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Pasadena, um bom negócio

O coxinhato anda animado com as notícias de que houve propina por trás da compra da refinaria de Pasadena. Se houve, que se punam os corruptos e, se puder, também os corruptores. Mas isso não significa nada em termos da qualidade da refinaria. Há corrupção na Nasa, e isso não significa que a Nasa seja […]

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O coxinhato anda animado com as notícias de que houve propina por trás da compra da refinaria de Pasadena.

Se houve, que se punam os corruptos e, se puder, também os corruptores.

Mas isso não significa nada em termos da qualidade da refinaria.

Há corrupção na Nasa, e isso não significa que a Nasa seja uma porcaria.

Há corrupção nos metrôs de São Paulo e isso não significa que temos de demolir o sistema metroviário da capital.

Pasadena vai pagar os custos em breve, agora que se beneficia do bom momento do petróleo de xisto.

E a Petrobrás terá uma refinaria encrustrada na área mais nobre do império.

Hoje o Globo publicou dois editoriais. Um com a sua opinião própria, uma xaropada de oposição sem nenhuma informação nova.

Mas o jornal, num surto democrático raríssimo em suas páginas, também publicou o texto do deputado Luiz Alberto, em que ele traz argumentos e dados substanciosos sobre Pasadena.

Vale a pena ler.

Compra vantajosa

Por Luiz Alberto, deputado federal (PT-BA)

Oposição, com apoio da mídia, quer manchar a imagem da empresa e depreciar seu valor

No Globo – 01/12/2014 0:00

Surgiram agora no Brasil inúmeros “especialistas” na área de petróleo, sob inspiração de uma oposição que busca enfraquecer a Petrobras e seu papel estratégico, com claros objetivos políticos, eleitorais e ideológicos. Fala-se sobre a compra da Refinaria de Pasadena (EUA), pela Petrobras, como se fosse o pior negócio do mundo. Omite-se que a operação fazia parte dos planos estratégicos da estatal desde 1999, visando a investir em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo, sobretudo nos EUA. Visava também a utilizar o petróleo brasileiro do campo de Marlim, em crescente produção na época.

Sem o poder dos oráculos, para antever em 2008 o início da maior crise do capitalismo mundial desde 1929, o Conselho de Administração da empresa aprovou a compra, extremamente vantajosa, em 2005. As condições objetivas ditaram o negócio. Porém, desde o ano passado, com o reaquecimento da economia dos EUA, Pasadena passou a ter valorizados os seus ativos. É hoje muito lucrativa. É uma questão de tempo reaver o que foi investido.

A oposição PSDB/DEM, com sua mídia de apoio, tenta confundir a sociedade brasileira. Quer manchar a imagem da empresa e depreciar seu valor de mercado, para favorecer grupos estrangeiros de olho no pré-sal e contrários ao regime de partilha, que resguarda os interesses nacionais. Essa oposição, quando foi governo, conseguiu afundar a plataforma P-36, com prejuízos ao país de mais de US$ 2 bilhões, sem falar dos lucros cessantes; e, em 2000, privatizou a Refinaria Alberto Pasqualini por meio de troca de ativos com a Repsol argentina, do grupo Santander. Nessa transação, a Petrobras “deu” ativos de US$ 2 bilhões e recebeu ativos de US$ 170 milhões.

Lembremos: em 1994, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, manipulou a estrutura de preços dos derivados de petróleo — a Petrobras teve aumentos de combustíveis 8% abaixo da inflação, e as distribuidoras tiveram aumentos 32% acima. Transferiram-se da Petrobras para o cartel das distribuidoras cerca de US$ 3 bilhões anuais, totalizando hoje mais de US$ 50 bilhões. Os números da era FH desmoralizam a oposição e os ataques atuais à estatal.

Mentira já desfeita é de que a Astra comprou a refinaria por US$ 42,5 milhões e a revendeu à Petrobras por US$ 1,2 bilhão. Os números são outros, conforme mostram Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, e a atual presidente, Graça Foster: a Astra desembolsou US$ 360 milhões antes de revender por US$ 554 milhões, dentro das condições de mercado de 2006. Pasadena foi adquirida a uma média inferior à de outras transações da época.

