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“Vale do Silício”chinês lança plano ambicioso para liderar o mundo nos setores de IA e robótica

A cidade chinesa de Shenzhen, onde se situa o chamado “Vale do Silício” chinês lançou um pacote de políticas para consolidar sua posição como líder global em inteligência artificial (IA) e robótica. Em um movimento incomum, o governo local anunciou três planos de ação em um único dia, estabelecendo metas para acelerar o desenvolvimento da […]

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A megacidade de Shenzhen, no sul da China, estabeleceu a meta de se tornar líder global em robótica até 2027. Foto: Xinhua

A cidade chinesa de Shenzhen, onde se situa o chamado “Vale do Silício” chinês lançou um pacote de políticas para consolidar sua posição como líder global em inteligência artificial (IA) e robótica. Em um movimento incomum, o governo local anunciou três planos de ação em um único dia, estabelecendo metas para acelerar o desenvolvimento da IA, fortalecer sua infraestrutura computacional e impulsionar a indústria robótica.

Meta: liderança global até 2027

Com a crescente competição de outras cidades chinesas, como Hangzhou, Shenzhen busca manter sua posição como polo tecnológico do país. O primeiro plano prevê que a indústria de dispositivos inteligentes de IA da cidade atinja um valor de mercado de 1 trilhão de yuans (US$ 137 bilhões) até 2026. A meta inclui a criação de pelo menos 10 empresas líderes no setor e a produção anual de 150 milhões de dispositivos.

Outro plano estabelece Shenzhen como referência mundial em robótica até 2027. O governo local espera transformar o setor em uma indústria de 100 bilhões de yuans, com pelo menos 10 empresas avaliadas em mais de 10 bilhões de yuans e outras 20 com receitas anuais acima de 1 bilhão de yuans. O plano também visa fomentar um ecossistema de mais de 1.200 empresas de robótica.

Expansão da infraestrutura de computação inteligente

O terceiro plano foca na infraestrutura necessária para sustentar o crescimento da indústria de IA em Shenzhen. A cidade pretende ampliar sua capacidade de processamento inteligente para garantir que as empresas locais tenham acesso a recursos computacionais em tempo real.

Para atrair investimentos e impulsionar a inovação, Shenzhen anunciou subsídios para empresas de IA e robótica. Entre os incentivos estão vouchers cobrindo até 60% dos custos de treinamento de modelos de IA e um pacote de 160 bilhões de yuans para infraestrutura tecnológica.

Shenzhen como epicentro tecnológico da China

Lar de gigantes como Huawei, BYD e DJI, Shenzhen tem sido o centro da revolução tecnológica chinesa. Agora, busca expandir ainda mais sua influência, especialmente no cenário global, em meio à crescente rivalidade tecnológica entre China e Estados Unidos.

Os planos incluem a fabricação de mais de 50 tipos de dispositivos baseados em IA e a implementação da tecnologia em pelo menos 60 setores, como manufatura, finanças e saúde. Além disso, a cidade pretende desenvolver soluções acessíveis para países que fazem parte da Iniciativa do Cinturão e Rota da China.

“Vamos cultivar marcas líderes em computação de IA e apoiar a transição das fábricas tradicionais para a produção voltada para inteligência artificial”, afirma um dos planos divulgados.

Investimentos e incentivos para inovação

No mês passado, o governo municipal anunciou incentivos de até 10 milhões de yuans para o setor de IA, além de subsídios para pesquisa e desenvolvimento. No relatório anual de 2025, Shenzhen destacou a inovação como prioridade, dedicando dois dos seus dez principais eixos estratégicos ao avanço tecnológico.

A cidade já abriga mais de 2.600 empresas de IA, incluindo seis unicórnios – startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. O setor de robótica conta com 34 empresas listadas na bolsa, nove das quais também atingiram o status de unicórnio.

Com planos ambiciosos e investimentos robustos, Shenzhen reforça sua posição como referência global em tecnologia e inovação.

Por Mia Nulimaimaiti
4 de março de 2025
Fonte: South China Morning Post (SCMP)

Sobre a autora:
Mia Nulimaimaiti é jornalista do South China Morning Post desde 2022. Mestre pela Universidade de Hong Kong e bacharel pela Universidade de Fudan, cobre temas relacionados a comércio, macroeconomia e relações entre China e União Europeia.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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