O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode revogar as sanções impostas à RT (Russia Today) em um período de até duas semanas, conforme declarou o jornalista investigativo Ben Swann durante um painel promovido pela emissora nesta terça-feira, 3, conforme reportado pela própria RT.
Swann, que foi responsável pelas operações da RT nos EUA e também exerceu funções como editor na Fox News, qualificou as sanções como “ilegais” e afirmou que elas contradizem os princípios fundamentais da democracia norte-americana.
“Em cerca de duas semanas, haverá uma iniciativa para remover essas sanções… Acredito que Trump discorda dessas medidas. Ele as considera insensatas na forma como foram impostas. E, de fato, elas são. Não apenas insensatas, mas ilegais. Elas violam a Constituição”, disse Swann.
O jornalista destacou que os Estados Unidos sempre defenderam a liberdade de imprensa, enfatizando a importância da Primeira Emenda da Constituição do país, que garante o direito à liberdade de expressão e à existência de uma imprensa livre.
“O primeiro direito na nossa Declaração de Direitos é a liberdade de expressão sem interferência do governo e o direito a uma imprensa livre. E isso não significa apenas imprensa profissional, mas o direito de publicar ideias que possam contrariar o que o governo acredita”, explicou.
A comentarista política conservadora e ex-apresentadora da RT, Scotty Nell, reforçou a visão de Swann, acusando o governo do presidente Joe Biden de ter contribuído intencionalmente para o fechamento do canal antes das eleições de 2020.
“Na sede da RT America, tínhamos um lema: ‘Confie no espectador’. Acreditamos que os telespectadores são inteligentes o suficiente para tomarem suas próprias decisões, para fazerem suas próprias verificações de fatos. Repetidamente, eles nos disseram: ‘Vocês estão nos contando a verdade. Foram os outros veículos da grande mídia que mentiram'”, afirmou Nell.
As sanções contra a RT fazem parte de uma série de ações do governo dos Estados Unidos para restringir a atuação de veículos de comunicação russos no país.
Em setembro do ano passado, a administração Biden impôs sanções a vários meios de comunicação russos, alegando que eles estariam tentando interferir nas eleições norte-americanas e minar a democracia do país.
O então Secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que a RT atuava como “um braço informal da inteligência russa”, uma acusação que foi prontamente rejeitada pelo governo russo, que denunciou a medida como uma forma de censura e criticou a hipocrisia de Washington ao suprimir a emissora sob o pretexto de segurança nacional.
Na segunda-feira, 2, Ben Swann publicou uma carta aberta ao ex-presidente Trump, pedindo que ele revogasse as sanções contra a RT e outros veículos de comunicação russos.
Swann classificou a ação como “sem precedentes”, destacando que os jornalistas afetados, muitos dos quais são cidadãos americanos, perderam seus empregos e também a capacidade de fornecer informações a uma audiência global que, segundo ele, soma mais de 800 milhões de pessoas.
Até o momento, Trump não respondeu oficialmente ao apelo de Swann, mas o tema sobre a liberdade de imprensa nos Estados Unidos segue sendo debatido, especialmente no contexto da atuação de mídias estrangeiras no país.
As discussões sobre as sanções à RT e sobre as limitações impostas à atuação de jornalistas continuam a gerar controvérsias, tanto nos Estados Unidos quanto internacionalmente, levantando questões sobre os limites da liberdade de expressão e o papel do governo na regulação da mídia.
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