Sem apoio militar dos EUA, Ucrânia aceita cessar-fogo e cede recursos minerais em acordo negociado sem a presença da Rússia, gerando incertezas no conflito
A decisão da Ucrânia de aceitar a proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos evidencia a fragilidade do país, segundo a professora de Relações Internacionais do Instituto Mauá, Carolina Pavese. Em entrevista à CNN, a especialista apontou que o governo ucraniano está disposto a aceitar quase qualquer exigência para garantir a retomada do apoio militar norte-americano. Aumento da vulnerabilidade ucraniana
Na última semana, os Estados Unidos suspenderam o envio de assistência militar à Ucrânia, o que resultou em uma escalada dos ataques russos. Sem os equipamentos necessários para interceptar mísseis, as forças ucranianas ficaram ainda mais expostas, facilitando as investidas da Rússia.
Condições do acordo
As negociações foram conduzidas na Arábia Saudita, mas sem a participação direta dos líderes das nações envolvidas no conflito.
A Ucrânia aceitou os termos propostos pelos Estados Unidos, que incluem um cessar-fogo temporário de 30 dias em troca da retomada do suporte militar.
Além disso, o pacto prevê um acordo econômico no qual Kiev cederá parte de seus recursos minerais aos americanos, uma cláusula que desperta grande interesse dos Estados Unidos.
Posição da Rússia
A professora Carolina Pavese enfatiza que ainda é preciso compreender quais serão as exigências da Rússia para aceitar a suspensão dos combates.
Há uma possibilidade de que Moscou condicione a adesão ao acordo à formalização do controle sobre os territórios ocupados desde o início do conflito, há três anos.
A especialista alerta que o atual acordo foi firmado unilateralmente, sem a participação da Rússia. Para que o cessar-fogo seja, de fato, efetivo, será necessário um consenso entre ambas as partes. Como Moscou não esteve presente nas negociações, ainda há espaço para novas imposições e exigências do Kremlin.
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