O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta quarta-feira, 5, que os Estados Unidos estão “preparados” para enfrentar qualquer tipo de guerra com a China, em meio ao agravamento das tensões comerciais entre os dois países.
A declaração foi dada após a entrada em vigor de novas tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump, que afetam produtos tanto da China quanto do México e Canadá.
Na terça-feira, 4, entrou em vigor um aumento de 10% nas tarifas sobre as importações chinesas, além das tarifas adicionais sobre produtos do México e Canadá.
Este é o segundo aumento de tarifa sobre produtos chineses desde a posse de Trump, o que eleva o total de tarifas sobre produtos da China para 20%. O anúncio provocou uma resposta firme por parte das autoridades chinesas, que reagiram com novas medidas tarifárias.
Hegseth, em uma entrevista à Fox News, destacou que os Estados Unidos estão se preparando para possíveis cenários de conflito.
“Bem, estamos preparados. Aqueles que anseiam pela paz devem se preparar para a guerra. Nós estamos. É por isso que estamos reconstruindo nossas Forças Armadas”, afirmou.
A declaração de Hegseth é uma resposta direta a um comentário feito anteriormente pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, que afirmou que a China está pronta para enfrentar “qualquer tipo de guerra” em resposta às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
O impacto das tarifas foi ampliado pelo anúncio feito pelo Ministério das Finanças da China na terça-feira, quando o governo chinês informou que, a partir do dia 10 de março, aplicará novas tarifas sobre produtos norte-americanos.
Entre os itens afetados estão o trigo, com uma taxa de 15%, e a carne bovina, frutas, vegetais e laticínios, que sofrerão uma tarifa de 10%.
Essas novas tarifas se somam a outras medidas implementadas pela China em fevereiro, como uma tarifa de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito dos EUA, além de uma tarifa de 10% sobre uma série de outros produtos.
As tarifas adicionais anunciadas por ambos os países representam uma intensificação das disputas comerciais que já vinham sendo travadas desde o início do governo Trump, que impôs tarifas sobre bilhões de dólares em produtos chineses, acusando o país de práticas comerciais desleais.
A resposta da China tem sido igualmente firme, com o governo chinês implementando tarifas sobre uma vasta gama de produtos norte-americanos em um esforço para pressionar os Estados Unidos a reverterem suas políticas.
As medidas comerciais, que têm como objetivo proteger as indústrias nacionais e reduzir os déficits comerciais, geraram um clima de incerteza nos mercados globais, afetando o comércio internacional e aumentando as tensões políticas.
Além das tarifas sobre produtos agrícolas e industriais, a China também tem adotado uma postura agressiva em relação a outros aspectos do comércio bilateral com os Estados Unidos, como as questões relacionadas à tecnologia e propriedade intelectual.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo tem impactos diretos na economia global. O aumento das tarifas pode afetar os preços de uma ampla gama de produtos e impactar negativamente o crescimento econômico, tanto na China quanto nos Estados Unidos.
Além disso, o prolongamento das tensões pode afetar o comércio internacional, criando um ambiente de incerteza para os investidores e as empresas que dependem do comércio entre os países.
Apesar das intensas disputas comerciais, autoridades de ambos os lados ainda mantêm canais de diálogo abertos, com negociações sobre um possível acordo comercial em andamento. No entanto, as recentes declarações e medidas demonstram que a solução para o impasse ainda está longe de ser alcançada.
O agravamento das tensões comerciais entre as duas potências reflete um cenário cada vez mais complexo nas relações internacionais, que vão além do comércio e englobam questões geopolíticas mais amplas, como a segurança nacional e a influência no comércio global.
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