Desde o início do governo de Donald Trump, a política de repressão a imigrantes sem documentação tem gerado preocupação entre trabalhadores e empresários.
A intensificação das fiscalizações levou ao aumento da ausência de profissionais em seus postos de trabalho e à queda na frequência escolar de crianças cujas famílias temem a deportação. As informações foram divulgadas em reportagem do UOL.
O setor de restaurantes tem sido um dos mais afetados. Na última semana, diversos estabelecimentos enfrentaram dificuldades para operar devido à falta de funcionários.
De acordo com a Associação Nacional de Restaurantes dos EUA, 21% dos trabalhadores do setor possuem documentação regular, mas a presença de imigrantes sem registro formal não é plenamente quantificável.
O receio de ações do Serviço de Controle de Imigração (ICE, na sigla em inglês) tem levado donos de restaurantes a evitarem declarações públicas sobre o tema.
Em um restaurante de Chicago, um bilhete fixado na cozinha alertava os funcionários: “Não deixe o ICE entrar no prédio!”. O recado também enfatizava a importância da solidariedade entre os trabalhadores.
Diante do clima de apreensão, empresários do setor têm buscado assessoria jurídica para orientar seus funcionários sobre direitos e medidas a serem adotadas em abordagens das autoridades. Em paralelo, manifestações contra as políticas migratórias foram registradas em cidades como Chicago.
Os restaurantes representam um dos principais setores de absorção de mão de obra estrangeira nos Estados Unidos. Diferentemente de ocupações que demandam fluência no idioma local ou certificações específicas, o trabalho em cozinhas e serviços de alimentação permite a rápida inserção de imigrantes no mercado.
Esse fenômeno também ocorre em outros países. Em São Paulo, restaurantes fundados por imigrantes inicialmente atendiam suas próprias comunidades, mas gradualmente se integraram à cena gastronômica da cidade. Hoje, diferentes influências culturais estão presentes em estabelecimentos tradicionais.
Nos Estados Unidos, a presença de imigrantes no setor é expressiva. Um levantamento da Escola Escoffier aponta que 41% dos restaurantes do país pertencem a minorias étnicas, percentual superior aos 30% observados em outros segmentos econômicos.
A comunidade asiática, por exemplo, tem participação destacada na área de alimentação, representando mais de 196% da média do setor.
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