por Carlos Eduardo, editor do Cafezinho
Que o governo de Michel Temer não segue nenhuma lógica econômica, isto nós sabemos, no entanto, ainda há certos comportamentos que fogem da minha compreensão.
O Brasil foi convidado pela OPEP — Organização dos Países Exportadores de Petróleo — para participar como observador da última reunião da cúpula, realizada neste sábado (29), na sede da organização em Viena, Áustria.
O ponto-chave do encontro foi o corte na produção de petróleo, com o intuito de aumentar o preço do barril e por isso o Brasil foi convidado.
Para reverter a queda do preço do barril de petróleo não basta apenas uma redução por parte dos países membros da OPEP. Os não-membros como Brasil, Rússia, México, Azerbaijão, Cazaquistão e Omã também precisam aderir ao acordo, caso contrário podem tomar o mercado daqueles que reduzirem a produção.
Agora, pense comigo caro leitor: em plena crise econômica, não seria ótimo para a Petrobras, e consequentemente para o país, reduzir um pouco a produção do pré-sal para o preço do barril, que hoje gira em torno de US$ 50, voltar ao patamar de US$ 110 de dois anos atrás?
Uma alta no preço do barril de petróleo seria excelente para a Petrobras: reduz sua dívida líquida, ao mesmo tempo em que valoriza as ações negociadas no mercado.
Rússia e México ficaram de analisar a proposta da OPEP.
Já o Brasil, por incrível que pareça, se posicionou contra o corte de produção, ou seja, o governo de Michel Temer quer que o petróleo continue barato.
Quer vender o pré-sal o mais rápido possível, a preço de banana, somente isto explica a posição do país na reunião da OPEP.
Como bem explicou o economista Pedro Cezar Dutra Fonseca, professor de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em entrevista à Carta Capital (leia aqui), os golpistas não tem nenhum projeto de nação, seu único objetivo é destruir o legado de Getúlio Vargas e fazer do Brasil um país subordinado aos Estados Unidos.
Abaixo matéria da Agência Sputnik.
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Quem diria? Brasil agora dá aula à OPEP
O governo brasileiro se mostrou contrário a uma redução na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como estratégia de recuperação da cotação da commodity, hoje negociada em torno de US$ 50 o barril, após ter alcançado média pouco superior a US$ 110 há dois anos.
Embora não faça parte da organização, o Brasil foi convidado juntamente com outros países produtores mas não filiados a participar da reunião realizada pela OPEP no último fim de semana em Viena. Lá, o governo brasileiro se fez representar junto a de outros produtores como Rússia, México Azerbaijão, Cazaquistão e Omã. Mesmo não pertencendo à organização, Rússia e México prometem estudar uma possível participação nesse esforço. A OPEP decidiu reduzir a produção diária de 33 milhões para 32,5 milhões de barris. Um novo encontro para ratificar essa decisão está marcado para o próximo dia 30. A receita proposta pelo representante brasileiro é as empresas produtores “cortarem custos e serem mais competitivas”.
A redução na oferta têm sido defendida por países como Equador e Venezuela, que têm a maioria de suas receitas atreladas à exportação de petróleo, e mesmo a Rússia, hoje uma das maiores indústrias do ramo com produção diária pouco superior a 10 milhões de barris diários. Um dos principais entraves à redução da oferta tem sido colocado pelo Irã, que, com uma produção diária de 2 milhões de barris, tenta reconquistar mercado após o fim das sanções econômicas impostas por Estados Unidos e pela União Europeia em virtude da execução do seu programa nuclear.
O representante brasileiro no encontro, o secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, mostrou a posição contrária do Brasil a um corte na produção, alegando que não via como uma oferta menor poderia resolver o problema dos preços baixos hoje da commodity.
O professor de Economia Edmar Almeida, do grupo de Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), interpreta a ideia do representante brasileiro como um ajuste que deve ocorrer sem interferência do cartel da Opep via mecanismos de mercado.
