Política econômica de Milei desmantela indústria em nome de um ajuste fiscal artificial.
A indústria argentina sofreu um forte colapso em 2024, com a utilização da capacidade instalada caindo para 58,3% em média ao longo do ano, marcando um dos piores desempenhos da última década. A queda é um reflexo direto das políticas econômicas do presidente Javier Milei, cujo foco obsessivo na obtenção de um superávit primário ignora os impactos destrutivos sobre a economia real.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), a retração industrial foi generalizada, afetando setores estratégicos e comprometendo o crescimento econômico do país. Comparado a 2023, o nível geral da capacidade instalada caiu 11,17%, e a queda em relação a 2022 é ainda mais alarmante, chegando a 12,43%. Esses números escancaram a destruição promovida pelo modelo ultraliberal de Milei, que, longe de impulsionar a economia, está aprofundando a crise industrial e social do país.
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Desmonte da economia real e ilusão do ajuste fiscal
O governo Milei tem apostado todas as suas fichas em um ajuste fiscal radical, tentando vender a ideia de um superávit primário como um sinal de recuperação econômica. No entanto, essa narrativa desmorona diante dos dados concretos da indústria. O que Milei chama de “responsabilidade fiscal” não passa de um desmonte da estrutura produtiva do país, com cortes severos em investimentos públicos, subsídios e políticas de incentivo ao setor industrial.
O superávit primário anunciado pelo governo não leva em conta fatores essenciais para avaliar a saúde financeira da Argentina, como a participação das despesas e da dívida no PIB. A queda na utilização da capacidade instalada demonstra que, longe de gerar um ambiente favorável para investimentos e crescimento, as medidas adotadas pelo governo estão sufocando a produção e gerando desemprego.
A contração da atividade industrial também reflete a brutal queda no consumo interno, resultado direto do ajuste fiscal e do arrocho salarial promovido por Milei. O poder de compra da população despencou, reduzindo a demanda por bens industriais e desencadeando um ciclo recessivo que compromete ainda mais a economia.
Setores industriais em colapso
O impacto da política econômica de Milei se reflete em praticamente todos os setores da indústria argentina. Os dados de 2024 revelam quedas expressivas em setores fundamentais para a economia do país:
- Indústrias metálicas básicas: O setor teve uma retração de 18,48% em um ano e de 19,75% em dois anos, refletindo a redução na produção de aço e outros metais essenciais para a construção civil e a indústria de base.
- Produtos minerais não metálicos: Uma das quedas mais severas, com recuo de 25,10% em um ano e 30,68% em dois anos, evidenciando a paralisação do setor de construção civil, que depende desses insumos.
- Produtos têxteis: O setor teve uma contração de 18,98% em 2024, um reflexo direto da queda no consumo interno e da falta de políticas de incentivo à produção nacional.
- Produtos de tabaco: Caiu 14,21% em um ano e 20,56% em dois anos, reforçando a tendência de colapso de setores dependentes do consumo popular.
A única exceção a essa tendência foi o setor de refinamento de petróleo, que registrou uma leve queda de apenas 0,31%, e o setor de substâncias e produtos químicos, que teve um crescimento de 5,05% em dois anos, provavelmente impulsionado por demanda externa.
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Uma política que destrói empregos e paralisa a economia
A queda na capacidade instalada da indústria argentina não é apenas um número frio: ela se traduz em fábricas fechadas, demissões em massa e um agravamento da crise social. O país, que já sofre com um dos maiores índices de inflação do mundo, agora vê sua base produtiva ser desmontada em tempo recorde.
As empresas, sem demanda e sem incentivos, reduzem ou paralisam suas operações, agravando o desemprego e piorando ainda mais a crise social. Enquanto isso, Milei segue obcecado em demonstrar um suposto sucesso fiscal, manipulando números que escondem o verdadeiro impacto de suas políticas na vida real dos argentinos.
O modelo ultraliberal implementado pelo governo está levando a Argentina a uma recessão industrial profunda, sem apresentar qualquer alternativa para a retomada do crescimento. Sem estímulos à produção e com um mercado interno asfixiado, a economia argentina caminha para um cenário de colapso ainda mais severo.
O futuro sombrio da indústria argentina
Se mantidas as diretrizes econômicas atuais, a tendência para 2025 é de um aprofundamento da crise industrial. O governo continua promovendo ajustes sem considerar a necessidade de políticas que incentivem a produção, o consumo e o crescimento econômico. A insistência em uma agenda de cortes e desregulação apenas fortalece o papel da Argentina como um país exportador de matérias-primas, sem capacidade de agregar valor e gerar empregos de qualidade.
As indústrias já começam a operar com capacidade ociosa extrema, e os investidores hesitam em colocar dinheiro em um país que parece cada vez mais instável. Sem uma mudança de rumo, a tendência é que a Argentina siga um caminho de desindustrialização acelerada, tornando-se cada vez mais dependente de importações e vulnerável às oscilações do mercado global.
O desmonte da indústria argentina promovido por Milei não é apenas um erro econômico: é um projeto ideológico que ignora as necessidades da população e da economia real. Enquanto o presidente insiste em vender a ilusão de um ajuste fiscal bem-sucedido, a realidade dos trabalhadores argentinos é de desemprego, fábricas fechadas e um país que perde sua capacidade de crescer e se desenvolver.
A crise industrial argentina não é um acidente: é o resultado direto de políticas que priorizam números vazios em detrimento do bem-estar econômico da nação. Se não houver uma mudança de rota, a Argentina pode estar à beira de um colapso ainda maior.
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