Texto enviado por email pela Articulação dos movimentos populares hacia ALBA-Brasil
1.O que de fato está acontecendo na Venezuela?
Essa é a primeira pergunta que todos nós, que desejamos e lutamos por um América Latina livre e soberana devíamos fazer antes de reproduzir notícias falsas fabricadas nas redações da mesma mídia golpista que derrubou o governo eleito democraticamente no Brasil.
A morte de Hugo Chávez ,a crise internacional capitalista e a queda no preço do petroleo,fizeram com que a complexa situação economica da Venezuela entrasse em um novo patamar de dificuldades. A direita venezuelana colocou em marcha uma nova estratégia para derrubada do governo, pois a tentativa fracassada de golpe clássico em 2002 – uso de setores das forças armadas e sequestro do presidente – lhe impôs uma década de derrotas. A atual estratégia é a mesmo aplicada no Paraguai em 2012 e no Brasil em 2016, porém com intensidade correspondente ao conflito do país: utilizar as vias legais para dar o verniz democrático ao golpe parlamentar.E a tática para chegar a esse objetivo se parece mais ao que a CIA fez contra o governo Allende em 1973 no Chile: guerra economica, inflação provocada e estoque de produtos de impacto psico-social.
2.A crise econômica internacional – que provocou a queda brutal nos preços do barril de petróleo (de 125 dólares em 2012 para os atuais 50 dolares ) – impôs a Venezuela, quarta maior produtora de petróleo do mundo, mudanças econômicas profundas. Assim como a maior parte dos países do mundo, ela viu sua economia perder recursos e, com isso, seus programas e medidas que beneficiavam o povopassaram a enfrentar grandes dificuldades. Some-se ao contexto macro-economico adverso, de uma economia ainda totalmente dependente do petroleo e do abastecimento do exterior-que não houve tempo historico suficiente para reindustrializar a economia do país e gerar empregos na produção. Estas dificuldades foram muito bem utilizadas pela burguesia sempre na oposição- e ainda acrescentaram a especulação permanente com a moeda do dolar.Atraves da manipulação da taxa de cambio no paralelo e usando as divisas fornecidas pelo proprio governo, a burguesia compradora induziu taxas incontrolaveis da inflação em bolivares (moeda local). Por outro lado, organizou uma guerra comercial ao controlar e esconder produtos de consumo de massa, que tem forte impacto psico-social, como: esconder papel higienico, pasta de dente,oleo de cozinha, ou farinha de trigo para pão salgado que tem preço controlado, etcEsperavam com isso criar uma situação de ingovernabilidade eo caos,através da guerra econômicaque pudesse desmoralizar o governo Maduro e levar a novas eleições.
Neste contexto, obtiveram a primeira vitoria eleitoral ao eleger a maioria no Parlamento nas eleições de 2015.
3.De lá para cá, praticamente todas a medidas de recuperação econômica enviadas pelo poder executivo ao congresso foram automaticamente rejeitadas e, assim, aprofundam e atrasam qualquer possibilidade de recuperação da economia gerando enormes sacrifícios ao povo venezuelano. A escalada do conflito obrigou então o governo a adotar uma série de medidas legais para continuar governando o país mesmo com a declarada sabotagem do parlamento.
Porem, na disputa politica com as massas e na tentativa de derrotar o governo Maduro, a oposição burguesa não teve sucesso.
Primeiro estão divididos entre eles.Os setores de direita mais radicais querem aumentar os conflitos para inviabilizar o governo.E os setores mais moderados, liderados por Capriles, querem desgastar o governo para colher os votos em 2019, dando maior legitimidade ao novo governo, e esperando que o petroleo até lá, se recupere.
Segundo: Manipularam grosseiramente as assinaturas para convocar um referendum, e isso os desmoralizou. Terceiro: não conseguiram dar seriedade e fazer funcionar a assembleia legislativa. Tinham tres deputados eleitos fraudulentamente e suas disputas internas inviabilizou o funcionamento da assembleia durante todo ano. E quarto, a denuncia de propina da empresa brasileira Odebrecht para o principal lider oposicionista senhor Capriles, que recebeu5 milhões, os deixaram envergonhados perante a opinião publica.