“Hoje se tem um excesso de oferta de petróleo e com isso os estoques cresceram no mundo, por isso é necessário ocorrer um ajuste através da redução da produção por parte daqueles produtores menos eficientes. As empresas não têm custos para suportar o atual nível de preços. Elas iriam sair do mercado e isso iria promover, lá na frente, um ajuste mais sustentável.”
Segundo Almeida, hoje no mercado internacional há uma disputa de diferentes visões de como proceder com o ajuste.
“Alguns países, inclusive dentro da Opep, são a favor de uma interferência para promover um aumento de preços através de um corte de produção e outros acham que não adianta fazer essa interferência. É necessário que essa oferta seja digerida pelo mercado, seja através de um aumento da demanda mundial, seja através da redução da oferta por parte daqueles produtores com custos elevados, aqueles de óleo não convencional como o shale oil e até os de águas profundas.”
Na visão do especialista, a sugestão brasileira não foi fruto de improviso.
“É uma posição do governo, que estudou o problema, e obviamente deve ter conversado com a Petrobras olhando qual é o interesse do país a médio e longo prazo. O Brasíl é um dos países, fora da Opep, que tem maior potencial de crescimento da produção. A mensagem que se passa com essa posição do governo brasileiro é que estamos preparados, em termos de redução de custos e competitividade, para avançar na produção mesmo em um cenário de preços não tão altos.”
Roberto
04/11/2016 - 21h59
A Petrobras lucra mais com o petróleo baixo do que alto, sua raiva mostra porque a “elite intelectual” consegue fazer Freixo ganhar apenas em bairros ricos e de classe media no rio!
Aristides Bartolomeu Novaes
03/11/2016 - 17h37
E o povo?
Todo paralisado vendo a riqueza do país sendo entregue a preço de banana, como já ocorreu no governo FHC, com a CSN, ITAIPU, e CIA…
Com a desculpa de acabar com a corrupção, acabou mesmo foi com as grandes empresas, e deixou toda a turma dando ordens no país, mesmo estando enlameados nessa mesma corrupção.
Êta Brasil!
Roberto
04/11/2016 - 21h56
SE se preocupa com as empresas, venda sua casa e abra uma fabrica para gerar empregos e substituir essas empresas
Saulo Geo
02/11/2016 - 18h22
Bom, pela lógica coxinhesca, se a Venezuela é a favor da redução, logo é uma decisão bolivarianista e, portanto, não é boa para o Brasil, se a mesma é boa para a Venezuela…..
Roberto
04/11/2016 - 21h55
O fato da Petrobras lucrar mais comprando petróleo barato la fora não afeta em nada, segundo sua opinião?
Hélio
02/11/2016 - 13h31
Puta, como você é um burro cara! Com o petróleo mais caro seria muito mais fácil e rápido vender o pré sal!
claudio da costa oliveira
02/11/2016 - 11h41
Prezados,
Ocorre que 75% da receita da Petrobras vem da venda de derivados de petroleo no mercado interno.
O preço no mercado interno não está atrelado ao preço internacional do barril. Acredito que o que nós pagamos hoje no Brasil corresponde a um preço de 70/80 US$ o barril. Ao contrário do que todos falam, a queda no preço internacional melhora o resultado da Petrobras, pois reduz o pagamento de royalties e participações especiais (cujo calculo é atrelado ao preço internacional) e por outro lado aumenta a margem na importação de derivados. De modo inverso o aumento no preço internacional prejudica o resultado da Petrobras. Se o preço internacional superar os 70/80 US$ a Petrobras de Pedro Parente, vai aumentar o preço no mercado interno sem grandes vantagens. O melhor para a Petrobras seria se o preço voltasse para US$ 30 o barril. Para entender isto é preciso ler bem os balanços da Petrobras e suas notas explicativas, está tudo escrito lá. O problema é que tem muito engenheiro, que não entende de contabilidade, dando palpite no assunto.
Cláudio da Costa Oliveira