Revolução dos Cravos: brasileiros em Lisboa fazem ato de apoio a Dilma
Portugal comemora hoje (25) feriado nacional da Revolução dos Cravos, com desfile na Avenida da Liberdade, na tarde desta segunda-feira. Cerca de cem brasileiros participarão do desfile, num ato a favor da presidenta Dilma Rousseff e da democracia.
Igor D’Angelis, de 29 anos, doutorando em Ecologia Humana, vive em Lisboa e é um dos coordenadores da manifestação. A Frente Democrática Brasileira de Lisboa, organizada pelo coletivo Andorinha, lançou um manifesto em que afirma ser um grupo suprapartidário, formado por brasileiros e estrangeiros em defesa da democracia. “Junto com a Casa do Brasil, organizamos uma marcha pela democracia e vamos descer hoje [a Avenida da Liberdade] junto com o desfile da Revolução dos Cravos. A gente quer que ela [Dilma] fique no poder”, disse Igor.
Segundo Igor, o coletivo originou-se da necessidade de refletir criticamente sobre a atual situação política que o Brasil enfrenta. “É preciso que a comunidade portuguesa saiba que o que está em causa no Brasil é uma tentativa de golpe de Estado disfarçada de destituição”, diz o manifesto.
O grupo, que conta com 160 participantes em sua página do Facebook, reuniu-se pela primeira vez no dia 18 de março no Largo de Camões, quando aproximadamente cem pessoas compareceram para protestar. Igor contou à Agência Brasil que o ato foi organizado a partir do “boca a boca” e que, durante a discussão, os participantes perceberam a necessidade de se criar o coletivo.
O estudante afirmou também que a ideia é manter o coletivo sempre ativo e propiciar discussões sobre a democracia. “Mesmo depois de passarmos por este momento turbulento, nos manteremos sempre críticos, inclusive com o governo do PT.”
Portugal é um dos países europeus com mais brasileiros residentes – cerca de 100 mil, segundo as estatísticas oficiais.
Revolução dos Cravos
A Revolução Dos Cravos foi o movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, em 1974. Após o golpe militar de 1926, Antônio de Oliveira Salazar estabeleceu uma ditadura no país inspirada no fascismo italiano, cujas liberdades de reunião, de organização e de expressão foram suprimidas, com a Constituição de 1933.
Em 1968, o ditador sofreu um derrame cerebral e foi substituído pelo ex-ministro Marcelo Caetano, que deu continuidade à política. O país passava por uma decadência econômica que provocou descontentamento da população e das Forças Armadas, que levou a um movimento contra a ditadura.
No dia 25 de abril de 1974, explodiu a revolução. Os militares depuseram Marcelo Caetano. A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura de 48 anos e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento, dando origem ao nome Revolução dos Cravos.
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