As vendas de veículos de nova energia (NEVs) na China alcançaram 686 mil unidades no varejo doméstico em fevereiro de 2025, representando um crescimento de 79,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (10) pela Associação Chinesa de Carros de Passageiros (CPCA).
Com esse desempenho, os NEVs responderam por 49,5% do total de automóveis de passageiros vendidos no país no mês, um aumento de 15 pontos percentuais em relação a fevereiro de 2024.
Os dados da CPCA indicam um avanço contínuo da participação desse segmento no mercado chinês, com reflexos na estrutura de produção, comercialização e consumo no setor automotivo.
Considerando os dois primeiros meses do ano, as vendas acumuladas no varejo de veículos de nova energia somaram 1,43 milhão de unidades, o que representa uma elevação de 35,5% na comparação anual.
A CPCA projeta que esse ritmo de crescimento deve se manter em março, impulsionado por fatores conjunturais e estruturais do mercado interno.
A taxa de penetração dos veículos de nova energia fabricados localmente atingiu 70% em fevereiro, sinalizando a consolidação desse segmento como predominante na indústria automotiva chinesa.
A associação atribui esse desempenho à rápida recuperação das atividades produtivas após o feriado nacional do Festival da Primavera, celebrado em um recesso de oito dias.
A expectativa da CPCA é de que março registre crescimento adicional na produção e nas vendas, refletindo a retomada da capacidade operacional em diversos setores da economia e o fortalecimento da demanda interna por veículos eletrificados.
Entre os fatores apontados pela associação como determinantes para o crescimento do setor estão as políticas públicas de incentivo, os avanços tecnológicos nos sistemas de propulsão e autonomia e a mudança nos padrões de consumo da população.
O relatório divulgado pela entidade destaca ainda que a infraestrutura de suporte tem sido fundamental para sustentar o ritmo de expansão do mercado de NEV.
Cui Dongshu, secretário-geral da CPCA, afirmou ao jornal Global Times que a construção de estações de recarga tem acompanhado o crescimento da frota de veículos de nova energia. Segundo ele, a estimativa atual é de que uma estação de carregamento seja capaz de atender até três veículos.
De acordo com Cui, “a China agora lidera globalmente na construção de infraestrutura de carregamento de NEV, oferecendo uma vasta rede de carregamento e acessibilidade perfeita”. Ele acrescentou que a expansão da rede tem aumentado o nível de satisfação dos usuários, especialmente entre taxistas, motoristas de aplicativo e proprietários particulares.
A CPCA avalia que a consolidação da indústria de NEVs no país está alinhada à estratégia de desenvolvimento industrial e à meta de redução de emissões de carbono estabelecida pelo governo central.
O relatório da entidade sugere que a continuidade do crescimento dependerá de uma abordagem equilibrada entre veículos eletrificados e veículos movidos a combustíveis fósseis.
A associação defende que manter essa dualidade no mercado pode evitar oscilações bruscas nas vendas, preservar a estabilidade da cadeia de suprimentos e facilitar a transição tecnológica no setor automotivo. A presença crescente de marcas chinesas no mercado internacional também é apontada como fator de sustentação da expansão da indústria local.
Apesar do crescimento expressivo das vendas de veículos de nova energia, o relatório observa que as vendas de automóveis tradicionais devem continuar em trajetória de retração nos próximos meses, conforme o perfil de consumo se desloca gradualmente para alternativas de menor impacto ambiental.
A CPCA não apresentou projeções específicas para o fechamento do primeiro trimestre, mas indicou que o segmento de veículos eletrificados continuará sendo o principal motor do mercado de automóveis de passageiros no país.
A infraestrutura disponível e os incentivos regulatórios permanecem como componentes centrais na estratégia de desenvolvimento da indústria automotiva da China. A associação conclui que o desempenho do setor em 2025 será determinado pela capacidade de resposta à demanda doméstica, pela ampliação das exportações e pelo avanço tecnológico contínuo.
Com informações da Global Times
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