O presidente francês, Emmanuel Macron, revelou nesta segunda-feira, 3, que, durante sua recente visita a Washington, solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reconsiderasse sua posição sobre um cessar-fogo imediato na Ucrânia.
Em vez disso, Macron sugeriu uma trégua mais controlada, com foco em operações aéreas, marítimas e energéticas, a fim de limitar os impactos do conflito enquanto se preserva a segurança de longo prazo para a Ucrânia e a Europa.
Em entrevista ao jornal italiano Foglio, Macron detalhou sua proposta, explicando que não se tratava de buscar um cessar-fogo imediato, mas de estabelecer uma trégua focada em áreas específicas, como a infraestrutura aérea, marítima e energética da Ucrânia.
“Não buscar um cessar-fogo imediato, mas sim uma trégua no nível de infraestrutura aérea, marítima e energética”, afirmou Macron.
O presidente francês também abordou as preocupações com a falta de garantias de segurança para a Ucrânia, alertando que a ausência de tais garantias poderia comprometer a estabilidade tanto da Ucrânia quanto da Europa.
“Essa tem sido nossa preocupação desde o início: queremos paz, mas não a qualquer custo. Não queremos paz sem garantias sólidas”, declarou Macron, enfatizando que sua proposta visava abrir espaço para discussões sobre as condições de segurança para Kiev.
No domingo, 2, Macron revelou que ele e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, haviam discutido a proposta de uma trégua de um mês, cobrindo áreas específicas, como a infraestrutura aérea, marítima e energética.
No entanto, o plano exclui as operações terrestres, uma vez que impor um cessar-fogo ao longo da extensa linha de frente da Ucrânia seria extremamente complexo e desafiador.
A iniciativa de Macron se insere em um cenário de crescente pressão internacional por uma solução para o conflito na Ucrânia, com as potências ocidentais tentando equilibrar o apoio militar à Ucrânia com a necessidade de evitar uma escalada maior no conflito.
A proposta do presidente francês, embora focada em aspectos estratégicos da guerra, visa estabelecer uma base para futuras negociações que possam levar a uma paz duradoura.
Em janeiro, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que qualquer resolução para o conflito na Ucrânia deveria ser mais do que um simples cessar-fogo temporário, que permitiria que as forças se reagrupassem e se rearmassem, resultando em uma escalada do conflito.
Putin destacou que a única solução viável seria uma paz de longo prazo, que envolvesse um acordo sustentável e garantias adequadas para a Rússia e seus interesses.
O esforço de Macron e de outros líderes europeus reflete a crescente preocupação com a duração e os custos do conflito, tanto para os países diretamente envolvidos quanto para a segurança global.
A proposta de uma trégua controlada visa criar um ambiente mais estável para que negociações de paz possam ocorrer, embora a complexidade do cenário e as diferenças de interesse entre as potências envolvidas tornam qualquer acordo difícil de ser alcançado.
À medida que o conflito na Ucrânia continua, as iniciativas diplomáticas ganham importância, com líderes mundiais buscando maneiras de interromper a violência sem comprometer as condições de segurança e soberania das partes envolvidas.
A proposta de Macron reflete um caminho intermediário, com o objetivo de encontrar uma solução que seja aceitável tanto para os aliados da Ucrânia quanto para as potências globais, como os Estados Unidos e a Rússia, que têm grande influência sobre o destino do conflito.
Com informações da Sputnik
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