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O preço da gasolina e o factoide da mídia

por Altamiro Borges, em seu blog Conforme comprovou Miguel do Rosário, do imperdível blog “O Cafezinho”, o covil de Michel Temer abriu as torneiras aos barões da mídia através de milionária publicidade oficial. É uma forma de gratidão por seu empenho no “golpe dos corruptos” que depôs a presidenta Dilma; um agrado para garantir reportagens favoráveis […]

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por Altamiro Borges, em seu blog

Conforme comprovou Miguel do Rosário, do imperdível blog “O Cafezinho”, o covil de Michel Temer abriu as torneiras aos barões da mídia através de milionária publicidade oficial. É uma forma de gratidão por seu empenho no “golpe dos corruptos” que depôs a presidenta Dilma; um agrado para garantir reportagens favoráveis à máfia que assaltou o Palácio do Planalto; e também uma tentativa de salvar a velha imprensa – que afunda na crise com a perda de tiragem e de audiência e a fuga dos anunciantes. Esta típica propina, que poderia ser batizada de “imprensalão”, já produz resultados risíveis. Neste fim de semana, jornais e emissoras de tevê deram enorme destaque para “a histórica” redução do preço da gasolina. Até parece que o Brasil deixou o inferno e ingressou no paraíso!

A badalada queda no preço nem será sentida pelos consumidores – se é que ela vai chegar às bombas de gasolina. Segundo projeção do Sindicato dos Postos de Combustíveis de São Paulo (Sincopetro), a redução chegará, no máximo, a R$ 0,03 por litro. Mas os próprios empresários admitem que nem vão mexer na tabela dos preços. Segundo José Alberto Gouveia, presidente da entidade patronal, o alardeado anúncio não compensa os prejuízos com o aumento do preço do etanol, que sobe com a aproximação da entressafra da cana-de-açúcar. A gasolina vendida nos postos possui 27% deste biocombustível na mistura. Apesar disto, a nova fraude do covil golpista virou manchete dos jornalões e motivo de comentários otimistas dos ex-urubólogos da televisão.

Alguns “analistas econômicos” – que mais se parecem porta-vozes do covil golpista – juraram que a redução do preço “terá impacto positivo sobre a inflação” e dará impulso à “retomada do crescimento do país” – que está próxima, bem na esquina. Haja servilismo para compensar a publicidade oficial que garante os altos soldos de poucos nas redações. Poucos jornalistas, mais sérios e menos venais, explicaram que o factoide da Petrobras foi motivado pela acentuada queda de popularidade do usurpador Michel Temer, que todos os dias anuncia uma maldade contra os trabalhadores. Sobre a manipulação descarada da mídia chapa-branca, vale conferir o artigo do blogueiro Luis Nassif, postado no Jornal GGN neste sábado (15):

*****

A bolsa mídia e a ridícula operação gasolina

É interessante contrapor o artigo do diretor de redação da Folha, Sérgio Dávila, sobre a pós-verdade com o carnaval montado pela imprensa em torno da redução do preço da gasolina. É do nível dos piores factoides montados na última década.

Se fosse para valer, a redução atropelaria todo o programa de ajuste da Petrobras, cujo endividamento cresceu justamente devido ao achatamento dos preços dos combustíveis.

Mas é um mero factoide.

Na prática significará uma redução de 0,05 ponto percentual na inflação anual. Ou seja, se a inflação prevista for de, digamos, 5,55%, a redução dos combustíveis a baixará para 5,5% – estatisticamente irrelevante.

Na bomba, a redução possivelmente nem será repassada ao consumidor final, tão ínfima que é. Aliás, com a alta nos preços internacionais do petróleo, qualquer norma de bom senso indicaria um reajuste para cima.

Em cima dessa falsa notícia, as manchetes dos jornais esmeram-se em divulgar as seguintes consequências:

1. Os jornais dizem que pela primeira vez em quase uma década, caem os preços da gasolina.

2. A redução dos preços ajudará o Banco Central a derrubar a Selic. Sem medo do ridículo.

3. O governo diz que, apesar do imenso alarido em torno da redução do preço do combustível, ele não precisará aumentar impostos para compensar esse estrondoso reajuste.

