Do site Brasil 247
Há em Brasília um movimento clandestino que envolve importantes figuras da República, dos três poderes. Seus participantes não falam sobre seus objetivos e agem com muito cuidado.
Nas reuniões, geralmente à noite, os celulares são deixados fora da sala. Há extrema cautela nas conversas com jornalistas, para que nenhuma pista seja involuntariamente dada.
O que quer o movimento clandestino, do qual participam até ministros de Estado e de tribunais, é dar à crise política e econômica a solução que convém a seus participantes: o afastamento da presidente Dilma e a ascensão do vice-presidente Michel Temer. Que, elegante e inteligente, não participa de nenhuma conversa nesse sentido. Caso o objetivo dos clandestinos seja atingido, Temer simplesmente cumprirá sua função constitucional – jamais poderá ser acusado de ter conspirado em causa própria.
Para o grupo, Temer na presidência é a melhor alternativa. A convocação de eleições para presidente, depois do por eles desejado afastamento da presidente, fatalmente criaria um clima de beligerância política e social ainda maior do que o já existente.
A campanha seria uma guerra e o ambiente econômico seria inexoravelmente deteriorado. Melhor que Temer assuma. Ele fará a convocação de um grande pacto contra a crise.
Teria imediato apoio de todos os partidos, PMDB e PSDB à frente, com adesão, no desenho do grupo, do indefinido PSB e até dos hoje governistas PDT e PSD. Uma grande coalizão, e, como no governo de Itamar Franco, apenas o PT e partidos menores de esquerda ficariam fora.
A opção de instaurar o parlamentarismo também não é considerada boa pelos clandestinos. Dilma continuaria presidente e o primeiro-ministro seria indicado por ela e aprovado pelo Congresso. Não poderia ser, claro, nem Eduardo Cunha, nem Renan Calheiros, nem outros com fichas não exatamente limpas.
Os partidos teriam de fazer uma ampla coalizão para mostrar maioria e pressionar a presidente a escolher quem eles quiserem, mas a luta interna pela indicação poderia colocar tudo a perder. Sequer o PMDB e o PSDB têm unidade interna. Em vez de estabilidade, haveria mais instabilidade e o desgaste ainda maior dos parlamentares perante a população.
O grupo pró Temer trabalha para que a situação de Dilma se torne cada vez mais insustentável. A estratégia inclui sabotar o ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy, rejeitando no Congresso as medidas que levem a aumento de receita e corte de gastos e, em sentido contrário, aprovando mais despesas do governo.
Um subproduto dessa ação, no entender dos clandestinos, poderia ser a renúncia de Levy, criando-se assim mais um problema para a presidente. Quanto pior, melhor.
O ponto forte da estratégia, naturalmente, é a exploração ao limite máximo das acusações de corrupção contra o governo. A tática é fazer com que as denúncias cheguem o mais perto possível de Dilma e de Lula.
Da presidente, para facilitar sua derrubada. Do ex-presidente, para anular qualquer possibilidade de reação. Isso não quer dizer que os investigadores da Lava Jato estejam participando do movimento. Podem desejar o afastamento da presidente, mas não estão na conspiração.
A decisão do Tribunal de Contas da União, se contrária ao governo, seria o empurrão para justificar o impeachment. Para o grupo, o ideal seria que tudo isso levasse à renúncia de Dilma, para evitar mais comoções.
Não é à toa que é grande a pressão sobre os ministros do TCU, que chegam mesmo a tentativas de chantagem. Até porque há alguns bem vulneráveis.
Assim, com ajuda de segmentos da imprensa, está criado o ambiente político para que a sociedade deseje a queda do governo e apoie os que o sucederem. Os conspiradores apostam nas manifestações planejadas para 16 de agosto para o sucesso do movimento.
O roteiro não é complicado. E está sendo executado.
