Teremos mais um ano duro, de muita luta em 2016, mas eu acho que será mais gratificante do que 2015, porque o pior do ajuste fiscal já passou, e o governo já deu mostras que está disposto a elevar o nível de investimento.
Agora, esperamos que o governo não faça mais burradas, e tenha sensibilidade de ouvir as suas bases, entendendo que, sem elas, não tem sustentação, e sem sustentação continuaremos a sofrer com a instabilidade política e econômica, que apenas arrasta o Brasil para o buraco.
Nem vou comentar, por exemplo, o papo de mexer na previdência, uma ideia evidentemente estúpida num momento tão delicado.
O governo tem de conquistar um mínimo de estabilidade política, retomar o crescimento econômico e e voltar a fazer grandes investimentos em infra-estrutura.
Diante da falta de apoio na Câmara, o governo precisa reforçar a sua base de apoio social. Para isso, precisa parar de seguir o “mercado”, que é golpista por natureza (pois lucra com a instabilidade) e ouvir o povo.
***
No Brasil de Fato.
Conservadorismo do Congresso só pode ser derrotado pela mobilização popular, afirmam deputados
Em entrevista, os deputados Jandira Feghali (PcdoB), Wadih Damous (PT) e Ivan Valente (PSOL) analisam o cenário político brasileiro, o processo do impeachment e as manobras de Eduardo Cunha para permanecer na Presidência da Câmara.
29/12/2015
Por Bruno Pavan e José Coutinho Júnior (SP)
Foto: Ivan Valente (esq), Wadih Damous (centro), Jandira Feghali (dir)
O cenário político brasileiro e os fatos diários do Congresso Nacional têm superado qualquer trama de novela. Impeachment, manobras políticas, aliados que se tornam inimigos, e vice-versa, estão no cotidiano do noticiário.
Para analisar a conjuntura atual, o Brasil de Fato entrevistou três deputados que fazem oposição aos retrocessos no Congresso: Ivan Valente (PSOL), Jandira Feghali (PCdoB) e Wadih Damous (PT).
Os três acreditam que a presença de Eduardo Cunha (PMDB) na Presidência da Câmara dos Deputados envergonha o país, que o processo de impeachment aberto por ele é um ato oportunista e que, para travar as pautas conservadoras no parlamento, é necessário que haja pressão de movimentos populares nas ruas.
Confira a entrevista completa:
Como vocês avaliam os processos atuais na Câmara, como o pedido de impeachment de Dilma Rousseff e as manobras de Cunha na Comissão de Ética?
Ivan Valente: As manobras do Cunha tendem a chegar num limite que causam um impacto grande na opinião pública. É uma figura que não pode permanecer a frente de uma das casas, ainda mais acusado de corrupção explícita.
Em relação ao impeachment, existe um clima de criar uma maioria na Câmara para apoiar o afastamento da presidente. O esfacelamento da base aliada do governo pode gerar uma instabilidade política muito grande, se não houver movimentações de rua fortes pela esquerda.
Jandira Feghali: O processo em curso envergonha o Parlamento, desrespeita a Constituição e golpeia o Estado Democrático de Direito. Assistimos a uma tentativa de, sem qualquer fundamento, enfiar goela abaixo o impeachment, sem o rito devido previsto pela Constituição e pela lei. É, verdadeiramente, um golpe.
Sobre o Conselho de Ética, é imoral o que está ocorrendo. Um golpe dentro do golpe. Manobra atrás de manobra para adiar, interromper ou atrapalhar os trabalhos do colegiado. É inaceitável.
Wadih Damous: Tanto em relação ao impeachment como na representação contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética, Eduardo Cunha faz manobras, escarnece a nação, pisoteia a Constituição, desrespeita as leis e o regimento interno. O deputado não reúne mais qualquer condição moral e jurídica de permanecer a frente da Câmara.
O impeachment é um processo que integra uma tentativa de golpe de Estado, não mais nos moldes clássicos do passado, mas agora uma nova modalidade de golpe parlamentar, tendo em vista que não há qualquer motivo para o seu processamento.