Só uma enorme bolsa-mídia para sujeitar toda a imprensa a um ridículo dessa ordem.

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Hudson Batista

18/10/2016 - 13h51

Por Fernando Siqueira – Aepet

Nenhum país que entregou o seu petróleo para empresas estrangeiras, do cartel do petróleo, conseguiu vencer a miséria e se desenvolver. A Noruega, que criou uma estatal para gerir o seu petróleo, saiu da condição de 2º país mais pobre da Europa para se tornar o país mais desenvolvido do mundo. Nunca tivemos oportunidade tão grande de crescer como agora com o pré-sal. Os senhores têm em suas mãos a decisão mais importante da nossa história. Quero lhes passar dados muito relevantes, desmistificadores, para subsidiar vossa decisão, fundamental para o futuro do povo brasileiro.

1) A Petrobrás não é uma empresa corrupta. Ela é vítima de uma corrupção causada por maus políticos, empreiteiras privadas viciadas e uma dúzia de maus empregados que venderam a sua consciência. Mas ela possui 80.000, empregados sérios honestos e competentes que geram aumento contínuo de produção e fazem-na ganhar sucessivos prêmios internacionais.

2) Corruptas e corruptoras são as empresas multinacionais do cartel do petróleo, pois elas corrompem, subornam, matam presidentes nacionalistas, e ainda provocam guerras, até mundiais pelo petróleo. Elas compram políticos, jornalistas, juízes e partidos dos países que tem os recursos que elas querem. Se o PLP 4567 for aprovado, o Senador Serra terá como prêmio a presidência do Brasil. E os políticos venais mais do que nunca, partilharão o poder.

3) A Petrobrás não está quebrada. Ela teve, em 2015, um lucro bruto de R$ 98,5 bilhões e um lucro líquido de R$ 14 bilhões. Mas por exigência da auditora americana PWC (raposa no galinheiro), ela desvalorizou seus ativos em R$ 49 bilhões, gerando um falso rombo de 35 bilhões. As justificativas são as perdas com a queda do preço do petróleo, mas a Exxon não fez nada disto.

4) A dívida da Companhia não é de R$ 500 bilhões como diz o jornal “O Globo” em seus editoriais, defendendo a venda de ativos. A dívida líquida é de US$ 90 bilhões. Com o dólar a 3,20 ela caiu para cerca de R$ 290 bilhões. Essa dívida foi contraída para efetivar a produção do pré-sal, que hoje atinge cerca de 1,3 milhão de barris de óleo equivalente (óleo + gás) por dia;

5) O pré-sal não é uma jogada de marketing, nem um fiasco. Ao contrário ele surpreende positivamente a cada dia. O campo de Libra é muito maior do que o previsto. As áreas que a Petrobrás adquiriu na cessão onerosa eram previstas ter 5 bilhões de barris. Hoje essa estimativa é de 20 bilhões de barris. O instituto de Geologia da Uerj prevê que a reserva do pré-sal pode se situar entre 178 e 280 bilhões de barris (segunda ou terceira do mundo).

6) O custo total de produção caiu de US$ 40 por barril, em 2013, para US$ 20 por barril em 2016, graças à alta produtividade dos campos e à competência dos técnicos da Petrobrás. O custo de extração, que somente considera as despesas com produção, caiu no mesmo período de US$ 9,5 para US$ 7,53 por barril produzido. Os menores custos de produção em águas profundas.

7) Ao final de 2015, a diretoria da Petrobrás programou “o desinvestimento” – privataria dos ativos – de US$ 15 bilhões para “acertar o caixa da Companhia”. Ora, de janeiro a junho/2016, o dólar desvalorizou e a Companhia teve reduzida a sua dívida líquida em mais de R$ 150 bilhões (passou de R$ 450 bilhões para R$ 290 bilhões) – quase US$ 50 bilhões. Qual o objetivo real para vender ativos?

