A China anunciou nesta terça-feira, 4, a aplicação de tarifas sobre importações dos Estados Unidos, em resposta às novas taxas impostas pelo governo norte-americano sobre produtos chineses. A medida ocorre no contexto da disputa comercial entre os dois países, intensificada por decisões da administração de Donald Trump.
As tarifas adicionais de 10% sobre todas as importações chinesas para os EUA entraram em vigor nesta terça-feira. Em retaliação, o Ministério das Finanças da China anunciou taxas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, além de tarifas de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e determinados automóveis. Essas medidas passarão a valer a partir de 10 de fevereiro.
Paralelamente, o Ministério do Comércio e a Administração Aduaneira da China informaram a imposição de controles de exportação sobre tungstênio, telúrio, rutêniio, molibdênio e itens relacionados ao rutêniio, justificando a decisão como uma medida para “salvaguardar os interesses da segurança nacional”.
Na segunda-feira (3), Trump suspendeu a ameaça de tarifas de 25% sobre o México e o Canadá, concordando com uma pausa de 30 dias após negociações que resultaram em concessões na fronteira e no combate ao crime. No entanto, nenhuma medida similar foi tomada em relação à China. Um porta-voz da Casa Branca afirmou que Trump não conversará com o presidente chinês, Xi Jinping, antes do final da semana.
A disputa comercial entre os dois países remonta a 2018, quando Trump implementou tarifas sobre produtos chineses devido ao superávit comercial da China em relação aos EUA. A ação resultou em tarifas retaliatórias que afetaram cadeias de suprimentos globais e provocaram impacto na economia mundial.
A Oxford Economics afirmou em nota que “a guerra comercial está nos estágios iniciais, então a probabilidade de novas tarifas é alta”.
Trump alertou que pode aumentar ainda mais as tarifas, a menos que Pequim adote medidas contra o envio de fentanil para os EUA.
“Espero que a China pare de nos enviar fentanil e, se não parar, as tarifas aumentarão substancialmente”, declarou na segunda-feira.
A China argumenta que a questão do fentanil está relacionada a problemas internos dos Estados Unidos. O governo chinês também informou que contestará as tarifas na Organização Mundial do Comércio e que adotara outras contramedidas, mantendo a possibilidade de negociação aberta.
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