Pesquisadores russos estão desenvolvendo modelos de doenças cancerígenas para criar vacinas de mRNA personalizadas, com foco em cânceres de rim, mama e pâncreas.
Os testes clínicos para essas vacinas podem ser iniciados até o final de 2025 ou no início de 2026, conforme anunciado por Alexander Gintsburg, diretor do Centro Nacional de Pesquisa Gamaleya para Epidemiologia e Microbiologia da Rússia, em entrevista à agência de notícias TASS.
Gintsburg explicou que, dependendo do financiamento disponível, os cientistas trabalharão simultaneamente em modelos de melanoma, cujos estudos já estão consolidados, e em novos modelos para outros tipos de câncer.
“Se os recursos forem alocados conforme o planejado, avançaremos de forma agressiva nessa direção, desenvolvendo modelos adicionais de câncer. Após o melanoma, planejamos criar vacinas para câncer de pulmão de pequenas células, o tipo mais prevalente e letal em humanos, com consequências graves. Além disso, vacinas para cânceres renais específicos e, possivelmente, cânceres de mama e pâncreas, também estão em nosso roteiro”, afirmou.
O diretor do Centro Gamaleya destacou que os testes clínicos da vacina contra o melanoma estão programados para começar em setembro deste ano. Ele também mencionou que, com base na disponibilidade de financiamento, dois ou três novos estudos pré-clínicos em animais serão realizados para avaliar a eficácia das vacinas em outros tipos de câncer.
“Até o final deste ano ou no início do próximo, os centros de oncologia poderão iniciar os testes da vacina contra o câncer em pacientes diagnosticados com os tipos relevantes da doença”, acrescentou Gintsburg.
Anteriormente, o cientista havia declarado à TASS que os estudos pré-clínicos da vacina contra o câncer demonstraram eficácia na supressão do crescimento tumoral.
Ele também ressaltou que os primeiros receptores da vacina em ensaios clínicos serão pacientes com melanoma e câncer de pulmão de pequenas células, considerados prioritários devido à gravidade e prevalência dessas doenças.
Andrey Kaprin, diretor geral do Centro de Pesquisa Médica em Radiologia do Ministério da Saúde da Rússia, confirmou que os estudos pré-clínicos da vacina já foram concluídos.
A confirmação de Kaprin reforça a expectativa de que os testes em humanos possam começar em breve, desde que os recursos necessários sejam garantidos.
A abordagem das vacinas de mRNA, que ganhou destaque durante a pandemia de COVID-19, está sendo adaptada para o tratamento do câncer. Essa tecnologia permite a criação de vacinas personalizadas, que podem ser ajustadas para combater características específicas dos tumores de cada paciente.
A expectativa é que, ao estimular o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas, as vacinas possam oferecer uma nova opção terapêutica para pacientes com câncer.
O desenvolvimento de vacinas contra o câncer é um campo de pesquisa complexo e desafiador, mas os avanços recentes na tecnologia de mRNA têm ampliado as possibilidades de tratamento. A Rússia, por meio do Centro Gamaleya, busca se posicionar como um dos líderes nessa área, seguindo os passos de outros países que também investem em pesquisas semelhantes.
Apesar do otimismo, os pesquisadores ressaltam que os resultados dos testes clínicos serão fundamentais para determinar a eficácia e a segurança das vacinas. Enquanto isso, a comunidade científica aguarda com expectativa os próximos passos desse projeto, que pode representar um avanço significativo no combate ao câncer.
Com informações da TASS
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