379-15605,00.html
Marconi Perillo
O governador tucano de Goiás, que não tem nada a ver com a briga Globo x Collor, deve ter sentido muito incômodo com as referências tão detalhadas do processo que levou à deposição do então presidente.
O Fantástico mirou Collor, mas poderá acabar acertando Perillo, pois colocou em evidência denúncias que derrubaram o presidente e hoje acossam o tucano.
Perillo provavelmente se viu na “reportagem” quando esta falou da CPI que investigou Collor e descobriu cheques-fantasmas, esquemas de caixa 2, um tesoureiro de campanha influenciando no governo (no caso do tucano, este atende por Lúcio Fiúza Gouthier, que foi convocado à CPMI do Cachoeira, mas ficou calado).
A CPMI do Cachoeira está sendo tratada pelos grandes meios de comunicação como se fosse uma novela. Heróis, vilões, figuras exóticas, tramas urdidas nas sombras e outros ingredientes são utilizados para cobrir o cotidiano do órgão.
Para o azar de Perillo, a matéria do Fantástico faz a CPMI do Cachoeira parecer uma “Vale a pena ver de novo”, com o tucano no centro do trama.
Antonio
19/07/2012 - 21h17
Se pudesse, acho que o melhor título seria “O vulcão pariu um p…”
admin
20/07/2012 - 10h55
Um pum?
Paulo
17/07/2012 - 12h39
“Rosane Collor reapareceu em grande estilo. Em nome de Jesus, foi ao “Fantástico” pedir o aumento da pensão que Fernando lhe paga.
A ex-primeira-dama está indignada. Contou que tem amigas divorciadas recebendo R$ 40 mil de pensão, e nenhuma delas é ex-mulher de senador ou de ex-presidente da República. Rosane está sobrevivendo com míseros R$ 18 mil que Collor lhe dá.
Esse flagrante de desigualdade social há de comover o Brasil. E vem revelar a penúria dos herdeiros do esquema PC, provando que a gangue da Casa da Dinda era um grupo colegial perto dos profissionais de hoje.
Paulo César Farias extorquia empresários para reforçar o caixa presidencial e usava a LBA para empregar aliados. Santa inocência. Esse prontuário hoje não derrubaria nem o topete da presidente.
Carlinhos Cachoeira, o PC do século 21, mandava no Dnit – um dos órgãos mais ricos do governo federal. Dnit cujo diretor atendia a um emissário do PT para coletar verbas para a campanha de Dilma Rousseff.
Cachoeira era sócio clandestino da empreiteira que dominava o PAC, principal programa de obras do governo popular. Enquanto repassava dinheiro a empresas fantasmas do bicheiro, a empreiteira Delta recebia imunidade do governo Dilma – cometendo superfaturamentos em série sem ser afastada do PAC.
Diante de um esquema desses, PC e Collor ficariam assistindo de calças curtas e chupando pirulito.
Chega a dar pena de Rosane e seu marido trancados no porão fazendo magia negra contra os inimigos, vendo-se que hoje basta a presidente demitir meia-dúzia de aloprados para enfeitiçar toda uma nação (ou uns 80% dela).
O casal Collor não conhecia os poderes da magia vermelha.
Cachoeira é defendido pelo ex-ministro da Justiça de Lula e a CPI dá vida mansa à Delta e aos seus padrinhos federais. Profissionalismo é isso aí. Daqui a dez anos, nenhuma herdeira do esquema vai precisar mendigar aumento de pensão em público.”
Texto ácido de Guilherme Fiuza.
Muito interessante.
Reginaldo
16/07/2012 - 21h11
será que o pig esta desaprendendo. O pessoal aqui no servico mais valneravel a manipulacao nao engoliu a reporcagem e evidentemente ligaram com cpmi… o pig esta desesperado….
Elson
16/07/2012 - 11h59
Eu só vi o início da entrevista e já mudei de canal, afinal, de cara notei que seria um ataque das Organizações Globo à Collor por este insistir em colocar a mídia no banco dos réus da CPMI.
Tudo oque ela disse já era sabido por todos, afinal a mesma mídia que o alçou a “caçador de marajás’, também o derrubou com estas mesmas notícias.
RONALDO BRAGA
16/07/2012 - 11h56
Muito bom. Parabéns Rogério Tomaz Jr.