Fazendeiros patrocinaram, no dia 14/06, um ataque à comunidade indígena Guarani-Kaiowá de Caaparaó-MS.
Assim como ocorreu em Honduras, o golpe de Estado estimulou o aumento das violências no campo e nas comunidades, porque as oligarquias o entendem como um sinal verde para atacar movimentos sociais que, até então, tinham alguma representação ou diálogo em Brasília.
NOTA PÚBLICA DA ASSOCIAÇÃO ADVOGADAS E ADVOGADOS PÚBLICOS PARA A DEMOCRACIA – APD
A APD – Associação Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia, entidade civil sem fins lucrativos ou corporativistas, criada por advogados públicos federais, que busca a plena efetivação dos valores sociais e jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito através do fortalecimento da relação da Advocacia Pública com os movimentos sociais e populares, vem a público manifestar profunda indignação com os fatos ocorridos ontem, 14/06/2016, no município de Caarapó-MS, quando fazendeiros patrocinaram um cruel ataque à comunidade indígena Guarani-Kaiowá que ocupa o Tekoha Tey Jusu, que resultou na morte de Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza e feriu gravemente vários outros indígenas, inclusive crianças.
A Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá I teve seu relatório de identificação e delimitação publicado no Diário Oficial da União do dia 13 de maio de 2016, reconhecendo os limites do território originário dos Kaiowá, cuja posse e usufruto exclusivo lhes são negados há décadas.
A Constituição Federal de 1988 acolheu o instituto do indigenato e consolidou uma proposta fraternal de inclusão e de reparação aos povos indígenas, ao reconhecer o direito originário às terras que ocupam, cujo direito à posse permanente independe até mesmo da existência de processo de demarcação, conforme preceitua o artigo 25 do Estatuto do Índio, Lei 6.001/1973.
O massacre de Caarapó, como já vem sendo chamado o ataque ocorrido no dia de ontem, representa apenas mais um passo da violência e do descaso do Estado Brasileiro e de parte da sociedade civil, os quais insistem em negar cotidianamente a existência do Povo Guarani-Kaiowá e em violar seus direitos mínimos de dignidade e de sobrevivência.
Os Kaiowá, que historicamente são conhecidos como um povo pacífico e espiritualizado, encontram-se agora vivendo um grande dilema existencial que os obriga a traçar outras estratégias para garantir sua sobrevivência física e cultural, exercendo seu legítimo direito de resistência.
Diante de tais fatos, e sob pena de se concretizar em solo brasileiro mais um genocídio de povos originários, a APD exorta o Estado Brasileiro a cumprir seus compromissos internacionais e sua vocação fraterna e democrática, posicionando-se claramente em favor dos direitos do Povo Guarani-Kaiowá, bem como providenciando a imediata punição de todos os envolvidos.
Brasília, 15 de junho de 2016.
Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia -APD
renato andretti
16/06/2016 - 19h03
Alguem duvida que um pistoleiro pago.
Não mate uma criança destas.
Alguem duvida..
Onde esta nossa mobilização para acabar
com isto de vez..
Porque nos deixamos zumbizar por estes
homens infelizes do PODER..
São os mesmos que produzem alimentos
com venenos e nos dão como ração..
MAS comem o produto sem AGROTÒXICOS.
A eles não importa se há sangue..por traz de
seus alimentos e de seus filhos..
A eles não importa que na mesa deles a metade
seja dinheiro da distribuição do bolsa familia.
São parasitas da pior espécie..
Rita Lama
16/06/2016 - 13h21
Fazendeiros matogrossenses assassinos!!!!!!
Flavio Wittlin
16/06/2016 - 13h52
Além de denunciar o massacre aqui e no exterior, gostaria de compartilhar um canto que é de cura mas também um libelo contra o racismo e a discriminação. Este canto aprendi pessoalmente com o pajé Leonard George da tribo do Tsleil Waututh e segue abaixo em solidariedade aos irmãos Guarani Kaiowá.
https://m.youtube.com/watch?v=RVRgVrNiRdo
Clarivaldo Freire
16/06/2016 - 12h43
Este Brasil ainda chegará a ser uma nação civilizada, basta que seu povo tenha consciência de que os avanços obtidos nos últimos governos do PT, não podem sofrer retrocesso.
Luca Maribondo
16/06/2016 - 12h09
Só pra constar: o nome do Município é Caarapó e a denominação do povo é guarani-caiuá. Assim evitamos a disseminação da ignorância.
Eduardo Albuquerque
16/06/2016 - 12h01
Sobre esse crime nao se verá a Torre Eiffel em cores verde amarelas, nem passeatas na Rio Branco ou trocentos posts nas redes…
Ita Marques
16/06/2016 - 13h08
é, a matança continua e não se via indignação a não ser de um ou outro. Ainda bem que esses advogados fizeram moção de repúdio. Vamos ver se a Federal vai apurar e punir quem está matando os nossos irmãos indígenas.