O chefe do Departamento de Estado, Marco Rubio, afirmou que o conflito na Ucrânia representa uma “guerra por procuração” entre os Estados Unidos e a Rússia, e enfatizou a necessidade de uma solução diplomática para encerrar os combates.
A declaração foi dada em entrevista ao programa de Sean Hannity, da Fox News, nesta quarta-feira, 5 de março.
Rubio destacou que o governo do ex-presidente Donald Trump enxerga a guerra como um conflito prolongado e estagnado, alertando que é essencial que as potências nucleares envolvidas no conflito – os Estados Unidos, que apoiam a Ucrânia, e a Rússia – busquem uma resolução.
“Francamente, esta é uma guerra por procuração entre as potências nucleares: os Estados Unidos, que apoiam a Ucrânia, e a Rússia. E isso precisa chegar ao fim”, declarou o senador.
Ele também criticou a abordagem do governo dos Estados Unidos de fornecer assistência militar indefinida à Ucrânia. “Ajudar a Ucrânia ‘pelo tempo que for necessário’ não é uma estratégia. Ninguém tem um plano concreto para resolver a guerra”, acrescentou.
As declarações de Rubio ocorrem em um momento de crescente tensão nas relações entre Washington e Kiev. No dia 5 de março, o ex-presidente Donald Trump revelou ter recebido uma carta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual ele expressava a disposição da Ucrânia para buscar uma “paz duradoura” e discutir um acordo envolvendo minerais estratégicos.
A carta foi enviada após um embate na Casa Branca, em 28 de fevereiro, entre Zelensky, Trump e o vice-presidente JD Vance, que resultou em uma acalorada discussão sobre o apoio dos EUA à Ucrânia.
De acordo com fontes do governo, Zelensky teria expressado ceticismo quanto à eficácia da diplomacia para alcançar a paz, o que gerou insatisfação em Trump e Vance. Ambos repreenderam Zelensky por, segundo eles, não demonstrar a devida gratidão pelo apoio militar dos EUA.
Como consequência, Trump determinou uma suspensão temporária dos repasses de ajuda militar e da cooperação de inteligência com a Ucrânia.
O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou a decisão, afirmando à Fox Business Network: “Trump questionou se Zelensky realmente estava comprometido com o processo de paz e decidiu fazer uma pausa”, mas expressou esperança de que essa interrupção seja breve.
Rubio reforçou a ideia de que, para que um acordo de paz seja alcançado, é necessário que ambas as partes, Ucrânia e Rússia, estejam comprometidas.
“Os ucranianos precisam estar lá, obviamente, porque é o país deles. Os russos precisam estar lá. E apenas o presidente Trump pode tornar isso possível”, afirmou o senador.
Ele também mencionou que o vice-presidente Vance tem insistido na importância da diplomacia para resolver o impasse, mas que Zelensky, ao desafiar essa posição, acabou dificultando a estratégia do governo norte-americano.
A postura de Rubio reflete uma mudança no tom da política externa dos Estados Unidos em relação à Ucrânia, com Trump adotando uma abordagem mais crítica quanto à continuidade do apoio incondicional a Kiev.
A pressão por um acordo diplomático, juntamente com a suspensão da assistência militar, pode indicar uma reviravolta significativa na condução do conflito e no equilíbrio de forças na região.
Essa mudança nas relações entre os EUA e a Ucrânia também levanta questões sobre o futuro do apoio internacional à Ucrânia e sobre as possibilidades de uma solução para o conflito que envolvem as negociações diretas entre os Estados Unidos e a Rússia.
Enquanto as tensões continuam a crescer, os esforços para encontrar uma resolução diplomática ganham destaque, refletindo a complexidade da situação e as diferentes abordagens adotadas pelas potências envolvidas.
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