Eu reproduzo abaixo artigo do amigo Rodrigo Vianna, publicado em seu blog, mas antes queria acrescentar alguns comentários.
Eu concordo com a análise de Rodrigo Vianna a um nível filosófico mais profundo: a estabilidade política só poderá ser alcançada se trouxer junto uma série de avanços sociais. Sem melhorar a vida do trabalhador, sem lhe dar um mínimo de liberdade para eleger seus representantes políticos, nunca haverá paz. E sem um mínimo de paz não haverá jamais crescimento econômico sustentável.
Quando saímos do campo da filosofia política abstrata, todavia, e fazemos uma análise da realidade concreta, a tese de Vianna me parece excessivamente otimista. E olha que eu sempre me considerei o mais otimista dos analistas!
A sua análise se ancora numa manifestação isolada de Nelson Jobim, que sempre foi amigo de Lula, e sempre o defendeu, para dela extrair a conclusão que “parte mais lúcida da elite política e empresarial já percebeu o óbvio: impedir Lula de ser candidato, no tapetão, como pretendem os celerados de Curitiba, teria um duplo caráter desestabilizador”.
Há dois problemas nessa análise:
1) O golpe, desde o início, serviu para amordaçar, intimidar e mesmo criminalizar precisamente uma boa parte dessa “elite política e empresarial”.
As forças por trás do golpe são maiores do que essa elite.
Elas são formadas, em primeiro lugar, por um consórcio de estamentos do Estado que, subitamente, tomaram consciência de sua força. A elite do funcionalismo percebeu que, unida, ela se torna uma força absolutamente avassaladora, invencível. As maiores empresas do país se tornam liliputianas diante dela, porque ela, e só ela, tem o monopólio da violência. Quem poderia enfrentar Judiciário, MP e PF unidos? Somente a Globo, que é associada ao capital internacional, teria condição de desequilibrar a luta, mas foi justamente a Globo que incentivou esses movimentos subversivos, autoritários e inconstitucionais. A Globo é o padrinho, o Godfather, de todo esse movimento.
Em segundo lugar, as forças do golpe também estão no exterior, em governos e corporações infinitamente mais poderosas do que nossa “elite política e empresarial”, que aliás é fraca, desorganizada e ideologicamente confusa. Quem sempre liderou a nossa “elite empresarial” foi a imprensa do eixo Rio-São Paulo. A nossa elite sempre viu a grande mídia como a sua principal arma e seu único ponto de apoio organizado. Mas a Globo, por rancor político e razões financeiras outras, traiu a própria burguesia brasileira, em nome de sua associação com o Estado autoritário, de um lado, e com os interesses imperialistas, de outro. E a Globo quer a cabeça de Lula, custe o que custar. Vide a nova campanha em favor da Lava Jato lançada pela Globo nos últimos dias.
2) Não sei se uma boa definição para Lula, neste momento, seria essa, de ser um fiel da estabilidade. Lula, hoje, representa, ao contrário, o fiel da luta de classes. E isso contra a vontade dele, que sempre foi um conciliador. Mas essa é uma luta milenar, interminável, infinita, entre ricos e pobres, ou entre os que se alinham com os ricos, em nome da desigualdade (que tem capacidade para produzir grande quantidade de energia econômica e política, por causa da concentração de capital), e os que se alinham com os pobres, pela justiça social (que produz energia também, e muito mais, porém de maneira mais gradual e lenta). O Lula 2018 me parece muito diferente do Lulinha paz e amor de 2002 e não por vontade de Lula, repito, mas pelas circunstâncias. Parodiando o Novo Testamento, o Lula 2018 é aquele que não veio trazer a paz, e sim a espada.
Por mais que me doa pensar assim, a “estabilidade” já não interessa ao povo brasileiro. Não enquanto não mudarmos uma série de coisas. Como poderemos ter estabilidade com um judiciário, um ministério público e uma polícia federal agindo em conjunto (o que é ilegal, eles deveriam servir de freio uns aos outros), contra o povo brasileiro?
O que traria “estabilidade” ao país, e mais uma vez isso eu o digo com muita angústia, é uma feroz ditadura judicial, repressão absoluta dos críticos, controle da informação, criminalização da política, das manifestações populares e do debate político. É fechar todos os blogs, sobretudo os de esquerda, e proibir críticas a qualquer autoridade na internet. De certa forma, é o que já estão tentando fazer, procurando sempre dar uma forma “democrática” à ditadura…
Parodiando Rimbaud, eu temo a estabilidade, porque é a estação do conforto!