De parte do governo e das forças populares, apesar de todas dificuldades economicas, reconhecidas e debatidas todos os dias na imprensa popular, o governo teve a humildade de debater sempre com a população ea convocá-la a se mobilizar.Nunca houve tantas passeataa e mobilizações como nos ultimos dois anos.
4.Uma nova escalada do conflito teve início em 9 de janeiro de 2107, quando a Assembleia venezuelana simplesmente decidiu não reconhecer o presidente eleito como chefe da nação. Alguém viu a mesma gritaria como agora? Alguém viu a palavra “golpe” ser usada nesse caso? Não, nenhuma palavra sobre uma Assembleia que simplesmente resolveu destituir o presidente eleito, rompendo com a constituição daquele país. Diante disso, uma série de leis especiais foram promulgados pelo governo, visto que agora a Assembleia não somente faz oposição e sabotagem mas, também,desconhece legalmente o presidente. A partir de então, o conflito entre poderes passa a ser um fator constante e o TSJ – Tribunal Supremo de Justiça -, equivalente ao STF no Brasil, passou a atuar para a sua resolução.
5.O que de fato ocorreu na última semana?
Não foi, nem de perto, um “autogolpe” como saíram às pressas a proclamar nas redações da mídia golpista. O TSJ já havia solicitado que a Assembleia não nomeasse três deputados eleitos pelo Estado do Amazonas que, comprovadamente, cometeram crimes eleitorais (imaginem se o STF resolve de fato atuar aqui nessas questões…) e que, portanto, não deveriam ser empossados. Por se tratarem de três opositores ao governo a Assembleia descumpriu a ordem do TSJ (lembram do caso Renan e STF?) e, dessa forma, o TSJ considerou a Assembleia incapaz de cumprir suas funções e assumiu o controle dessas.
Em nenhum momento o parlamento foi fechado ou dissolvido, muito menos a pedido do executivo. Portanto, em nenhum momento se descumpriu a constituição e a lei e nenhuma ditadura foi implantada. Isso tudo só existiu na bem articulada rede golpista que, através de suas mídias, rapidamente divulgou uma avalanche de mentiras e cenas de um golpe que nunca existiu. O governo de Nicolas Maduro atuou inclusive para restabelecer a ordem, pois acatou a interpretação de inconstitucionalidade proferida pela procuradora-geral e, através do Conselho de Defesa do país (órgão previsto na constituição venezuelana) solicitou ao TSJ que revisse a decisão e devolvesse o poder da Assembleia aos parlamentares.
Alie-se a esse contexto local, as artimanhas na OEA, em que o seu presidente, um embaixador indicado pelo Uruguai, sr. Almagro, passou a atuar claramente de acordo com as orientações do governo dos Estados Unidos. Colocou em votação um voto de punição da Venezuela.Precisava de 24 paises apoiando a propositura, conseguiu só 19 dos 34 membros.A OEA voltou a ser um bastião colonizador dos interesses dos Estados Unidos.Nenhuma deliberação sobre as prisões ilegais de Guantanamo, as colonias de Porto Rico, Guiana Francesa, Belize e Malvinas. Nenhuma palavrasobre os problemas no Paraguai, Colombia, Peru, Brasilou sobre a saida ao mar- direito histórico da Bolivia…
6.Portanto, estamos diante de uma articulação internacional (mídia, poder judiciário, grandes empresas locais e interesses do imperio dos Estados Unidos) que já derrubou tres governos legítimos na América Latina nos ultimos anos, utilizando-sedemétodos semelhantes. É mais uma tentativa de golpe por parte da direita venezuelana via parlamento e a grande mídia continental – que conta agora com o apoio do governo golpista brasileiro que reuniu às pressas o Mercosul para expulsar e isolar a Venezuela. Mas não fez nada para impedir novo golpe no Paraguai em que o Presidente quer impor a reeleição, proibida pela constituição.