O ano de 2015 foi repleto de pautas conservadoras e retiradas de direitos por parte da Câmara. Como reverter esta situação?
Ivan: A pauta conservadora na economia teve apoio do governo com o ajuste fiscal. A terceirização passou na Câmara e, no campo dos direitos civis e democráticos, tivemos uma ofensiva muito forte de setores conservadores. Essas pautas revelam a base de sustentação que dá energia a Cunha, a fidelidade que ele ainda tem na Câmara após tantas denúncias e desgastes.
Essa composição congressual é muito à direita e não houve por parte do governo o intuito de formar uma contrapressão de rua para o enfrentamento dessas bancadas.
Jandira: Quando analisamos a composição da Câmara dos Deputados, nesta nova legislatura, já esperávamos dificuldades. Uma maioria conservadora tomou o lugar de setores representativos da sociedade, que ficaram sub-representados.
Mesmo assim, não imaginávamos que a situação chegasse a tal ponto. Para combater este descompasso entre representantes e representados é preciso, em primeiro lugar, disputar posições e divulgar amplamente as arbitrariedades e os prejuízos que determinadas pautas carregam.
Muitos resultados nefastos que passaram pela Câmara conseguiram ser revertidos pelo Senado Federal, como foi quando da votação do financiamento de campanhas. O caminho é este, resistir, ganhar apoio para uma pauta mais avançada e denunciar as tentativas de retrocesso.
Damous: Isso só vai ser revertido com o tempo. Alguns projetos foram aprovados e outros não, e temos que continuar trabalhando para que eles não sejam aprovados.
Tudo isso é o legado maldito do Eduardo Cunha: pautas bombas, projetos que agridem os direitos e garantias individuais. É uma herança maldita.
O que os deputados de esquerda podem fazer frente a esse conservadorismo crescente na Câmara?
Ivan: Temos feito um enfrentamento direto no processo de cassação do Cunha. O enfraquecimento dele foi o que baixou a temperatura do impeachment. Mas a insatisfação social continua. O que nós podemos fazer é resistir, mas precisamos de apoios dos movimentos sociais e populares.
Porque no parlamento a correlação de forças é extremamente desfavorável. É só ver o que está acontecendo no Conselho de Ética da Câmara. Até os meios de comunicação conservadores têm mostrado do que o Cunha é capaz.
Jandira: Temos que trabalhar unidos no Parlamento e juntos do povo, nas ruas. Ocupar os espaços públicos com movimentos sociais, sindicatos e sociedade civil não-organizada são fundamentais para denunciar tentativas de retrocesso e conscientizar a população sobre esses riscos.
Quando há esta mobilização e a sociedade se manifesta, vemos uma possibilidade efetiva de combater os ataques aos direitos já garantidos.
Damous: Nós temos resistido e tomado uma série de atitudes, como denúncias lá na Câmara e na sociedade. Mas nós temos uma margem muito estreita porque há uma grande articulação conservadora no Brasil, começando na grande imprensa, passando pelo parlamento e pelo Eduardo Cunha.
O nosso papel é de resistência e de tentar barrar esses projetos, mas, muitas vezes, a gente não consegue por conta da ampla maioria que eles tem.
Que impactos esse tipo de atuação da Câmara tem para a sociedade e a forma como ela enxerga a política?
Ivan: Tem um desgaste global do parlamento brasileiro com a manutenção do Eduardo Cunha lá. Ele virou um vilão nacional, mas, ao mesmo tempo, ele é útil à direita por conta do impeachment. Ele se beneficiou dos vacilos do PT e do oportunismo da direita, o que deu sobrevida a ele.
Jandira: É um impacto muito negativo, porque a atitude de alguns contamina a todos. Não raro escutamos frases como “são todos ladrões”, “política é coisa de gente corrupta”. Isso é lamentável, porque a política é instrumento da democracia, é ferramenta da transformação social.
