A suspensão da Fundação IBGE+ agita o instituto enquanto servidores questionam o modelo proposto por Pochmann para ampliar recursos e inovação tecnológica
O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), decidiu interromper temporariamente a iniciativa da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE (IBGE+), que se tornou o principal ponto de atrito entre os servidores e o atual presidente do órgão, Marcio Pochmann.
Em comunicado oficial, o ministério afirmou que “estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional”. “Desta forma, o MPO e o IBGE esclarecem que qualquer decisão que oportunamente for tomada seguirá o debate no IBGE e com o Executivo e o Legislativo”, destacou o MPO.
Segundo o Valor, mais cedo, durante um evento em Brasília, o presidente do IBGE não comentou sobre a suspensão do IBGE+ com os jornalistas e reiterou seu apoio ao modelo implementado sob sua gestão.
O conflito entre os funcionários e a presidência do IBGE já dura meses. O ponto crítico foi a criação da Fundação IBGE+, uma entidade de direito público-privado instituída pela direção do órgão em julho do ano anterior e apresentada aos servidores em setembro de 2024.
De acordo com a nota divulgada pelo MPO, a pasta fornecerá suporte ao IBGE por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA) para a realização do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola, descrito como “uma das pesquisas mais relevantes do Instituto, com recursos destinados para 2025 (cronograma que inclui treinamento, contratações, entre outros)”.
Pochmann tem defendido publicamente o IBGE+, argumentando que, com a fundação, o instituto poderia captar verbas adicionais para pesquisa e inovação tecnológica. “Tentamos várias modalidades para ampliar o orçamento do IBGE. A primeira foi, justamente, buscar a ampliação do orçamento, o que nós não conseguimos naquilo que imaginamos ser necessário”, declarou o presidente mais cedo.
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