8) A venda de ativos da Petrobrás, é uma forma de desmantelar a Companhia e entregar o pré-sal:

i) caso BR Distribuidora – a Bunge, empresa onde Parente trabalhava quer entrar na distribuição. Tentou comprar a ALE e não conseguiu. Agora pode levar a BR, fragilizando sobremaneira a autonomia do País, ao entregar toda a distribuição de derivados para interesses privados, tornando-nos reféns desse poder interposto entre a produção combustíveis da Petrobras e a Sociedade Brasileira;
ii) caso Transpetro: a empresa é que faz todo o transporte de petróleo do mar para a terra, inclusive o privado, e faz sua medição “on line”; o cartel quer fazer isto para, como é sua praxe, fraudar as medições e desviar petróleo;
iii) caso dos gasodutos: os gasodutos da Petrobrás estão no limite. Não tem como ceder mais para as concorrentes. Elas não querem investir em novos dutos, querem comprar barato os da Petrobras. Esses dutos, que formam um monopólio natural, serem controlados por estrangeiros é absurdo, e rapidamente a Petrobras terá que investir para arcar com o déficit gerado.

9) Na gestão Pedro parente no Conselho de Administração da Petrobrás – 1999 a 2003 – foram cometidos vários danos contra a Companhia: venda de 36% das ações nos EUA por US$ 5 bilhões, valiam mais de US$ 100 bilhões. Troca de ativos com Repsol da Argentina – US$ 2 bilhões de prejuízo. Negociata com Eike Batista – termoelétrica no Nordeste – prejuízo superior a R$ 350 milhões.

10) É falaciosa a justificativa do projeto Serra, que diz que a Petrobrás ficará mais à vontade para adquirir campos do pré-sal nos futuros leilões. O atual presidente Pedro Parente vendeu o campo de Carcará, já descoberto, e um dos melhores da área, para a Statoil por valor irrisório, o que o faria entrar em novos leilões? Se essa proteção legal do interesse nacional for abolida, ficará por conta de decisão conjuntural por interesses menores, à revelia dos representantes do povo brasileiro. Uma tragédia.

11) O petróleo (óleo + gás) é o energético mais eficiente, mais estratégico e mais cobiçado do planeta. Ele contribui com 59% da matriz energéticas mundial, é o responsável por 92% do transporte de pessoas, materiais e alimentos e é matéria prima para mais de 3000 produtos petroquímicos, farmacêuticos e fertilizantes que usamos no nosso dia a dia. Os Países desenvolvidos precisam dele e não tem reservas. Estão em grande insegurança energética, por isto querem nos tomar o petróleo do pré-sal;

12) As empresas do cartel do petróleo – Anglo-americanas – também estão numa grande insegurança energética por dominarem, hoje, menos de 5% das reservas mundiais. Já controlaram 90%. Querem, pois o pré-sal para sobreviver. Fazem um lobby pesado no Congresso Nacional. Corrompem Deputados e Senadores.

13) Os países que entregaram o seu petróleo para essas multinacionais produzirem estão todos na miséria: Gabão, Angola, Nigéria, Indonésia e outros. A Noruega, que criou a estatal Statoil para explorar e controlar o seu petróleo e que fica com 82% do petróleo produzido, saiu de segundo país mais pobre da Europa, na década de 70, para o ser o país mais desenvolvido do mundo (melhor IDH nos últimos cinco anos, melhor bem-estar social, 2ª renda per capta). E ainda tem um fundo soberano, para quando o petróleo acabar, que já atingiu o montante de 900 bilhões de euros. Cabe aos senhores decidirem aqui se o Brasil será uma grande Noruega ou pobre como Angola, Gabão, Nigéria e outros.

14) Só gera tecnologia quem opera, pois obtém o “feed back” operacional. Por isto a Petrobras ganhou por três vezes o prêmio mundial máximo da tecnologia do petróleo, sendo a única petroleira a ganhar por três vezes esse prêmio. As petroleiras internacionais não têm contribuição tecnológica para fornecer; pelo contrário, querem aprender. Se ela não for operadora, ela e o país perdem toda a sua chance de evolução tecnológica.

