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O que a China acertou sobre as big techs

O empresário Jack Ma, há cinco anos, era uma das figuras mais conhecidas da China e do mundo, sendo considerado por muitos como a versão chinesa de Bill Gates. Ma construiu o império da Alibaba, que rapidamente superou a Amazon na China e diversificou para outros serviços, simbolizando o potencial de sucesso do empreendedorismo no […]

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O então presidente do Grupo Alibaba, Jack Ma, faz um discurso durante a quarta edição do evento Viva Technology em Paris, em 16 de maio de 2019. Chesnot/Getty Images

O empresário Jack Ma, há cinco anos, era uma das figuras mais conhecidas da China e do mundo, sendo considerado por muitos como a versão chinesa de Bill Gates. Ma construiu o império da Alibaba, que rapidamente superou a Amazon na China e diversificou para outros serviços, simbolizando o potencial de sucesso do empreendedorismo no país.

Além de ser um ícone nacional, Ma foi um rosto global da China, participando de eventos como Davos e financiando projetos filantrópicos, principalmente na África. Ele também adquiriu o jornal South China Morning Post, com o objetivo de transformá-lo em um veículo de notícias globalmente respeitado.

No entanto, em 2020, sua trajetória sofreu um revés quando o Partido Comunista Chinês cancelou a abertura de capital do Ant Group, afiliado da Alibaba, e iniciou uma série de medidas regulatórias contra ele e outros gigantes da tecnologia. As autoridades acusaram Ma de práticas monopolistas, o convocaram para interrogatórios e, em seguida, ele praticamente desapareceu do cenário público, vivendo em aparente exílio no Japão.

A história de Ma reflete a obsessão do Partido Comunista Chinês por controle, buscando evitar que o setor privado se torne independente. Também está alinhada à visão do presidente Xi Jinping, que concentra poder em suas mãos e não tolera rivais em destaque público.

A decisão de conter a ascensão dos magnatas da tecnologia foi estratégica. O governo chinês demonstrou que o setor tecnológico lucrativo e dinâmico nunca teria prioridade sobre o partido e o Estado.

Nos Estados Unidos, a situação é oposta. Sob o governo de Donald Trump, o setor tecnológico foi exaltado, com bilionários sendo tratados como aliados estratégicos. Em seu retorno ao poder, Trump promoveu parcerias com figuras como Elon Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), utilizando sua influência para moldar políticas tecnológicas em benefício próprio.

Enquanto a China restringiu seu setor tecnológico para evitar que ele influenciasse o sistema político, Trump abraçou os gigantes tecnológicos, celebrando sua riqueza e poder. Essa abordagem contrastante pode marcar o momento em que os Estados Unidos começaram a perder o controle sobre seu sistema político para interesses privados.

Por Howard W. French, publicado em 24 de janeiro de 2025, na Foreign Policy

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