Lula é, sim, o fiel da balança da nossa democracia, mas de uma democracia barulhenta, instável, prenhe de lutas, em crise permanente, como tem sido todas as democracias ocidentais, ao menos enquanto a maioria da população não conquista direitos básicos.
Precisamos agora é de uma democracia sem “estabilidade”, desconfortável, dolorida, que obrigue, à força, os estamentos e as elites econômicas a aceitarem transformações profundas.
O principal problema da análise de Rodrigo, contudo, é que ela normaliza o estado de exceção.
Os últimos tempos testemunharam uma quantidade tão monstruosa de barbaridades midiáticas e jurídicas que há uma tendência, que é uma característica do nosso próprio desespero, de considerar qualquer insignificante cortesia por parte dos opressores como um gesto de maravilhosa grandeza.
A opinião pública, torturada por anos de manipulação, violências e crise permanente, age como o torturado ao qual, após muitas horas no pau de arara, sofrendo todo o tipo de sevícias, é permitido sentar-se numa cadeira e fumar um cigarro.
Ora, o torturador, a mídia, sabe que é preciso dar um descanso, de vez em quando, ao torturado. Sabe que precisa simular um mínimo de humanidade.
Então a Globo exibe uma matéria de 1 minuto e meio sobre o caso do Eduardo Guimarães, sem dar nenhuma opinião, sem “bater” no blogueiro, e a gente acha que tudo mudou?
Que a Globo, subitamente, humanizou-se e tornou-se “democrática”?
Nada disso! Por acaso a Globo fez um editorial duro com críticas aos arbítrios de Sergio Moro contra os blogueiros?
Não fez.
Por acaso a Globo está disposta a aceitar iniciativas para descentralizar a produção de informação, trazer mais pluralidade política aos meios de comunicação e ampliar o controle democrático sobre as concessões públicas de TV?
Não está.
Então que se dane o cigarrinho e a permissão de se sentar na cadeira.
O torturador não é bonzinho.
A Lava Jato ainda tem muitas cartas na manga. Ela prendeu muita gente, com objetivo puramente político, para intimidar, torturar, desestabilizar, extrair as confissões desejadas.
Como assim as coisas melhoraram se o TSE se tornou nova fonte de instabilidade e está prestes a ser aparelhado pelo governo Temer?
O “partido da Lava Jato”, por assim dizer, assumiu o controle do TSE, porque o processo de cassação, passou a ser pautado por delações articuladas inteiramente por ele.
O fato do julgamento do TSE ser adiado indefinidamente mostra que o objetivo é justamente transformá-lo em espetáculo, em fonte de vazamentos, em instrumento de intimidação. Às vésperas de um evento importante, de uma votação, de uma manifestação, o TSE poderá vazar à Globo o pedaço de uma outra delação, e, com isso, a Lava Jato continuará pautando e controlando a agenda política nacional.
Esse é o jogo.
O que talvez esteja acontecendo, e aí eu posso concordar com Vianna, é que o tempo está passando, e as contradições da Lava Jato e do golpe estão ficando mais evidentes.
E a gente está conseguindo, aos poucos, raciocinar, e vocalizar esses raciocínios.
Um dos segredos do golpe tem sido bombardear a opinião pública com tanta histeria, factoides, mentiras, vazamentos bombásticos, perfazendo uma tempestade semiótica tão terrível, que impede a opinião pública de fazer análises minimamente lúcidas sobre a conjuntura. Daí advém a sensação horrível de medo, asfixia, opressão, confusão, que anestesia a população, inclusive suas frações intelectuais, e a impede de reagir.
Entretanto, lembrando a canção dos Stones, “time is on my side”.
O tempo está do nosso lado, porque à maioria da população não interessa, obviamente, nenhuma política “impopular”, nem golpe, nem repressão, nem concentração da mídia.
E o que não interessa à população, numa democracia, também não deveria interessar aos empresários que dependem dessa população para vender bilhetes de avião, abrir shoppings, inaugurar salas de cinema e criar novas apólices de seguro.
A crise talvez esteja abrindo os olhos de um ou outro empresário sobre essa realidade. Uma economia de mercado precisará sempre de algum tipo de socialismo, que proteja não apenas a população consumidora da voracidade irracional do capitalismo selvagem, mas igualmente os próprios empresários de sua ambição autodestrutiva.
