Estômago de Aço – Clipping analítico da grande imprensa
Por Eder Casagrande, analista de mídia do Cafezinho
Boa tarde.
O veto do presidente Temer à renegociação da dívida dos estados foi o destaque de hoje na grande imprensa. Mesmo os mais conservadores, como Miriam Leitão, do jornal O Globo, observaram que a equipe econômica não foi capaz de aprovar definitivamente o texto que exigia contrapartida dos estados. É um vaivém só. Enquanto isso servidores sofrem as consequências.
Até amanhã.
- JN
Michel Temer sanciona com veto a renegociação da dívida dos estados
Tempo da matéria: 4:48 min
Temer vetou a parte que trata da recuperação fiscal dos estados, ou seja, aqueles mais endividados, como MG, RS e RJ, foram atingidos diretamente. O veto ocorreu porque semana passada a Câmara derrubou as contrapartidas do texto, o que tirava a obrigação de limitar os gastos dos estados. Vejam que mesmo Temer, que chegou à presidência amparado pelo Congresso, tem dificuldade de governar, o que indica que estes deputados e senadores legislam conforme querem, independente de qualquer coisa.
Governo do RS vai parcelar o 13º dos funcionários públicos em 12 vezes
Tempo da matéria: 22 seg
A primeira parcela sai nesta quinta-feira (29), junto com a primeira parte do salário de dezembro, de até R$ 2.260. O restante, o governo de José Ivo Sartori, do PMDB, promete quitar até o dia 13 de janeiro. Consequência do endividamento.
Estados adotam medidas contra a crise e evitam contas no vermelho
Tempo da matéria: 3:31 min
Matéria usou o estado do ES como exemplo de boa administração fiscal. Não apresentaram nenhum contraponto. É uma forma de contrastar com os estados endividados. A linha editorial do JN insiste na tecla de que ajuste fiscal é remédio amargo, mas necessário. Todavia, nunca apresentam outro ponto de vista, econômico ou social, como se a única saída fosse arroxar salário, etc.
Documentos do MP da Suíça revelam detalhes do esquema da Odebrecht
Tempo da matéria: 8:42 min
Quase 9 minutos de bombardeio de informações no estilo novela mexicana. Matéria exibiu reportagem da correspondente na Suíça e no Paraná, intercalando com umas chamadas super bregas em forma de inserção gráfica. Procurou detalhar os caminhos que o dinheiro de propina percorria, citando alguns dos envolvidos. Depois de todos estes depoimentos dos executivos da Odebrecht, o telespectador ainda não ouviu falar nomes graúdos, como os políticos do PSDB e PMDB.
- TV UOL
Os supersalários no setor público
Chegam a ultrapassar R$ 100 mil
Temer exige contrapartida para renegociação com estados
Prazo para renovar o FIES termina nesta sexta-feira
- Folha de São Paulo
Capa
Vinicius Torres Freire – A besteira do brioche do Temer
Vinicius desconstrói as ‘fofocas’ a respeito do menu presidencial nas viagens aéreas. Seu argumento vai na direção de questionar assuntos “menores” como esse, chamando atenção para a essência dos problemas que o país enfrenta. Ainda há gente comendo comida do lixo!
Janio de Freitas – Contrapartidas dos Estados são intervenção branca do governo federal
Na primeira parte do texto Janio classifica de intervenção branca nos estados a chamada “contrapartida” exigida pelo governo na renegociação da dívida. Diz que contrapartida, nesse caso, é um eufemismo para ajuste fiscal, a mesma política econômica retrógrada de Temer. Na segunda parte procura explicar a distinção entre crise institucional e crise das instituições. Conclui dizendo que vivemos crise institucional, cujo regime democrático não sofre ameaças.
Editorial – Reforço negativo
O editorial está preocupado com o pagamento da dívida pública: “Caso o PIB se expanda 2% ao ano a partir de 2018, estima-se que o resultado primário (saldo entre receitas e despesas antes de pagos os juros da dívida), hoje um deficit, se torne superavit apenas em 2019. Até lá a dívida continuará crescendo e passará de 71% do PIB para até 90%, nível perigoso para economias em desenvolvimento”.
- O Globo
Destaque na página inicial
Retrospectiva 2016: País – Lista com 17 fatos políticos que sacudiram o país em 2016
Miriam Leitão – Área econômica vai formular projeto específico para estados em calamidade
O governo não bateu definitivamente o martelo em relação ao socorro que a União prestará aos estados endividados. Miriam observa que “o governo Temer disse que ia vetar integralmente, depois recuou e vetou parcialmente, e agora, ensaia novo recuo: os atingidos pelo veto podem ter uma ajuda de emergência”.
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