Menu

São Paulo abre para visitação mais de 80 prédios históricos

por Denise Godinho, editora de cultura do Cafezinho Esta notícia é para quem mora em São Paulo ou estará pela cidade neste fim de semana, 12 e 13 de dezembro. A Prefeitura do Município de São Paulo vai abrir para visitação 80 prédios históricos da cidade. A iniciativa faz parte da 1º Jornada do Patrimônio. Trata-se […]

4 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

por Denise Godinho, editora de cultura do Cafezinho

Esta notícia é para quem mora em São Paulo ou estará pela cidade neste fim de semana, 12 e 13 de dezembro.

A Prefeitura do Município de São Paulo vai abrir para visitação 80 prédios históricos da cidade. A iniciativa faz parte da 1º Jornada do Patrimônio.

Trata-se de uma prática comum na Europa há 30 anos e que chega a São Paulo pela primeira vez.

Muitos dos prédios possuem histórias incríveis, tais como o Castelinho da Rua Apá, que talvez seja o mais curioso da cidade. Fica na Rua Apá, 236.

No dia 12 de maio de 1937 o castelinho foi palco de um crime misterioso.

Moravam ali Maria Cândida dos Reis e seus dois filhos, Armando e Álvaro. Os irmãos sempre brigavam muito, mas um dia chegaram ao ponto de se ameaçarem com armas.

Maria Cândida tentou apartar a briga, mas no fim os irmãos trocaram tiros que acabaram matando a família toda.

castelinho rua apá

O curioso é que ainda hoje há suspeitas se realmente foi uma briga de família ou um triplo homicídio. Principalmente por causa da posição dos corpos, que estavam alinhados um ao lado do outro.

O fato é que depois do crime, o Castelinho ficou abandonado durante anos até que o prédio acabou sendo repassado para o governo federal.

E, claro, ganhou fama de mal-assombrado.

O Castelinho começou a ser revitalizado no início deste ano e estará aberto para visitação neste fim de semana.

Outro prédio que merece ser conhecido é a Capela dos Aflitos, que teve grande importância para a literatura romântica brasileira.

A capela fica na Rua da Glória, no bairro da Liberdade, onde em meados dos anos 1700 era um enorme cemitério que recebia corpos de indigentes, escravos e animais.

Este cemitério era visitado por ninguém mais ninguém menos que Álvares de Azevedo.

capela dos aflitos

Ludibriado pelas ideias românticas de Lord Byron, o escritor andava pelo cemitério vestindo capas pretas e bebia vinho em crânios encontrados por ali.

Parte desta estripulia se dava pelo tédio – ou spleen, como os românticos diziam – que ele sentia da provinciana cidade de São Paulo.

Foi ali, em frente à Capela dos Aflitos, que Álvares de Azevedo, junto com Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, criou a Sociedade Epicuréia.

Tratava-se de uma sociedade para estudar o romantismo e reverenciar a figura de Lord Byron.

O que poucos sabem é que o livro “Noites da Taverna” é quase um diário das aventuras vividas pelos escritores.

Na peça “Macário”, também de Álvares de Azevedo, o diabo ao chegar em São Paulo diz: “Tenho uma capela aqui na entrada da cidade. Entrando à direita, bem defronte ao cemitério”.

Ou seja, nada mal conhecer a Capela dos Aflitos e imaginar o jovem Álvares de Azevedo por ali, né?

Quer outra dica?

Depois do passeio, sente-se em uma das mesinhas do charmoso Ponto Chic, no Largo do Paissandu, 27. A lanchonete foi inaugurada em março de 1922, em meio a efervescência da Semana da Arte Moderna.

Mário de Andrade e Oswald de Andrade sentaram diversas vezes nas mesas do Ponto Chic para comer um mexido e planejarem suas revoluções artísticas.

Mas se não quiser o mexido, peça um Bauru. Afinal, foi ali que o lanche foi inventado.

PontoChic

Conta-se que um estudante da Faculdade de Direito do Largo São Francisco chamado Casimiro Pinto Neto, em 1934, entrou na lanchonete e ditou ao garçom uma nova receita. Ele queria pão francês sem miolo, rosbife, rodelas de tomate e de pepino, manteiga bem gelada e uma mistura de queijo prato, suíço e gouda.

O apelido de Casimiro era “Bauru” porque ele havia nascido em Bauru, cidade do interior de São Paulo.

Deu-se que o lanche do rapaz foi um sucesso e os frequentadores começaram sempre a pedir o “Lanche do Bauru”.

Nascia assim um dos nossos lanches mais famosos.

Se houver interesse, há um livro-reportagem bem bacana que conta a história da lanchonete. É o “Ponto Chic – um bar na história de São Paulo”, escrito pelo jornalista Angelo Iacocca e lançado pela editora Senac.

Além destes edifícios, você poderá conhecer também o Solar da Marquesa de Santos, Museu da Imigração, Museu do Ipiranga e outros. Para ver quais são os outros prédios que fazem parte da 1º Jornada do Patrimônio, acesse ao site.

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Magno Thompson

12/12/2015 - 13h48

Clara Marques

Glauco Vivas

11/12/2015 - 23h44

Historia em Sao Paulo ? So se for da provincia..


Leia mais

Recentes

Recentes