Cotistas que garantiram uma vaga na UFMG neste ano obtiveram notas superiores às de não cotistas que fizeram o vestibular em 2013. Exceção foi apenas um curso
Cotistas que chegam à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) obtiveram notas superiores às dos não cotistas ingressantes em 2013, último ano em que o vestibular foi a porta de entrada para uma das maiores instituições públicas do Brasil, segundo levantamento das notas de cortes dos últimos quatro anos a que o Estado de Minas teve acesso, em praticamente todos os cursos. A única exceção foi engenharia de produção, ainda assim, com diferença de menos de um ponto. Em um dos cursos mais concorridos da Federal, os cotistas tiveram que alcançar a nota mínima de 750,02 pontos para garantir uma vaga em medicina, pontuação superior à que a ampla concorrência conquistou em 2013, de 685,3 pontos.
Neste ano, primeiro em que a reserva de vagas foi aplicada na totalidade – 50% das vagas, conforme prevê a Lei das Cotas aprovada em agosto de 2012 –, os cotistas enfrentaram maior concorrência entre eles. “Os cotistas entram na UFMG mais bem preparados que os não cotistas de poucos anos atrás”, afirma o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi. Em 2013, a reserva de cotas era de apenas 12,5% do total de vagas.
Das 6.279 vagas, 3.142 foram destinadas às cotas de escola pública, levando em conta reserva para negros e indígenas. Uma delas foi conquistada pela estudante Talita Barreto, de 20 anos. “Todo ano a nota de corte muda e tivemos muito mais inscrições para o Enem. Quando vi minha nota fiquei com medo de não passar, principalmente em engenharia, que é um curso muito concorrido.” A ação afirmativa foi fundamental para que a jovem, filha da diarista Helena Barreto, se tornasse a primeira em sua família a ser aprovada para o ensino superior numa universidade federal. “Era um sonho fazer faculdade. Minha mãe sempre insistiu para que eu e meus irmãos estudássemos. As cotas nos possibilitam acesso a algo que é nosso”, afirmou. A jovem também foi aprovada, por meio das cotas, para música na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).
Na avaliação do pró-reitor, o aumento da nota de corte está relacionada à adoção do Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Em 2013, cerca de 60 mil candidatos disputaram as vagas na UFMG. Em 2016, o número mais que triplicou, passando para 195,6 mil canditaturas. Ao todo, foram 158,3 mil candidatos que tinham a opção de se inscrever em até dois cursos diferentes. “O Sisu tem esse efeito de facilitar o acesso à disputa pelas vagas nas universidades”, diz.
Nesta edição, as diferenças entre notas de corte para cotistas e não cotistas variam entre 4,8% (menor diferença, observada no curso de biblioteconomia) e 11,4% (maior diferença, no curso de história). A diferença média foi de 8,2%. “Por definição, as notas de corte dos cotistas devem ser menores que as da ampla concorrência. Do contrário, as cotas não teriam nenhum efeito”, diz Takahashi. Em 2014, porém, a nota de corte de cotistas no curso de história foi maior do que os não cotistas. Naquele ano, a diferença média foi de 6,9%.
A expectativa do pró-reitor é que a implantação das cotas em sua totalidade possa recuperar a proporção de estudantes de baixa renda vinculados à UFMG até 2013. Naquele ano, 49% de estudantes eram provenientes de famílias com renda de até cinco salários-mínimos. Essa proporção caiu depois da adoção do Sisu para 42%, em 2014, e para 46%, em 2015.
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Enio
30/01/2016 - 14h09
A elite criminosa tem MEEEEDO do povo brasileiro com Lula 2018. #LulaEuConfio
marcelo duarte
29/01/2016 - 16h44
Desde quando dados socio-econômicos são base para definir a etinia de alguém? Nessa sua argumentação está a base da falácia que é o sistema de cotas por cor de pele. Como se define a tinia por autodeclaração, qualquer um pode se declarar pardo, sem que isso necessariamente signifique que ele está errado ou esteja tentando burlar a lei. E quanto aos pobres que são brancos? Esses então não podem usufruir de nenhuma cota, pois esses naõ foram feitas para pobres, e sim para negros.
Ser contra o sistema de cotas, meu amigo, não é ser racista, é ser contra um sistema falho na concepção e na execução.
Robson
26/01/2016 - 17h25
Miguel,
O meu sobrinho estuda na UFMG.
Ele é cotista.
Ele comentou comigo, ano passado, que esse burburinho corre solto na universidade. É inacreditável a quantidade de cotistas, não negros ou pardos, que acessaram ao ensino superior burlando o sistema de cotas.
Isso explica o fato da melhoria nas notas dos cotistas e ao mesmo tempo, a piora nas notas dos não cotistas. Os alunos , não negros ou pardos, simplesmente migraram para onde a concorrência é “menor”.
A universidade deveria instituir uma comissão de avaliação dos alunos declarados como cotistas (assim como já ocorre nas seleções para concursos públicos) buscando identificar os falsários.
Não é necessário teste de DNA, como sugeriu um midiota.
É necessário apenas cruzar alguns dados socioeconômicos, com entrevistas presenciais dos candidatos e dos pais dos candidatos (sim os pais deveriam ser chamados para dizer como foi criar um filho negro/pardo em uma sociedade racista) para se verificar realmente se a ascendência do candidato condiz com a sua opção pelas cotas.
marcelo duarte
29/01/2016 - 16h45
Desde quando dados socio-econômicos são base para definir a etinia de alguém? Nessa sua argumentação está a base da falácia que é o sistema de cotas por cor de pele. Como se define a tinia por autodeclaração, qualquer um pode se declarar pardo, sem que isso necessariamente signifique que ele está errado ou esteja tentando burlar a lei. E quanto aos pobres que são brancos? Esses então não podem usufruir de nenhuma cota, pois esses naõ foram feitas para pobres, e sim para negros.
Ser contra o sistema de cotas, meu amigo, não é ser racista, é ser contra um sistema falho na concepção e na execução.
Felipe
26/01/2016 - 15h50
Miguel,
Como TUDO no jornal o Estado de Minas, essa é apenas mais uma matéria mentirosa e direcionada!!!
A matéria faz entender que a nota dos cotistas melhorou e para isso, coloca na capa duas lindas estudantes negras.
O que a matéria não mostra é a nota melhorou porque muitos, repito muitos candidatos NÃO NEGROS se declararam cotistas.
Isso mesmo.
A velha-hipócrita-escravagista-retrograda-provinciana elite mineira vem instruindo os seus filhos para se declararem pardos e assim, garantirem o acesso a UFMG.
É uma situação tão escrota que dá nojo, mas sendo BH, a capital que deu 70% dos seus votos à Aécio Neves, está explicado este tipo de ação, típica do coxinha: a desfaçatez.
Veja que os comentários no site do jornal atingem ao objetivo proposto, ou seja, incitar as pessoas a pedirem o fim das cotas, ou seja, se os “negros” estão tendo notas melhores que os “não
cotistas”, para que as cotas então ?!?
Se o MEC não investigar e passar a barrar esta prática canhestra dos senhores de engenho de Belo Horizonte, logo mais, as políticas de cotas sofrerão forte contestação.
Hell Back
26/01/2016 - 16h28
E agora, qual a solução? Estabelecer o teste de DNA para provar a sua raça?