João Carlos
30/07/2015 - 20h49
A receita de golpe é velha, manjada, mas ainda funciona. Impressionante como não se conseguiu ainda um método de neutralizar . Tá tudo num livro antigo (WENDZEL, Robert L. – Relações internacionais. Brasília, UNB, 1985) Um clássico, mas super atual. Tá lá na página 103: (…) Um importante componente da capacidade diz respeito ao grau de apoio que um governo recebe de seu povo, e por isso um dos principais objetivos tem sido o de reduzi-lo. Talvez existam rivalidades étnicas, raciais ou religiosas capazes de serem exploradas, ou diferenças de classe, contendo as sementes de conflito que possam ser exacerbadas. Talvez seja possível infiltrar-se nas principais organizações operárias, despertar ou exacerbar a sua amargura contra as administrações e provocar greves desastrosas. Ás vezes é possível infiltrar-se nos meios de comunicação e levar seus porta-vozes mais importantes a se oporem ao governo. Talvez exista uma situação capaz de ser utilizada para gerar um escândalo e provocar a queda de determinada autoridade ou administração, ou talvez ocorra uma inquietação generalizada e se torne possível patrocinar distúrbios civis. Talvez, através de recursos não ostensivos de propaganda, o formulador de política possa “inundar” a população com “notícias” sobre os fracassos e a duplicidade do seu governo. Talvez determinada autoridade governamental possa ser subornada e então denunciada. Talvez falsos rumores possam ser iniciados, ou histórias falsas serem “plantadas” na imprensa a fim de gerarem ainda mais ressentimentos. Todos esses e outros procedimentos afetam o apoio que um governo recebe. Naturalmente também outros componentes mais tangíveis do poder poderão ser afetados. Os fatores governamentais influenciam a capacidade e talvez seja possível entravar seriamente o sistema de formulação da política, ou deliberadamente distorcer o processo de informação em que se acha baseado. Talvez se possa lesar a capacidade militar através de revelação de segredos de defesa, ou influenciando os métodos de treinamento, ou as concepções estratégicas, de modo a deixar o adversário despreparado para as contingências possíveis. Talvez equipamentos e instalações possam ser sabotados. Possivelmente a capacidade econômica possa ser afetada através de infiltração em importantes organizações e, então, manipulá-las de modo contrário aos objetivos do estado, ou talvez seja possível contribuir para uma psicologia de inflação através de métodos não ostensivos. Talvez o formulador de política possa influenciar o surgimento de disputas internas pelo poder, inclusive as eleições, e ocasionar uma mudança de regime.
E, assim, a lista poderia ser ampliada, mas sem qualquer propósito prático a esta altura; o ponto é suficientemente claro. Elevar a capacidade relativa através da manipulação dos componentes da capacidade interna do inimigo está se tornando cada vez mais importante, tanto qualitativa como quantitativamente. As razões parecem suficientemente evidentes. Em primeiro, porque a utilização de técnicas para esse propósito é difícil de ser detectada e provada. Em segundo, porque o custo, em termos de pessoal, equipamento, finanças e prestígio, é relativamente baixo. Isso significa que quase todos os Estados podem se dar ao luxo de utilizarem essas técnicas. (…)”
mineiro
30/07/2015 - 19h11
nao tem mais saida, com essa asquerosa maldita ,covarde, nao tem mais como. essa b…………………….. nao da mais conta do recado e nunca deu. a conspiraçao na cara dela e o pt bundao com a conivencia do seu vice e ela a morta viva , o poste de pres, nao age. ta de brincadeira.
Dinis
30/07/2015 - 17h55
A constituição diz que se o presidente sair antes de 2 anos de mandato teremos nova eleição.
Sidnei Brito
30/07/2015 - 16h56
Movimento clandestino que envolve figuras dos TRÊS Poderes da República?
Eu li isso mesmo?
Bem, do Legislativo eu até entendo, não me incomodo e, cinicamente, nem me indigno.
Tenho dificuldades de acreditar, porém, que tal movimento clandestino conte com figuras do Executivo e do Judiciário.
Do Executivo, tenho dificuldade de aceitar por motivos óbvios.
Do Judiciário… Bem, do Judiciário por… Motivos óbvios também!
Alexandre
30/07/2015 - 15h28
E NINGUÉM, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM se moverá com DETERMINAÇÃO para evitar essa VERGONHA??????? É ISSO???????????????
Vitor
30/07/2015 - 14h54
Putz, Temer é de doer…