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Conspirações entram em mais um frenesi golpista

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)] Análise Diária de Conjuntura – 15/03/2016 O jogo se torna cada vez mais pesado. Estamos recebendo denúncias de que a tigrada da Lava Jato vem adotando táticas cada vez mais sinistras de tortura contra os réus, para forçar a delação premiada. A prisão de João Santana e esposa foi em tudo […]

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Análise Diária de Conjuntura – 15/03/2016

O jogo se torna cada vez mais pesado. Estamos recebendo denúncias de que a tigrada da Lava Jato vem adotando táticas cada vez mais sinistras de tortura contra os réus, para forçar a delação premiada.

A prisão de João Santana e esposa foi em tudo ilegal,  e mesmo assim Sergio Moro a manteve.

Agora Monica Moura, mulher de Santana, compreensivelmente aterrorizada em ser mais uma vítima da impiedosa máquina do golpe, decidiu apelar para a delação.

A mesma coisa vale para Delcídio.

Já ficou claro para todos que o aparelho judiciário está sendo manipulado de maneira criminosa, antidemocrática, com objetivos políticos, e o que é pior, com o beneplácito de inúmeros juízes, que deixaram seu conservadorismo degenerar em rancor golpista.

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O jogo é assim: ou delata ou prisão perpétua, com requintes de crueldade cada vez maiores. Elio Gaspari já havia denunciado, ano passado, como funcionava a tortura: alguns executivos presos foram transferidos para um presídio comum, e deixaram que sua cela fosse invadida por outros presos, que defecaram e uniraram no local. No dia seguinte, os executivos aderiram à delação. 

É a hora de todas as chantagens, do vale tudo, para pressionar e amedontrar juízes, réus, advogados. Todo mundo tem de comer na mão do golpe midiático.

A imprensa corporativa não produz nenhuma investigação e não deixa vazar nenhuma crítica à Lava Jato. Hoje, na CBN, a filósofa Viviane Mosé fez críticas à Lava Jato, e o locutor a interrompeu rapidamente, dizendo que havia emails criticando, e forçou Viviane a lê-los. Jamais isso aconteceu na CBN.

A ida de Lula para o ministério teria como principal função interromper a marcha do fascismo e do golpe midiático. Não é por outra razão que o dia amanheceu cheio de novos vazamentos, novas delações, novas bombas, numa tentativa desesperada para impedir que Lula detenha algum tipo de poder efetivo, que o permita combater o golpismo. 

Até o final da tarde, o STF prometeu divulgar o conteúdo da delação de Delcídio Amaral. 

O Brasil está refém de delatores (culpados ou não) apavorados, meganhas delinquentes, e uma imprensa criminosa, que pratica o tipo mais repugnante de chapa-branquismo, que é aquele que não faz crítica à truculência do Estado contra seus próprios cidadãos. 

A tentativa de prender Lula visa asfixiar a liberdade política no país. É uma estratégia conhecida dos estudiosos de justiça política. Otto Kirchheimer explica, em sua obra Justiça Política, que é evidentemente mais fácil atacar a liderança política do que todos seus seguidores. 

Kirchheimer observa que julgamentos políticos acontecem o tempo inteiro. São inerentes à política contemporânea. Nas democracias, os julgamentos políticos tendem a se disfarçar de "técnicos". Muitos juristas, critica o pensador, tentam negar que existam julgamentos políticos, porque afirmar isso geraria consequências que poderiam questionar a integridade das cortes e a própria moral das profissões judiciais. 

Promotores e juízes, todos querem posar de "técnicos", de combatentes do crime, mas não é bem assim. No caso do Brasil, então, vemos o oposto. 

A força-tarefa da Lava Jato pôs de lado todos os seus escrúpulos legalistas e passou a agir de maneira abertamente golpista e partidária. E o pior é que isso se tornou um movimento político maior. É um golpe em sentido lato, que produziu uma atmosfera de Estado de Exceção, com o suporte criminoso de uma imprensa que, mais uma vez em nossa história recente, trai os ideais democráticos da Constituição.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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