Comparada com outras refinarias vendidas na época, seus valores, mesmo depois dos conflitos judiciais, ficam em linha com outras operações do mercado.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Fabricio

15/12/2014 - 23h41

Discussão idiota: “coxinha” x “esquerda caviar”. Enquanto isso, na sala da injustiça, os dois lados vão tomando no C$@#, de cabeça prá baixo, com areia e sem vaselina!!!…

Rejane Maia

02/12/2014 - 20h13

Eu creio que esse deputado também se acha especialista nos negócios da companhia, deve ser algum engenheiro ou economista graduado em Harvard. Pra início deveria se informar melhor sobre a P-36, que não foi “afundada”. É um profundo desrespeito á memória de meu amigo Luciano, funcionário da Petrobrás, que acabou morrendo na explosão que ocorreu na plataforma, procurando salvar os colegas. Lamentável esse deputado!

    Miguel do Rosário

    02/12/2014 - 22h36

    De qual deputado, você fala?

SILVIO MIGUEL GOMES

02/12/2014 - 18h46

Medir é comparar grandezas de mesma natureza. Quem convive com o povão sabe que o povo brasileiro traz nas profundezas da alma, está no seu DNA: “só pobre que vai preso”. O Poder Judiciário está constituído de tal forma que sua ação faz parte do “esquema”: para os inimigos a lei. O engavetamento a jato, a prescrição dos processos contra os Tucanos é tão evidente e aviltante que até o Excelentíssimo Joaquinzão Barbosa disse em entrevista: “os processos contra Tucanos não andam”.

Marcelo

02/12/2014 - 17h59

“Surgiram agora no Brasil inúmeros “especialistas” na área de petróleo “. Um deles é o próprio deputado, o outro é o Miguel do Rosário. É engraçado que para justificar o próprio roubo os petistas sempre citam o roubo dos outros, como se isso fosse desculpa. Já pensou se a moda pega; o ladrão de carros vai dizer, “roubei mas o PT também rouba e está todo mundo em prisão domiciliar, só eu que não posso?”

Adriano Loyola

02/12/2014 - 14h29

Seria extremamente interessante se este blog pudesse fazer uma publicação sobre a compra de Pasadena, a exemplo do que foi feito com o mensalão. Traria conteúdo e esclarecimentos necessários ao embate da militância no dia-a-dia. Continuaremos na luta, sempre!

Roberto de Paulor

02/12/2014 - 12h46

Coxinhas,a desgraça Brasileira,comandadas pelo pig,psdb,dem,psb,as oposições burras anti patriotas do PAÍS,ainda bem que o POVÃO,são INTELIGENTES,e não votam em PORCARIAS.

Martcelo Gaúcho

02/12/2014 - 12h11

Lembrando que o WhatsApp foi comprado por 16 Bilhões de dólares.
Um aplicativo, algo virtual que tem apenas troca de informações.
Uma coisa que os coxinhas esquecem é que ESTRATÉGIA vale muito mais que dinheiro.

    Raimundo Eleno Dos Santos

    02/12/2014 - 12h40

    Eu sempre achei um excelente negócio. Igualmente a refinaria comprada no Japão. Um negócio que fará com que a Petrobras lance suas mãos em todas as partes do mundo. Do oriente ao ocidente bem próximos dos maiores mercados consumidores. Leva petróleo bruto nas embarcações, que não são poucas, para ser refinado nos lugares mais longínquos da terra. Usando também estrategicamente o Porto de Mariel em Cuba para atingir as Antilhas e América central. Uma mão na roda. Pense como a Petrobras e seus dirigentes foram batutas nessa empresa. O Brasil já desponta com possibilidades de subir para a 6ª ou 5ª Economia do Planeta. É mole ou quer mais?

    Vitor

    03/12/2014 - 23h57

    Comparação sem sentido com o WhatsApp… No mais concordo com a parte estratégica…

Vitor

02/12/2014 - 10h45

Acho que Pasadena foi uma boa compra, mas poderia ter sido um melhor negócio…

Renata Silver

02/12/2014 - 12h20

Coxinhato. Nazi-coxismo. Os neologismos derivados do termo coxinha são os melhores!

Edsel Ferri

02/12/2014 - 05h03

já nem falo mais em Pasadena…as pessoas são “bloqueadas”….


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