Além disso, o simples fato de poder polemizar com esse instigante artigo de Rodrigo Vianna já é um sinal de vitalidade da nossa parte.
Então a gente tem esse enorme capital a nosso lado, o tempo, e que vai se acumulando dia a dia. Quanto mais o tempo passa, mais conseguiremos esclarecer a opinião pública sobre as artimanhas da mídia, principal fiadora do golpe e do governo que nasceu do golpe.
Abaixo, o artigo do Rodrigo.
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Lula é a estabilidade possível contra o caos dos camisas negras
por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador
4 de abril de 2017
Por trás da fumaça que vem do Tribunal Superior Eleitoral (o TSE, como se sabe, decidiu adiar o julgamento da chapa Dilma-Temer, oferecendo sobrevida ao moribundo consórcio Temer/PMDB/PSDB) e de Curitiba (a Lava-Jato se consolida como um Tribunal de Exceção, conduzido por um juiz desequilibrado que manda prender blogueiro), alguns movimentos quase imperceptíveis no mundo da política indicam que o cenário mudou.
O fato político mais importante dos últimos 10 dias não foi, tampouco, a capa da “Veja”, que indica Aécio Neves no mesmo caminho trilhado por Carlos Lacerda em 64: implorou pelo golpe, achando que herdaria o poder, e terminou cassado pelo processo que ajudou a fomentar. Aécio é um cadáver, e será devorado, mas deixemos os mortos vivos em paz… O fato mais importante foi outro: a declaração enfática de Nelson Jobim (ex-ministro do STF, mas que é sobretudo um peemedebista com trânsito no PT e no PSDB) defendendo que “proibir Lula de ser candidato é fazer o que fizeram os militares”.
A frase de Jobim indica que a parte mais lúcida da elite política e empresarial já percebeu o óbvio: impedir Lula de ser candidato, no tapetão, como pretendem os celerados de Curitiba, teria um duplo caráter desestabilizador.
Significaria, primeiro, cassar a voz e a representação de algo entre 30% e 40% dos brasileiros – índice que Lula alcança nas pesquisas de opinião para a eleição (?) de 2018; sem voz pela via institucional, parte desse setor poderia partir para a confrontação “por fora” do sistema político; Lula candidato significa estabilidade, significa os movimentos sociais e a esquerda “por dentro” da política.
Mas a prisão (ou cassação) de Lula seria trágica também para a direita “liberal”, digamos assim; sem Lula na disputa, o próprio PSDB e seus satélites na mídia, na internet e na Justiça perderiam a razão de ser.
Não é à toa que nas últimas semanas certo blogueiro, que durante anos ajudou a fomentar o ódio contra Lula e o PT, assumiu posição mais moderada – criticando os “exageros” de Moro e dos camisas negras de Curitiba. Da mesma forma, o (por assim dizer) ministro do STF Gilmar Mendes passou a criticar os abusos da Lava-Jato.
Pensemos um pouco: se Lula, que tem 30% a 40% dos votos, for impedido de concorrer por um juiz de primeira instância (a sentença teria que ser confirmada no TRF-4, que já deu mostras de endossar o tribunal de exceção da Lava-Jato), esse ato significaria o desmonte não do lulo-petismo, mas do próprio sistema político.
Se a Justiça, numa canetada e sem provas consistentes, pode impedir um candidato com 30% a 40% dos votos, pra que serviriam o PSDB, o Reinaldo Azevedo, o Gilmar Mendes e os demais satélites tucanos?
“Não existe Salieri sem Mozart”, dizia um velho amigo já em 2013. O invejoso compositor Salieri era o grande rival do gênio Mozart no século XVIII; a razão de ser de Salieri era oferecer um contraponto ao tempestuoso e polêmico Mozart. Se o “juizeco de primeira instância” (como diz Renan Calheiros) puder barrar Lula, significa que ele tem poder para tudo. E aí o PSDB será arrastado junto. Perderá a função de representar setores médios que, desde 2013, se deslocaram do centro para a direita.
As pesquisas indicam que os tucanos já claudicam nas pesquisas, abaixo de 15%. Estão mais chamuscados que Lula, na medida em que se tornaram sócios do pior governo da história brasileira, desde Washington Luiz. Hoje, o país já se divide claramente entre a política (ou seja, a ideia de que o Estado organizado pode, e deve, ser o condutor da Nação) e um discurso anti-política que resvala para o autoritarismo (Bolsonaro, Dória e Luciano Huck são oportunistas e aventureiros que tentam surfar nessa onda).
