Um louco no Supremo
Supremo: circo ou hospício?
Luis Nassif
Nem Machado de Assis escreveria roteiro tão insólito.
Um Ministro do Supremo Tribunal Federal enlouquece. Passa a distribuir declarações cada vez mais alucinadas, trasformando o Supremo em circo ou hospício. O presidente do STF nada faz, porque é um poeta apartado das coisas vãs do mundo real.
Os demais Ministros percebem estar convivendo com um louco, mas não querem se meter na questão, porque loucos são imprevisíveis. E se o louco se volta contra eles? E se o louco convoca seu “personal araponga”? Cada qual trata de se debruçar sobre seus próprios processos e ignorar o Ministro louco.
Sem saber o que fazer com o louco, o reino continua sua vida normal, fingindo que não existe o Ministro louco que desmoraliza o Supremo. De tempos em tempos, colunistas com dificuldade para preencher sua cota de notas, entrevista o Ministro louco. Ele dá uma declaração louca envolvendo algum colega.
No dia seguinte, burocraticamente os jornais procuram o colega que desmente a nota.
E o reino vai tocando sua vida, procurando ignorar que existe um Ministro louco na mais alta corte.
Só no dia em que o surto se tornar irreversível e o Ministro sair carregado em camisa de força o Supremo tomará alguma atitude.
Elson
08/06/2012 - 02h13
Isso se chama efeito espectador, todo mundo espera que alguém faça algo, más ninguém fará nada, o Sarney já mostrou que não tem peito ou tem o rabo preso, afinal arquivou um pedido de cassação do ministro em questão. Uma lástima!