A imagem do golpismo escancarado, do “vale tudo”, só interessa aos que não toleram o regime democrático. O Parlamento não é, nem pode ser assim. A política precisa ser valorizada, as pessoas precisam enxergar na política um caminho para a superação de problemas, dificuldades sociais, de melhoria da vida do cidadão.
Damous: Isso, sem dúvida, compromete a visão do Congresso na sociedade. Eu tenho certeza que, se formos fazer uma pesquisa de como a população avalia o parlamento, o resultado vai ser o pior possível.
Claro que há outros problemas e a política nunca foi bem avaliada no Brasil, mas o Cunha está levando isso a patamares jamais vistos. A permanência dele na Presidência da Câmara está se tornando um escândalo internacional.
Qual o papel da sociedade e movimentos populares organizados nesse cenário? O que se deve fazer fora do Congresso para enfrentar um golpe institucional e a retirada de direitos?
Ivan: O papel dos movimentos sociais progressistas de esquerda é de ir contra o ajuste fiscal, contra o Cunha, as terceirizações, as privatizações. O papel desses movimentos é vital para brecar qualquer ofensiva de direita.
E é importante que ele seja volumoso, para sensibilizar amplas camadas da sociedade. Não basta dizer que grandes entidades estão na rua, mas mostrar a real capacidade de mobilização. Isso teria um impacto importantíssimo nos rumos do Congresso e na conjuntura nacional, impedindo esse oportunismo político.
Jandira: O PCdoB defende uma ampla mobilização contra os golpes em curso. Golpe institucional, golpe contra direitos, golpe contra a tolerância e contra a cidadania. Temos que ocupar as ruas e as redes para fazer frente à militância do ódio e, pouco a pouco, fazer prevalecer a pauta voltada para o desenvolvimento econômico e social.
Damous: A sociedade civil tem que entender que ela não pode se deixar contaminar pelo veneno da grande imprensa, que acaba moldando consciências, e entender que sem democracia nós não temos o caminho correto para as mudanças. Por mais que não se goste do governo e que ache o governo ruim, o que está em jogo hoje é a legalidade.
Diego
03/01/2016 - 13h38
Toda crise no mundo antes de tudo é econômica, usam de vários idealismos para mascará-las, no oriente médio a luta pela dominação do petróleo está esquentando por lá. Os países mais ricos do mundo mais a arábia saudita não conseguirão manter o preço artificialmente baixo do barril de petróleo por mais tempo a fim de solapar as economias emergentes, que se projetam a partir desse para um futuro melhor e competitivo.
Petróleo não é só combustivel.
http://hypescience.com/produtos-derivados-do-petroleo/
Michelangelo Santini
30/12/2015 - 20h49
Dilma reinará em 2016, 2017 e 2018 é Lula de novo com a força do povo.
surreal
30/12/2015 - 14h25
Tucanos corruptos pensam que são intocáveis, mesmo assim estão no desespero por um “impeachment”, porque todo cuidado é pouco diante de tanto crimes hediondos lesa-pátria praticados por eles, o povo quer que a justiça faça o trabalho e os prendam, é o mínimo.
Lava jato é movido por mega interesses externos.
LAVA-JATO É SELETIVA,GOLPISTA E FAZ TORTURA PSICOLÓGICA.
NENHUM LESA-PÁTRIA SERÁ ESQUECIDO.
ALÉM DE MUITOS POLÍTICOS CORRUPTOS NA CÂMARA E NO SENADO FEDERAL, AINDA TEMOS JUIZES NO STF COMPRADOS PARA TRAIR A NAÇÃO BRASILEIRA. EXISTE UMA GUERRA COMERCIAL CONTRA O BRASIL, COM AJUDA DE POLÍTICOS TRAIDORES E ENTREGUISTAS, O BRASIL POSSUI MUITOS RECURSOS NATURAIS E ESTRATÉGICOS, UM DOS EX.: ENORMES RESERVAS DE PETRÓLEO E ESSE MANIFESTO VEM SE REPETINDO A MAIS DE UM ANO: AGORA INCLUINDO EDUARDO CUNHA COM CINCO DELATORES NAS COSTAS E SEUS COMPARSAS.
