Foto: Sérgio Castro/ Estadão
Segunda noite da Virada Cultural é marcada por protestos e clima pacífico
no UOL
Com missão de diminuir a violência urbana que marcou as duas últimas edições, a 12ª Virada Cultural reduziu a quantidade de palcos no centro e espalhou as atrações culturais pela cidade inteira. As zonas Norte, Sul, Leste e Oeste também receberam parte dos shows e apresentações de teatro, dança, literatura e artes plásticas. Além disso, a programação da maioria dos palcos não viraram a madrugada.
A estratégia parece ter funcionado até a primeira metade do evento. A reportagem do UOL presenciou um clima tranquilo, mesmo nos palcos mais lotados. O público pode se divertir em regiões onde estavam instalados os palcos Júlio Prestes, São João, Rio Branco e Largo do Arouche sem se sentir intimidado.
Juliana Barreto, 25, que esteve pelo terceiro ano na Virada, aprovou o novo formato. “Esse ano achei mais calmo no Arouche. Há dois anos eu vim com a minha irmã e saí horrorizada. Agora achei tranquilo, não vi brigas. Adorei Beto Barbosa e o concurso das drags”, disse ela, que pretende voltar neste domingo com o namorado para ver Roberta Miranda, que encerra a Virada no palco Arouche
O tom de protesto, que começou na noite de sexta (20) durante o happy hour da Virada 2016, teve continuidade e não faltaram manifestantes nos principais pontos do evento. Durante as apresentações de artistas consagrados como Ney Matogrosso, Elza Soares, Baby do Brasil e Alcione, a plateia se mostrou insatisfeita com o atual momento do país.
Pontualmente às 18h, o cantor Ney Matogrosso, subiu ao Palco Júlio Prestes, na região central de São Paulo, para abrir a programação. O público que acompanhava o show mostrava faixas, folhas de papel ofício e adereços diversos com inscrições como “Fora, Temer” e “Temer Jamais”. Em alguns momentos, o grito contra o peemedebista prevaleceu, mas também foi ouvido o “Fora PT”, embora em menor volume e empolgação. O cantor, conhecido por opinião política forte, não se manifestou sobre o assunto no palco.
A cantora Alcione foi a segunda atração a subir no palco da estação Júlio Prestes, e diferente de Ney, Marrom não poupou críticas ao atual governo. “Fiquei sabendo que o Ministério da Cultura voltou. Não era nem para ter acabado. Como um país como o nosso, com nossa diversidade cultural, pode ficar sem ele?”, afirmou depois de abrir com “Juízo Final”.
E o discurso continuou. Alcione lembrou o desastre ambiental da cidade de Mariana (MG). Despachada, ela alvejou a mineradora Samarco, que pertence à Vale, responsável pelo rompimento da barragem que dizimou o distrito de Bento Rodrigues.
A cantora aproveitou também para falar da presidente afastada Dilma Rousseff. “Gosto muito da Dilma. Só estive ausente dos protestos por causa de problemas de saúde”.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!