A centro-direita menos obtusa já compreendeu o perigo que significa barrar Lula. Seria um suicídio da política. Seria caminho para a aventura despótica.
Renan Calheiros, odiado e desprezado por tantos, também já percebeu que Lula é o fator de estabilidade não só da centro-esquerda. Mas da própria ideia de que é possível concorrer sob regras gerais e respeitar a vitória do adversário.
No velório de Dona Marisa, sob o grito bestial da direita extremada que comemorava a morte da ex-primeira dama, FHC e Gilmar emitiram sinais a Lula de que o jogo, sem o líder petista, pode ficar perigoso demais.
O mundo dos sonhos da direita liberal inclui Lula na urna em 2018: sob ataque, contestado, bombardeado… Mas candidato. Um Lula “para perder” e legitimar o sistema político: essa a aposta do setor menos tresloucado da direita, que percebe os perigos embutidos na Lava-Jato.
Um Lula com 40% dos votos no segundo turno, derrotado por um candidato “liberal” – da mesma forma que em 94 e 98. Esse o roteiro de reinaldos, gilmares e fhcs. Mas falta combinar com bolsonaros, joyces, mbls e suas falanges…
São duas variantes da direita. A segunda variante incensa Moro e não aceita nada menos do que Lula preso, humilhado, barrado, não importa o mal que isso possa significar para a democracia. Se essa variante sair vitoriosa, a primeira variante (tucana, mais “liberal”) perde a razão de existir. E esse quadro está prestes a se consolidar, lançando o PSDB como um todo no mesmo lamaçal em que já chafurda o morto-vivo Aécio Neves.
Se a variante extremista sair vitoriosa, o que pode vir é uma república comandada por camisas negras. Eles sonham em trucidar Lula para, logo depois, usurpar todo o poder, eliminando também tucanos et caterva (quem não se lembra da frase de Danton, ao ser conduzido à guilhotina pelo terror da Revolução Francesa: “o que me conforta, Robespierre, é que depois de mim virá você”; e a previsão se cumpriu).
Não nos iludamos: a aliança da Lava-Jato com o PSDB foi tática. Existe um “partido da justiça e da polícia”, e esse partido pode evoluir para a eleição de um juiz, ou de um extremista que saiba manipular os signos da anti-politica.
Lula é o único que, por dentro da política, tem ainda força e legitimidade para enfrentar a matilha extremista.
Esse o sinal emitido por Jobim que, com esse movimento, também tenta se viabilizar como alternativa “pacificadora”, numa eventual eleição indireta, se Temer não sobreviver ao TSE. Jobim pode ser a “transição” para se chegar a 2018. Acontece que o PSDB queimou quase todas as pontes, fomentou ódio demais, e agora não consegue guardar o fascismo na garrafa.
A direita “liberal” achou que usaria os extremistas para destruir o PT e finalmente ocupar o poder após quatro derrotas. Mas, hoje, começa a perceber que precisa de Lula para conter o extremismo.
Lula é fator de estabilidade para a Democracia. Jobim e Gilmar talvez sonhem com um Lula “pra perder”. Mas falta combinar, primeiro, com os camisas negras que querem prender e trucidar o petista; e, depois, com os eleitores que podem levá-lo de volta ao poder, se a Democracia resistir até 2018.
É por essa estreita passagem que vamos caminhar nos próximos meses…
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https://www.youtube.com/watch?v=KukWz1xQQCw
Policarpo
06/04/2017 - 21h44
O negócio parecia uma barbada. Estava tudo preparado. Tudo meticulosamente calculado. Todos os movimentos previstos. Todas as ações ensaiadas e todas as reações antevistas. Todos e cada um sabiam seu papel na trama. Cada um sabia o que tinha que fazer e tudo parecia conspirar a favor do sucesso, faltava só um último e decisivo detalhe para o Golpe de Mestre. Mas esqueceram que o diabo mora justamente nos detalhes. O detalhe é que o calendário não se ajustou aos planos, 2018 já está ai na porta e eles ainda não arranjaram nenhuma solução para esse DETALHE. tic tac tic tac
Rachel
06/04/2017 - 02h44
No velório de Dona Marisa, sob o grito bestial da direita extremada que comemorava a morte da ex-primeira dama, FHC e Gilmar emitiram sinais a Lula de que o jogo, sem o líder petista, pode ficar perigoso demais.
http://jornalggn.com.br/noticia/em-movimento-inedito-fundacoes-ligadas-ao-psdb-e-pt-se-reunirao-em-sp
E vem aí o acordão? Vou também brincar de jogar xadrez.