Felizmente a Venezuela conta com umpoder Judiciário democrático que não se acovarda , nem se rende diante dos golpistas, como aconteceuno Brasil ou mesmo nos Estados Unidos na eleição do Bush.
7.Devemos ter consciencia e acompanhar com atenção as dificuldades de um processo que quer construir uma sociedade igualitaria, mas enfrentaas atrofias de um estado burgues e burocratico dominado por uma pequena burguesia acostumada com as propinas do Petroleo.Uma economia dependente e não industrializada, que ainda não consegue ter no trabalho produtivo seu pilar principal.
Um processo de construção democratica, quepropoemaior participação popular, em todos os niveis, mas se depara tambem com as tradições eleitorais do passado.
Sabemos que há vontade politica dos dirigentes do processo deestimular cada vez mais o protagonismo da mobilização e organização popular, unica forma de superar os dilemas historicos da luta de classes.
É dever nosso, defender esse projeto de soberania popular, que luta bravamente em meio à crise e problemas internos, que são manipulados pelos inimigos que desejam a volta ao modelo servil e de exploração que reinava na Venezuela, para que a renda petroleira seja apropriada apenas por uma minoria capitalista.Certamente se a Venezuela não fosse o quarto maior produtor e exportador mundial de petroleo, não estaria passando por essa situação.
Denunciar essa rede de mentiras é nossa tarefa, contribuindopara manter um presidente eleito democraticamente, de um país símbolo de soberania, diante da ofensiva do imperialismo e defender asconquistas obtidas pelo o povo.
Articulação dos movimentos populares hacia ALBA-Brasil
Sao Paulo, 5 de abril 2017
Rangel
08/04/2017 - 17h40
Só gostaria de dizer que independente do quão esquerdista alguém é, é de extremo mal gosto defender a ditadura que o Maduro está instaurando, por favor tem famílias passando fome lá, pessoas fugindo do país para terem o que comer, existe um limite que nem o mais extremista político deveria defender, e é inadmissível defender o horror que o Maduro está fazendo a Venezuela passar. Não importa quem será o novo presidente, ou de qual espectro político, mas ele vai ter que estar determinado a resolver a crise economica e política no país ao invés de criar uma ditadura e se consolidar no pode contra 90% da população que segundo pesquisa são contra o governo de lá, simples assim, pode entrar até algue mde esquerda mas que não erre tanto como esse ditador ridículo que está fazendo toda a população sofrer.
GMA
06/04/2017 - 23h18
Sem fazer nenhum juízo de valor ou ser parcial para qualquer um dos lados:
1) Por que o governo da Venezuela não faz as eleições que deveriam ter sido feitas ano passado e foram adiadas sem termos a data de sua realização ?
2) A assembleia pode sim estar em desacato por empossar três deputados da oposição cuja eleição levanta dúvidas, mas eles não foram eleitos de forma comprovadamente fraudulenta. Existem suspeitas e indícios, mas me pergunto porque não se investigou e se julgou a questão ? Assim teríamos o veredito sobre se houve fraude ou não. E no caso de fraude, porque não se convocam novas eleições para substituir esses deputados ?
3) Sobre o referendo, inconsistências foram encontradas (assinaturas de presos e de pessoas mortas), mas a oposição levantou muito mais que o necessário e o CNE reconheceu essas assinaturas. Era pouco provável concluir antes do final de 2016, mas porque se encerrou o assunto ?
4) Se a assembleia foi declarada em desacato porque o TSJ não diz o que ela deve fazer para entrar na l validade visto que os três deputados empossados sem a diplomação eleitoral já se desvincularam do parlamento ? Isso não daria legitimidade à assembleia e não poderia ser o começo de um diálogo ?
5) Existem confirmações da empreiteira brasileira de propinas pra Venezuela, mas sem citar os envolvidos. Embora Capriles seja o governador de um estado supostamente beneficiado, vale lembrar que o governador na época dos grandes contratos era o chavista “Dio”. Não digo que foi um ou outro mas não sei de nenhuma fonte que confirme categoricamente quem recebeu a propina
6) Sobre a crise econômica convém se perguntar porque o governo da Venezuela (que pouco antes da vitória oposicionista para eleição da assembléia) simplesmente passou para si as atividades de nomeado presidente do Banco Central e porque desde então o BC não divulga índices de inflação, pagamentos de juros, etc.
