Por Rogerio Dultra dos Santos
As alcovas de Brasília suspiraram de medo na noite da última segunda-feira. O Maranhão trouxe a revolta do baixo clero, que desafiou – na fantasia dos infelizes – aquilo que não tem concerto nem tamanho.
O fim do golpe, delírio dos desvalidos, não durou 24 horas.
O Jaburu suspirou aliviado. Teve a certeza do sucesso quando a romaria dos mutilados invadiu o seu palácio avisando do fracasso da democracia.
Quando veio a notícia do desfeito, revogando o que seria anulado, cantaram todos, embriagados dos seus cargos, chafurdados em seus ministérios, amantes fieis da indecência e do excesso.
E, apesar dos avisos, dos pedidos, das rogatórias e petições, no caminho do Alvorada, o direito sucumbiu ao plano dos tiranos.
Nesta noite dos delirantes, nada a se esperar da cidadã falecida aos 27. A fantasia se foi, a Constituição morreu.
Viva o Rei! Ou, melhor: viva o pretenso e bastardo herdeiro, que sem nenhuma censura ou voto, conspirou a céu aberto com bandidos, como um rato, sabendo que o navio não irá afundar.
Num frêmito de arrogância, às vésperas da consumação do golpe, estão todos certos da vitória, todos do alto de suas prepotências torpes, todos ciosos dos nacos de poder que acreditam enriquecedores e divididos pela justiça dos abutres.
Está na natureza dos abutres esta certeza.
Mas o que os abutres não sabem é que a certeza do butim não tem governo.
Que a violação do governo não tem vergonha. E não tem juízo. Nem nunca terá.
Raymundo Ferreira Teixeira Jun
12/05/2016 - 15h22
Parabéns as instituições brasileiras, com este processo constitucional, democrático e extremamente bem conduzido, mostramos ao mundo que nossa jovem democracia está cada vez mais forte. Nossas instituições não se curvaram a interesses partidários e a grupos que dominam o poder. Parabéns ao Congresso Nacional, STF, Tribunal de Contas e a instituição da presidência da república.
gilberto
11/05/2016 - 09h45
E pensar que o STF é coautor do assassinato da jovem de 27 anos. Celso de Mello que faz citações intermináveis a figuras proeminentes é exemplo vivo de que somente os dignos são lembrados positivamente. Os covardes quando muito são lembrados como tais.
Reinaldo Mechica Miguel
11/05/2016 - 06h30
Um texto BRILHANTE… Um retrato em branco e preto!
Antonio Passos
11/05/2016 - 05h36
Muito interessante essa observação de que nossa democracia morre aos 27. Ela se juntará aos ídolos da juventude que também morreram aos 27. Parece ser esta a idade em que morrem os sonhos, as ilusões, massacrados pela realidade à qual não podem suportar. Talvez por serem ingênuos demais para ela.