Peça 1
Não Nassif é irresponsável? Não
Nassif postaria uma matéria explosiva dessa sem checar a veracidade ? Não
Peça 2
A Fundação Perseu Abramo faria um convite o PSDB neste momento sem passar pelo PT ?
Tal convite seria feito e seria vazado se não houvessem tido conversas preliminares?
Peça 3
O tema da conversa é mais do que intrigante: ”Partiu de Marcio Pochmann, presidente da Perseu Abramo, ligada ao PT, o convite para os Institutos Fernando Henrique Cardoso (IFHC) e Teotônio Vilela, ligados ao PSDB. A pauta será uma pesquisa qualitativa feita pela fundação entre ex-eleitores da sigla na periferia de São Paulo. ” Como é que é? Vão contar para o PSDB pq a perifa de Sampa não vota mais no… PT? Como dizem aqui na minha terra: “”Chama a mãe que o pai tá doido”
E é claro que pode não dar casamento mas que já é pedido de namoro é. Mas logo agora que o jogo tá virando?’ Ou o fator ”sistema judiciário ” é o que realmente pesa ?E aí um acordão talvez seja mesmo a única solução.
fernandooedson
05/04/2017 - 22h38
Em tempo.
Brasil
Cazuza -1988
https://m.youtube.com/watch?v=JViRj2icPdg
fernandooedson
05/04/2017 - 16h40
Peço licença para registrar minha indignação.
Já passou a hora de ter a consciência e a responsabilidade de nossa condição enquanto pessoas, brasileiros e seres humanos.
Somos preconceituosos, não conseguimos conviver com as diferenças.
Somos oportunistas, queremos levar vantagem em tudo.
Somos ignorantes, não percebemos o quanto manipulamos e somos manipulados.
Somos covardes, não mudamos ou temos medo de mudar e nem reagimos quando se faz necessário.
E isto explica o porquê da educação ser tão deficiente e sempre vai ser.
Os verdadeiros donos deste país não querem que seja diferente.
Os reais donos, as famílias ricas, donas das grandes empresas, das grandes terras, da grande mídia é quem controlam tudo.
Também são donos do poder executivo, legislativo e judiciário, de todo este sistema político que está lá, para garantir este controle e nos vender a ideia de que temos direitos e vivemos em uma democracia.
Não interessa uma população educada e bem informada capaz de pensamento critico. Interessa é uma população caótica, deteriorada, corroída, burra, corrupta, para eleger pessoas iguais.
Eles não querem pessoas inteligentes que entendem o quanto são manipuladas, eles querem “zumbis” capazes o suficiente para operar máquinas, arquivar papeis e comprar coisas desnecessárias.
É uma grande festa, uma festa para qual só fomos convidados, para servir, para lavar os pratos e tomar conta dos carros.
Nos convencem a acreditar que estão nos “dando” direitos, e quando achamos que temos, tomam de volta.
Pura utopia !
Porque continuamos a achar que estão tirando o pouco ou o que nunca tivemos?
À aqueles que talvez tenham esquecido, vivemos em um planeta, que muitas coisas pode entrar em nossa atmosfera, mas poucas coisas saem, exceto expedições, ou seja, estamos confinados em um mundo onde temos que conviver com nossas ações ou falta delas, com nossas diferenças.
O que acontece aqui é a cópia fiel do que acontece no mundo. O mundo é controlado por famílias bilionárias que compram governos para fazer o seu jogo sujo, e estes parlamentares quando não são pertencentes destas famílias, se corrompem ficando tão ricos quanto, detendo o poder e o dinheiro. Perpetuando a irracional luta de classes.
Parece que poucos entendem o momento crítico que estamos vivendo agora, um dos fatos mais significativo e recente de nossa história, durou 21 anos, trazendo péssimas influências no que estamos vivendo hoje.
Já se passaram 53 anos e parece que todo trabalho que foi feito para restaurar o que chamamos de democracia, o sangue derramado as vidas perdidas, não adiantaram nada.
Ainda temos os resquícios e os fantasmas da época, estamos novamente ouvindo os mantras da mídia escrita, falada e televisionada, dizendo-nos no que pensar, no que acreditar.