O POVO QUER SABER… SE NÃO QUEREM OU NÃO PODEM CHEGAR NOS VERDADEIROS MAFIOSOS TUCANALHAS E ASSOCIADOS DA CÂMARA E DO SENADO, CORRUPTOS SECULARES E NA MÍDIA MÁFIA ANTI-NACIONAL, VERDADEIROS LESA PÁTRIA, QUALQUER OPERAÇÃO DA PF, MP E STF CONTRA A CORRUPÇÃO SERÁ APENAS OPERAÇÃO POLÍTICA COVARDE DESTRUIDORA DE NOSSO POVO E DO BRASIL, PORQUE DESSA FORMA A JUSTIÇA CONTINUARÁ SENDO UMA BALANÇA MUITO DESEQUILIBRADA. O POVO QUER SABER… E OS MAFIOSOS CORRUPTOS TUCANALHAS SOLTOS??? SOLTOS DE INÚMERAS CPIS. ATÉ QUANDO??? ATÉ QUANDO OS CORRUPTOS TUCANALHAS VÃO CONTINUAR SENDO BLINDADOS PELOS JUÍZES E MÍDIA CÚMPLICE MERCENÁRIA SONEGADORA DE IMPOSTOS??? O POVO QUER SABER. ATÉ QUANDO??? OU ATÉ QUANTO??? OU MUITAS EMPRESAS, COMERCIANTES, POLÍTICOS, E AGORA TAMBÉM MILITARES, O POVO BRASILEIRO E A DEMOCRACIA VÃO PAGAR AS PENAS, MENOS O LÍDER DAS CORRUPÇÕES: O PSDB E SEUS PROTEGIDOS DENTRO DA CÂMARA E DO SENADO FEDERAL? ATÉ QUANDO A MÍDIA CRIADORA DE CAOS E SONEGADORA GOLPISTA VAI TRAIR O BRASIL E CONTINUAR IMPUNE???
NENHUM LESA-PÁTRIA SERÁ ESQUECIDO.
A pátria dos traidores é o dinheiro sujo, não importa de onde vem, é dinheiro manchado com o sangue do povo brasileiro.
A MÍDIA PIG SÓ DEFENDE BANDIDOS
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/211421/Nota-de-rodap%C3%A9-da-Folha-sobre-A%C3%A9cio-j%C3%A1-diz-tudo.htm
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/211427/Not%C3%ADcia-sobre-A%C3%A9cio-some-da-capa-do-Uol.htm
https://pbs.twimg.com/media/ByjU66OIEAAxgfh.jpg:large
Baron
30/12/2015 - 09h59
A depender de Jandira Feghali (PcdoB), Wadih Damous (PT) e Ivan Valente (PSOL)
estaremos mais perdidos que cachorro que cai do caminhão de mudança…
Vitor
30/12/2015 - 09h57
Por falar em golpe, nenhuma notinha sobre o “Congresso da Pátria” convocado pelo Maduro? Ele não era o democrata que aceitava o resultado das eleições?
Não sei pq vcs insistem em defender certas pessoas só por causa de ideologia! Deveriam colocar na cabeça de uma vez por outro que isso não é garantia de nada, apenas um indicativo…
Mauricio Gomes
30/12/2015 - 07h47
Miguel, viu que o paladino da moralidade Aébrio “somos todos CÚnha” Neves foi citado pela terceira vez como beneficiário de propinas? É esse safado que quer pedir o impeachment da Dilma, que jamais foi citada por delator algum? E o MP e a PF, vão investigar alguma coisa dessa vez ou mais uma vez “não vem ao caso”? Vão chamá-lo para depor também?
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/12/1724257-delator-afirma-que-diretor-de-empresa-levou-r-300-mil-a-aecio.shtml
antonio carlos martins
29/12/2015 - 19h19
o painel do ig dando ibope para o cunha falar sobre impichemant e fragilidade da Presidenta.quando deveria falar de sua cassacao e retirada da pres camara e o julgamento no STF! é o fim da picada!