15) Qualquer que seja a operadora, ela vai levar o mesmo tempo para pôr o pré-sal em produção, ou seja, 8 a 10 anos. A Petrobrás mantida como operadora única, além de reinvestir no País, comprar no mercado interno e gerar emprego aqui, a União fica com mais 46% do alto lucro gerado, referentes à sua participação acionaria no capital da Companhia. Se forem as multinacionais, além de minimizar a demanda no nosso mercado, 100% do lucro serão remetidos para o exterior.

16) Quanto à segurança operacional, vale lembrar: no campo de Macondo, no México, a operadora British Petroleum mandou a perfuradora Transocean economizar na cimentação do poço e gerou grave acidente com afundamento da plataforma; no campo de Frade, no Brasil, a Chevron mandou a Transocean economizar na cimentação e gerou grave acidente. A mesma perfuradora Transocean já furou mais de 40 poços no pré-sal e não ocorreu qualquer acidente. A Petrobrás não faz economia em detrimento da segurança.

17) A Shell perfurou o campo de Libra até a profundidade de 3990m e o devolveu para a ANP como seco – não comercial. Mas a Petrobrás o perfurou até a profundidade de 7000m e achou a maior jazida do mundo atual. Logo, se não fosse a Petrobrás, Libra e o pré-sal jamais teriam sido descobertos.

18) A alegada dívida excessiva da Petrobras é falaciosa, pois o cálculo contábil não considera o patrimônio real que são as suas reservas da ordem de 60 bilhões de barris, seu excelente parque de refino e a grande malha de dutos. Essa dívida foi feita para investimentos, cujo retorno é dos mais elevados. Os campos do pré-sal têm uma enorme produtividade, da ordem de 30.000 barris por dia.

19) O senador Serra alega que a Petrobrás tem uma dívida tão alta que chega a R$ 340 por barril produzido, sendo que nas outras petroleiras esse fator é 60. Ora, esse parâmetro não quer dizer nada. O que importa é a relação da dívida por barril a produzir, sendo essa a sua finalidade. Ou seja, se a dívida está em US$ 90 bilhões e a dividirmos por 60 bilhões de barris a produzir, resulta na relação US$ 1,5/barril, e esta é a menor relação entre todas as petroleiras.

20) Aliás, se a relação do Serra significasse alguma coisa, a norueguesa Statoil não teria produzido nada, pois no início ela se endividou para produzir o campo de Ekofisk e, na época, ela não produzia nada, ou seja, a relação dívida por barril produzido era infinita.

21) Dizer que a abertura do mercado com a entrega da operação para empresas estrangeiras vai recuperar os 12 milhões de empregos que o País perdeu nos últimos anos é uma falácia gigantesca. Senão vejamos: 1) a Petrobrás é a única petroleira que compra no País. As estrangeiras trazem tudo de fora, equipamentos, plataformas, inclusive mão de obra especializada; 2) a criação de empregos no pré-sal, dos futuros leilões, só ocorrerá daqui a 7 anos, isto se a Petrobrás for operadora. De fato, a grande geração de empregos no País será pela aquisição/fabricação de bens de produção e aplicação da energia desse petróleo na produção de novas riquezas, em lugar de sua importação.

22) Outra firmação falaciosa que está sendo usada é de que o custo de produção é de US$ 50/barril, e portanto, com o petróleo a US$ 50/barril não haveria interesse da Petrobras. Como se nesse caso as petroleiras internacionais teriam interesse, agravado pela consideração que que a Petrobras é quem tem condições de produzir aos menores custos, pelo conhecimento geofísico da jazida e pela sinergia com suas outras instalações na área. Na realidade o custo de produção de petróleo no Pré-Sal está em US$ 20/barril, devido à alta produtividade dos poços e a Petrobrás ser a Operadora…


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