Parece que ninguém percebe, ou não se importa, continuamos a eleger políticos, que são o sombra e o reflexo da nossa sociedade.
Os políticos são pessoas como nós, são paridos como nós, embora alguns pareçam ter nascidos de chocadeira.
Eles foram, criados nas famílias, de muitas, poucas ou nenhuma posses, foram formados nas escolas, tiveram como todos nós, mais, ou menos, uma formação moral, ideológica, política e religiosa.
E foram votados e eleitos por nós.
E quem são somos nós?
Sendo bem critico, talvez somos os que sempre “aproveitaram uma oportunidade”.
Quem nunca furou uma fila; não devolveu o troco recebido a mais; parou o carro na vaga especial; deu propina para o policial para se safar de uma multa; transferiu os pontos da habilitação; comprou produto mesmo desconfiando ser roubado; comprou produto pirata; fez um “gato” na luz ou na tv por assinatura; esperou caducar uma prestação no SPC; fingiu estar dormindo no banco especial de transporte público; não avisou ou não devolveu algo esquecido . . .
https://4.bp.blogspot.com/-DZMbmh2Khcs/WNqsmT3RBLI/AAAAAAAAJ2k/D75xlf2zh7w2bl-ba-9efpov3dSDm8Q7gCLcB/s1600/IMG_1529.jpg
O quê ainda cobrar e esperar dos políticos?
Será que a diferença entre nós e os políticos, é que eles cobram mais caro?.
Também está mais do que claro, que eles não estão preocupados com que passamos, com o que precisamos e principalmente com o que pensamos deles.
Eles nos desprezam, eles querem o dinheiro das reformas, para benefícios próprios e de suas quadrilhas de lobistas e do mercado financeiro.
Se nossa sociedade é preconceituosa, ignorante, corrupta, teremos líderes iguais.
É isso que o sistema mais produz, lixo.
O sistema se alimenta do caos, quanto maior, mais fácil a manipulação, sempre terá os oportunistas, e não faltam candidatos ao cargo, e no meio desta grande “M” surge a necessidade de um herói, um salvador, o “resolvedor” de coisas.
Heróis são personagens das fábulas, salvadores residem nos contos e romances, são criados pela nossa criativa e obscura imaginação.
Enquanto uns fingem que ensinam e outros fingem que aprendem. É onde estão as pessoas inteligentes, prontos para a ação, salvar a nação?
Estão nos shoppings ? Usando o cartão de crédito, comprando o último modelo de IPhone, IPad ? Aí Phode !
As coisas que os políticos defendem a cada eleição, não significam nada, o país foi comprado, vendido e revendido há muito tempo.
Uma outra triste realidade é, com a ajuda da grande mídia, conseguiram dividir ainda mais a população do nosso país, nos tornando massa de manobra uma grande torcida “organizada”, que a cada ano de campeonato, vibra quando seu time ganha, e quando o rival é rebaixado, vira chacota do adversário.
Onde está o cidadão de bem e honesto?
Ele está muito ocupado. Está trabalhando, nas cidades, esta pegando ônibus cheio já na madrugada, no campo está plantando, todos ganhando pouco, sendo enganados e roubados, tentando criar os filhos da melhor maneira possível para ter uma vida melhor, não têm tempo para questionar e perceber o que estão fazendo com ele.
Ele não vai ter a oportunidade de mudar o que lhe foi predestinado, contando com a sorte vai poder morrer amparado.
Ele está movimentando a máquina garantindo o seu, o nosso.
E o seu Grande Sonho de um trabalho digno, de estudar, da casa própria, só mesmo estando inconsciente no sono para acreditar.
Ele também está garantindo o nosso privilégio de ter tempo para filosofar sobre a vida em sociedade. (não me excluo desta)
Vamos parar de nos enganar. Deixar de incorporar os Complexo de Cinderela, o Complexo de Alice e a Síndrome de Peter Pan.
O Príncipe encantado montado no seu cavalo Branco, e o País das Maravilhas, não existem.
É diferente do Peter Pan, precisamos crescer, ou corremos o risco de viver eternamente na Terra do Nunca.
Se existem heróis, somos nós os heróis de nós mesmos.
Temos que ser agentes de nossa própria história.
Neste grande jogo da sobrevivência, se tiver que ter uma razão, uma conclusão, o melhor resultado é o empate. 7×7