7) Foram noticiadas várias “estatizações” de fábricas que alegaram não ter como produzir. Maduro as tomou e entregou ao povo para que produzissem já que “a burguesia” estava a negar recursos aos trabalhadores ou ainda a estocar produtos. Houve até um caso dos padeiros presos por que ao invés de fazer pães para o povo fizeram brownies. Por que não se divulga o resultado dessas ações ? Após os trabalhadores tomarem de conta o que houve com essas fábricas e padarias ? Passaram a v need mais, a ser ir melhor a população ? O que aconteceu ?
8) Qual a efetividade dos Claps ? Estão ajudando no combate à escassez dos produtos básicos ? Por que não se divulga os resultados desses trabalhos ?
Não defendendo um lado ou outro, mas gostaria de saber as respostas a essas perguntas.
Vitor
07/04/2017 - 07h34
Sempre sem culpa nenhuma, sempre sabotado, sempre a responsabilidade é dos outros. E como tem gente que compra o mimimi eterno. Que preguiça da mesma ladainha….
José de abreu
06/04/2017 - 22h28
Grande parte dos leitores deste infeliz site sofre de diarreia mental irreversível.
Samuel Da Silva Sousa
06/04/2017 - 18h06
PTAAH O OTÁRIO.
Joao Maria
06/04/2017 - 10h58
A grande águia, quer o petroleo do mundo. Controle absoluto. Nos vamos ter que comprar gasolina estrangeira, de um produto brasileiro.
Weverton Belmont
06/04/2017 - 11h44
vi os videos dos policias atirando na população desarmada, o cafezinho defende genocidas ?
Cris Albuquerque
06/04/2017 - 16h47
Pelo jeito você defende genocidas, pior, genocidas do USA.
Weverton Belmont
06/04/2017 - 18h10
não defendo genocidas, mas apoiar um governo que manda matar uma população desarmada em praça publica só para defender uma ideia do socialismo só vemos que esse fanatismo de psicopatas não tem limite.
Weverton Belmont
06/04/2017 - 18h11
não vi ele atirarem contra americanos, mas sim em pessoas do seu povo em uma manifestação onde não houve confronto e sim massacre.
Weverton Belmont
06/04/2017 - 18h12
O cafezinho defende a morte de pessoas por pensarem diferentes?
Gu Vieira
06/04/2017 - 21h38
Pena que você não pode ver o que os países de primeiro mundo como os EUA tramam com portas fechadas contra as outras nações menos desenvolvidas e que possuem algumas riquezas. Se for para pôr na balança, os EUA são aos maiores genocidas. Basta ver o número de guerras que já criaram no mundo. Quando eles não se envolvem diretamente, alimentam as barbáries com venda de armas e esquemas de propagandas, colocando uma boa parte do mundo contra os inimigos que eles criam.
Selma Campos
06/04/2017 - 22h41
Weverton Belmont, Deixa eu adivinhar onde vc viu estas cenas….pensando…pensando…difícil d+…rsrs….
Desliga essa televisão, rapaz!
Se informa fora da “caixa”.
Zana Dattoli
06/04/2017 - 08h18
Leonardo Grogg
Zana Dattoli
06/04/2017 - 08h16
Ricardo Barbin
José Das Couves
06/04/2017 - 03h53
#FuerzaMaduro
Douglas
06/04/2017 - 00h25
Na defesa dos interesses nacionais, o judiciário venezuelano, até agora, tem dado uma aula ao brasileiro.
Ronel Flores
05/04/2017 - 23h54
Quem deu o primeiro golpe foi Hugo Chaves, que agora está perturbando o capeta e o segundo é o DEMENTE ” MADURO ” cafezinho, alienado.
Khalil
06/04/2017 - 01h46
Justifique o por que diz isso, por favor?
SILVANIA
09/08/2017 - 09h11
#FORÇAMADURO
Paulo cA
06/04/2017 - 13h30
Idiota